A
atividade económica nacional está em queda há 5 meses, segundo o Banco de
Portugal, atestando igualmente fracos e estabilizados níveis do consumo
privado, ao mesmo tempo que o INE destaca o contributo negativo da procura
externa e a desaceleração do investimento para o arrefecimento do crescimento
do PIB nacional.
Indiferentes
a tais indicadores, os estivadores nacionais decidiram esticar a corda intensificando
o já longo período de greves, ameaçando causar em junho prejuízos de 300m€/dia
(17,4M€ de prejuízos estimados só em Lisboa) aos operadores do porto de Lisboa.
Estes, em desespero de causa face à incompreensível passividade do governo,
condicionado pela agenda da esquerda radical que sustenta a sua exclusiva
motivação de exercício do poder governativo, ameaçaram avançar com um processo
de despedimento coletivo, por considerarem insustentável a sua sobrevivência
económica e empresarial.
Os operadores
do porto de Lisboa viram a sua atividade cair para metade de 2012 para 2015 e
não suportam mais a intransigência de um sindicato com poderes agora reforçados
pelo poder político junto de um governo que se manteve passivo demasiado tempo,
evitando o recurso à requisição civil, indiferente à instabilidade reinante que
mina a credibilidade internacional dos terminais do estuário do Tejo e afugenta
operadores nacionais e estrangeiros para a nossa vizinha Espanha, ao aumento do
custo de matérias-primas do setor agroalimentar, ao prejuízo causado aos
exportadores, entre os quais os produtores de mármores e vinhos alentejanos.
A arrastada
passividade permissiva do governo, evitando desagradar e conflituar com o
sindicato dominado pela esquerda radical que sustenta a sua governação, para
além de acarretar danos irreparáveis aos portos nacionais que levarão alguns
anos a recuperarem os níveis de atividade que se perderam obteve como resposta,
por parte dos estivadores, a defesa da nacionalização dos portos.
Nem
mais, com um inacreditável descaramento e irresponsabilidade quanto às consequências
da sua ação, os sindicatos dos trabalhadores da estiva, atiram a queimar tudo o
que ainda mexe: o setor dá bastante lucro e por isso deveria ser público. A
nacionalização do setor seria assim, a solução para os conflitos laborais, pois
permitiria ao sindicato passar o tempo que quisesse em greve, causar ainda mais
prejuízos do que agora e, tudo isso sem sanções para os grevistas, nomeadamente
o despedimento, ainda que a atividade dos portos se reduza a zero. Os
contribuintes pagam, de cara alegre, que é de esquerda, por isso, só pode ser
bom.
Quando
já pensava ser difícil ver-me surpreendido no atual quadro político nacional,
eis que a criatividade das esquerdas não encontra limites, neste caso, ou no
projeto de lei para permitir a mudança de sexo a partir dos 16 anos, bem como a
mudança de identidade no cartão de cidadão, exigindo-se que o Estado garanta
todos os procedimentos médicos necessários para a mudança de género, nem que
tenha que contratualizar com o setor privado, parecendo que esta será uma causa
muito mais nobre e prioritária para o BE do que o acesso ao ensino.
Tudo
isto perante a passividade e concordância do PS, partido que, nas palavras do
insuspeito António Barreto, “perdeu a alma e a cabeça”. Mas ganhou o governo. E
Portugal?
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