As
esquerdas que governam direta e indiretamente o país, rejeitam a ideia da
necessidade de medidas adicionais e complementares que acertem de vez as contas
apresentadas à Comissão Europeia (CE), que nelas não confia, procurando
desacreditar os reparos desta quanto à impossibilidade de, por este caminho, se
cumprir em 2016 a meta do défice que é suposto ser conseguida.
O
governo vende-nos a ideia de que estes primeiros meses do ano foram apenas um azar
que, correndo mal, não nos deve preocupar, porque daqui para a frente é que vai
ser a sério e, por isso, a execução orçamental entrará brevemente nos eixos
traçados e apresentados à CE. Ninguém para além do próprio governo e das
esquerdas que o apoiam acreditam nessa esperança de evitar um plano B que o
primeiro-ministro disse que afinal existia mas que veio desmentir 36 horas
depois da entrevista televisiva, ficando os portugueses sem perceber o que mais
perturba o PM: se a existência de um plano B que o mesmo disse não existir, se
o descuido de o ter revelado inusitadamente.
O BE
acusa mesmo a CE de adiar as decisões sobre eventuais sanções sobre a execução
orçamental de Portugal e Espanha (procedimento de défice excessivo) por
motivações políticas decorrentes da realização de eleições em Espanha,
procurando influenciar as mesmas. Que a falta de pudor e de vergonha na cara
dos protagonistas do BE não nos espanta, já damos por adquirido, mas que o PS
alinhe no mesmo esquema de descredibilização das análises da CE, enterrando a
cabeça na areia e empurrando para a frente tudo o que sejam os mais evidentes
sinais de derrapagem das contas públicas, isso já nos deve preocupar.
Dito
de outra forma: que a esquerda radical pretenda ver Portugal na pior situação
orçamental possível para provar a falência europeia e do capitalismo ocidental,
é uma coisa a que já nos habituámos, mas, que o PS que nos governa e que já
conduziu por mais que uma vez o país ao descalabro financeiro por insistir na
negação da realidade evidente a todos, se deixe condicionar na sua governação
pelas motivações do quanto pior melhor das esquerdas radicais, apenas para
conservar o poder em Portugal, indiferente aos resultados dos seus repetidos
erros, isso já é outra coisa bem mais grave que nos deve preocupar e deixar bem
alertas.
A
mobilização dos portugueses para evitar que o interesse nacional seja subjugado
e sacrificado aos interesses partidários do PS e das esquerdas que apoiam o
governo, deve ser uma preocupação das forças políticas da oposição, lúcidas
sobre a evidência da necessidade de medidas adicionais de 740M€ exigidas pela
CE ao governo, pelo simples fato de que que as contas que o mesmo apresentou àquela
não batem certas, apresentando lacunas que há que preencher e justificar.
O governo e as esquerdas radicais preferem afrontar a CE, mantendo a
reversão de medidas que, em sentido contrário, pressionam a despesa, como a
reposição das 35h para a administração pública e a descida do IVA da
restauração para 13%. Ora, já é mais que evidente que o resultado da execução
orçamental será mau para este ano se o governo não corrigir a trajetória
suicida de insistir nas metas do défice e do crescimento, daí podendo resultar
a eventual permanência de Portugal no procedimento dos défices excessivos pela
teimosia de um governo que não valoriza perante a CE o esforço que Portugal fez
nos últimos anos para equilibrar as suas contas públicas (que a governação de
Sócrates e Costa arruinou), mostrando que a correção que se perspetiva é
duradoura, sustentada numa credível estratégia de longo prazo.
É isso que o país
precisa e que o governo deveria querer fazer para evitar consequências que
serás nefastas a curto prazo, mas, tal não parece coincidir com o que o PS
quer, que se traduz apenas na manutenção do poder, custe o que custar, a quem
custar.
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