2007-12-26

(SÓ)CRETINOS ACREDITAM. NÃO, NÃO SOU O ÚNICO A DUVIDAR!

Em 6 distritos de Portugal, as CDT (Comissões de Dissuasão da Toxicodependência) não funcionam por falta de pessoal, enquanto milhares de funcionários da Administração Pública, excedentários numa determinada área do Estado, estão em casa forçados, em vez de serem transferidos (por mobilidade) para as áreas funcionais do mesmo Estado que têm falta de recursos humanos.
Leia-se o que me chegou por e-mail, de funcionários públicos do Ministério da Agricultura que, no Alentejo, foram forçadamente colocados em situação de mobilidade especial.
A eles, a minha homenagem pela náusea sentida quando ouvem o PM falar(mentir)!
QUE TRISTEZA DE NATAL
Numa época de celebração da festa da família e da alegria há Portugueses que vítimas de processos obscuros que os visaram não têm condições morais, pelo menos, para poder viver, com autencidade, o NATAL.
Os Funcionários Públicos que durante o ano de 2007 foram vítimas de procedimentos obscuros que culminaram com o seu afastamento dos serviços não estão em condições de celebrar, com o mínimo de dignidade, este Natal.
Este é, certamente, o Natal mais triste das suas vidas.
Este é o Natal que alguns, sabe-se lá com que intenções, tentaram coartar toda e qualquer possibilidade a Funcionários sérios, honestos e competentes de continuarem a poder exercer um dos direitos mais básicos de qualquer cidadão - o DIREITO AO TRABALHO.
Tudo isto é tanto mais incompreensível quanto muitos têm consciência de que lutaram (na verdadeira acepção da palavra) pela instauração de um regime democrático onde todos os cidadãos pudessem usufruir de iguais direitos e deveres.
Mas durante o ano de 2007 foram alvo de procediemntos que visaram o seu injustificado afastamento dos serviços enquanto a outros foi proporcionado até a mudança de serviço com o objectivo de lhes permitir a sua continuidade.
Ao longo de 2007 houve funcionários que foram, objectivamente, beneficiados, em prejuízo de Outros, provavelmente, os mais válidos e os mais competentes.
Houve uma nítida discriminação negativa que foi, objectivamente, dirigida a todos aqueles que foram propostos para integrarem a situação de mobilidade especial - pura e simplesmente - foram impedidos de continuar a trabalhar com uma remuneração, a breve trecho inferior ao subsídio de desemprego.É nestas condições que estes Funcionários Públicos estão atravessando esta época de Natal.
Com estas condições, dificilmente, poderão celebrar o Natal.
O que estes Funcionários estão sentido é a um deliberado afastamento dos serviços porque sentem, diariamnete, fecharem-se-lhes todas as portas às quais batem. E tudo aquilo que parce ter sido anunciado nada se concretiza.
Não a mínima possibilidade de mobilidade entre serviços.Inclusivamente todos os pedidos de transferências para outros ministérios são-lhes sistematicamente recusados.Por tudo isto estes Funcionários têm toda a legitimidade para se sentirem MARGINALIZADOS.
Como só o trabalho cria riqueza como estes Funcionários do melhor que a Administração Pública possui estão impedidos de trabalhar que interviu no processo do seu afastamento deve ter plena consciência que o seu contributo pode pode causar progressivo empobrecimento de Portugal.Por todas estas razões Portugal continua a divergir da média Europeia.
Por tudo isto Portugal não só não consegue diminuir a sua pobreza como com as decisões que estão a ser tomadas só contribuem para aumentar e muito a pobreza em Portugal.
HÁ CADA VEZ MAIS POBRES EM PORTUGAL.
E ao que assistimos - à contínua tomada de cisões que só conseguem prejudicar quem trabalha.E por isto, também as decisões quem têm vindo a ser tomadas só podem gerar pobreza. E se assim continuarmos qualquer dia só teremos miséria para distribuir.
Como só os conformados com um destino fatalista podem aceitar esta situação aqueles que acreditam que é possível mudar e para melhor têm que acreditar que a mudança não só é necessái com também é possível e por isso tudo farão para que Portugal recupere do trilho de contínuo atraso em que o colocaram.
PORTUGAL TEM QUE SER UM PAÍS COM FUTURO.
Para tal é necessária, é mesmo fundamental que haja mudanças para tudo não continue na mesma.
E isso está nas mãos dos Portugueses.Portugal necessita de mudar - para melhor.Portugal necessita de trabalho.Portugal necessita de líderes que seja capazes de motivar e empenhar.Portugal necessita de LÍDERES que orientem a sua acção para a promoção do progresso e do desenvolvimento e, consequentemente consigam melhor nível e melhor qualidade de vida para os cidadãos.Já chega de promoção da pobreza.
Mas a determinação daqueles que foram alvo de medidas tão injustas como o seu afastamento injustificado dos serviços públicos, é enormíssima. Por isso vão continuar empenhados em regressar ao trabalho e tentar impedir que mais desmandos sejam cometidos.
Não lhes resta, por enquanto, outro recurso senão os Tribunais, nos quais depositam as suas esperanças na reposição da legalidade democrática.
Ana Simeão
João Carilho
M. João Caldeira
O Primeiro-Ministro vem então gabar-se da redução do défice público à custa de um Estado que cada vez mais impostos nos cobra e menos serve quem o alimenta.
Esta não é a reforma que a Administração Pública precisa, nem este é o Governo que Portugal merece.

GERAÇÃO À RASCA COM O RENDIMENTO

[Gomes, Ana (2007, 23 Dez). Os "Mileuristas". O desencontro entre as elevadas qualificações e os salários. Pública, pp. 70-71]

- Não têm poupanças, não têm casa, não têm carro, não têm filhos
- O fenómeno da geração dos mil euros foi pretexto para um livro da escritora espanhola de origem galega e nascida no País Basco, Espido Freire.
Editado pela tiispânica Ariel e sem tradução portuguesa no mercado nacional, na introdução do livro "Los mileuristas", a autora considera-se ela própria parte desta geração que classifica de encalhada. Espido Freire considera ainda que se trata de um grupo de pessoas que vive num permanente paradoxo.
Defende que se trata de uma geração:
• Conformista mas desesperada
Qualificada mas sem expectativas
• Consumista mas pobre
• Desengajada mas com gestos de identidade comuns
Já lá vão os tempos do entusiasmo universitário quando as temporadas passadas a queimar as pestanas eram tidas como meio caminho andado para uma vida financeira estável. Hoje, já se passaram uns anos de contratos a termo, que se seguem teimosamente uns atrás dos outros, para não falar dos recibos verdes que, volta e meia, se transformam em simulacro de contrato ainda mais precário.
Passados dois ou dez anos de darem início à actividade laboral, estes ex-universitários guardam um canudo que lhes assegura o grau de licenciados, mestres ou mesmo doutores mas que não lhes garante um ordenado condizente.
São os "mileuristas", geração presa a um limbo de uma vida adolescente, que gozam como lhes permitem os cerca de mil euros de remuneração mensal.
Nem só o número escrito no cheque do salário define os "mileuristas".
São jovens com idades a rondar os trinta anos, nascidos na Europa entre meados da década de 1960 e inícios dos anos oitenta. Filhos da geração dos "babyboomers", cresceram sob a máxima que os estudos eram o mais eficaz meio para usufruir de uma vida adulta financeiramente desafogada.
Os progenitores, com mais ou menos dificuldades, lutaram para que os filhos desfrutassem das liberdades e escolhas que as jovens democracias permitiam. As mesmas que não tinham podido gozar na sua juventude.
E os filhos obedeceram. Lá completaram a formação superior, somando frequentemente à licenciatura mestrados, pós-graduações ou mesmo doutoramentos. Para engrossar ainda mais o currículo, fizeram cursos de línguas, de informática, formações especializadas nas áreas em que pretendiam trabalhar e ateliers diversos que reforçassem o seu "know how" e cultura geral. Hoje, não resistem a perguntar-se: "para quê?".

Apesar de não ter origem portuguesa, a expressão "mileurista" serve como uma luva a milhares de trintões nacionais.

Mas foi na vizinha Espanha que nasceu o termo com que se identifica toda uma geração residente nos países da Europa mais ocidental.

Tudo começou com uma carta que a jovem publicitária Carolina Algualcil, residente em Barcelona, dirigiu ao jornal espanhol "El Pais". O calendário marcava o ano de 2002 e o periódico não hesitou em publicar na íntegra a missiva que tinha por título "Sou mileurista". A carta foi o resultado da (in)digestão de uma passagem por Berlim, viagem onde Carolina Algualcil constatou as diferenças entre os estilos de vida e tabelas salariais que vigoravam entre companheiros de geração das duas cidades europeias.

Assim descrevia a jovem publicitária na sua carta as características dos "mileuristas" espanhóis. "Gastam mais de um terço do seu salário no arrendamento de casa. Não têm poupanças, não têm casa, não têm carro, não têm filhos, vivem o momento... Às vezes é divertido. Mas já cansa." É certo que este "modus vivendi" que parece permanecer eternamente em vésperas da idade adulta apesar do passar dos anos é determinado por um conjunto de factores para além da matemática financeira. Mas a magra conta bancária é uma forte ditadora nesta conjuntura. Os "mileuristas" estão longe do salário mínimo nacional mas também se posicionam muito aquém do conforto económico que as suas qualificações prometiam.

São uma nova classe social, ensinada a aproveitar o dia-a-dia e que não quer abdicar de uma certa qualidade de vida que aprendeu a usufruir em casa dos pais. Por isso, muitas vezes adiam a saída do lar paternal, desalentados pelo elevado valor de venda das casas e pelas exorbitantes quantias do arrendamento imobiliário. Adiam igualmente a chegada de filhos, meta considerada alcançável apenas depois de atingida alguma estabilidade económica que tarda em bater à porta. E de adiamento em adiamento, a juventude vai ficando para traz e o futuro dourado que as habilitações académicas prometiam nunca mais chega.

As características desta geração de infância afortunada e adolescência permanente explicam parte do fenómeno a que se somam factores como a precariedade laboral e o excesso de licenciados que o mercado de trabalho não consegue absorver.

E nem o mais longínquo futuro lhes sorri, numa altura em que se multiplicam as vozes que alertam sobre a falência do Estado Providência e a possibilidade da geração hoje pelos trinta anos poder vir a não usufruir das pensões de reforma a que teriam direito com base nos descontos que fazem mensalmente.

São os "mileuristas", geração encalhada na adolescência e com a idade madura comprometida.

PERTINENTES INQUIETAÇÕES

Sobre o exercício da política e da governação actual em Portugal, no "Sobre o Tempo que Passa".

2007-12-24

ROTUNDAS DE ÉVORA: SITEE e BT pouco esclarecidos!

Presenciei (e quase fui vítima de acidente) por duas vezes nesta mesma semana de Natal de 2007, comportamentos de condução automóvel em rotundas de Évora contrários ao estipulado pela DGV nos esclarecimentos que já vem prestando sobre este assunto desde 2005.
Num dos casos, na rotunda das Portas da Lagoa, o condutor do veículo da Linha Azul, funcionário do SITEE (empresa municipal de transportes públicos de Évora), deu-se mesmo ao trabalho de parar o mini-autocarro e berrar com o condutor com quem ía chocando, pelo facto de ele próprio fazer toda a rotunda pela faixa de fora, entalando assim os veículos que circulam na faixa central até pretenderem saír da rotunda.

Não esperando este tipo de comportamento de funcionários de empresas municipais na cidade da excelência rosa prometida, atrevo-me ainda assim, como bom munícipe, cumpridor e pagador de impostos que gosto de ver bem aplicados pelo município e suas empresas participadas (não em indeminizações de acidentes rodoviários ou prémios de seguros), recordar aqui alguns dos esclarecimentos já prestados pela ex-DGV que facilmente são acessíveis na web.

No AutoMotor, pode-se consultar, desde Junho de 2005, esclarecimento sobre a matéria:

A via conveniente

Décadas passadas, centenas de rotundas construídas por todo o país e muitos milhares de acidentes ocorridos, e eis que a edição de 2005 do Código da Estrada (CE) consagra, finalmente, um capítulo específico, dedicado ao modo como os condutores devem abordar e circular numa praça giratória, transformando, assim, uma antiga e grave omissão numa nova lei. Voltamos, deste modo, a uma questão que já havíamos abordado no artigo "Quadratura do círculo", na edição nº171 (Setembro de 2003) da AutoMotor, por ocasião de uma nota explicativa da Direcção-Geral de Viação (DGV), que tentava elucidar os automobilistas neste ponto - e que antecipava mesmo esta última alteração -, mas que teve apenas o condão de deixar ainda mais às voltas a cabeça da maioria dos condutores.
Lei era omissa
Qual é, então, a melhor forma de circular numa rotunda? E o que diz agora a lei? O artigo 14º do CE estabelece, pela primeira vez, uma regra de actuação dos automobilistas nestes locais. Atente-se ao constante da alínea 2ª): "Dentro das localidades, os condutores devem utilizar a via de trânsito mais conveniente ao seu destino, só lhes sendo permitida a mudança para outra depois de tomadas as devidas precauções, a fim de mudar de direcção, ultrapassar, parar ou estacionar". A qual surge associada ao número 3º) do mesmo artigo: "Ao trânsito em rotundas, situadas dentro e fora das localidades, é também aplicável o disposto no número anterior, salvo no que se refere à paragem e estacionamento".

Como se conclui, temos, de forma inédita, uma alusão própria ao facto de não só não ser obrigatório circular na via mais à direita, como ser, inclusivamente, proibido fazê-lo antes de ser "conveniente" para poder sair no local pretendido - configurando uma infracção que implica uma coima entre 60 e 300 euros.

Apesar de inexistente no anterior documento, esta situação acabava por estar implicitamente consagrada. Como não se estabelecia nenhuma regra de excepção às rotundas, vigorava o princípio de rodagem pela direita. Actualmente esta prática contribui, em muito, para elevar a chamada pequena sinistralidade e para criar enormes embaraços na fluidez do trânsito, já que aqueles que são obcecados pela via direita acabam, não raras vezes, por ficar imobilizados e a bloquear a saída dos demais condutores.

Segundo fonte afecta à DGV, a "intenção é levar as pessoas a rodarem nas faixas interiores, passando apenas para as exteriores nos troços imediatamente antes da saída desejada", explica. Ou seja, o que a recente alteração legislativa pretende é, tão somente, o oposto do que se extraía, por analogia, da anterior lei, omissa neste domínio.

Resta agora passar a mensagem. E esperar que as próprias escolas de condução se actualizem, pois a AutoMotor sabe que muitas delas ainda continuam a ensinar aos formandos uma redonda ilegalidade.

Privilegiar as vias interiores

SAIBA COMO CIRCULAR NUMA ROTUNDA
Socorramo-nos do Marquês de Pombal, a rotunda mais problemática de todo o país (com uma média de 300 acidentes por ano), para exemplificar qual a melhor maneira de "girar" nestas praças. Fazendo fé no actual Código da Estrada, o automobilista deverá encarar a rotunda e conceder a prioridade a quem lá circule. Até aqui, nada de novo, portanto. Posto isto, deverá seguir da via interior à exterior, consoante a saída. Confuso?

Se o leitor vier da Avª da Liberdade em direcção à dita rotunda, e quiser entrar na Avª Duque de Loulé (a primeira saída à direita), deverá optar pela via mais à direita. Mas já se pretender sair na Avª Fontes Pereira de Melo (segunda saída à direita), em vez de seguir na faixa mais à direita, deverá ir na segunda faixa "destra". E por aí adiante: se o destino for a Avª Joaquim António de Aguiar (terceira saída), já deverá rodar na terceira via a contar da direita. Um mecanismo simples, se tiver presente que a opção deverá ser sempre a de privilegiar as vias mais ao centro da praça.
Nota da DGV amplamente divulgada dá conta, repetidamente desde 2005, que:
Tendo em conta as disposições aplicáveis do Código da Estrada, constantes dos artºs 13º, nº 1; 14º, nºs 1 e 2; 15º, nº 1; 16º, nº 1; 20º; 25º; 31º, nº 1, c); e 43º e as definições referidas no artº 1º do mesmo Código, na circulação em rotundas os condutores devem adoptar o seguinte comportamento:

a) Dentro das localidades
1. O condutor que pretende tomar a primeira saída da rotunda deve:
Ø Aproximar-se da rotunda utilizando a via de trânsito da direita;
Ø Manter-se na via da direita dentro da rotunda, sinalizando antecipadamente quando pretender sair.
2 - Se pretende tomar qualquer das outras saídas, deve:
Ø Tomar a via de trânsito mais adequada na aproximação da rotunda;
Ø Ocupar, dentro da rotunda, a via de trânsito mais adequada em função da saída que vai utilizar;
Ø Aproximar-se progressivamente da via da direita;
Ø Fazer sinal para a direita depois de passar a saída imediatamente anterior à que pretende utilizar;
Ø Mudar para a via de trânsito da direita antes da saída, sinalizando antecipadamente quando for sair.

b) Fora das localidades:
1. Se pretende tomar a primeira saída da rotunda, deve:
Ø Aproximar-se da rotunda utilizando a via de trânsito da direita;
Ø Manter-se na via da direita dentro da rotunda, sinalizando antecipadamente quando pretender sair.
2 - Se pretende tomar qualquer das outras saídas, deve:
Ø Tomar a via de trânsito da direita na aproximação da rotunda, salvo se nela não houver lugar;
Ø Dentro da rotunda, utilizar a via da direita, sinalizando antecipadamente quando pretender sair.
Ø Se não houver lugar na via da direita, pode utilizar uma das outras e neste caso deve:o aproximar-se progressivamente da via da direita;
o Fazer sinal para a direita depois de passar a saída imediatamente anterior à que pretende utilizar;
o Mudar para a via de trânsito da direita antes da saída, sinalizando antecipadamente quando for sair.

Sinalização de manobras:
§ Todas as manobras que impliquem deslocação lateral do veículo decorrente da mudança de via de trânsito ou saída da rotunda devem ser previamente sinalizadas.

O jornal semanário "Expresso" também dedicou já espaço a esta matéria:

A DIRECÇÃO-Geral de Viação (DGV) está a preparar uma nota técnica para esclarecer as regras de circulação nas rotundas com duas ou mais faixas derodagem. Segundo um responsável deste organismo, trata-se de obrigar oscondutores a circular sempre nas faixas interiores, sendo apenas permitida apassagem para a zona exterior no troço imediatamente antes da saídapretendida.

A fonte da DGV esclareceu que se «pretende essencialmente travar situações em que um veículo percorra toda a rotunda na faixa de fora bloqueandoa saída a outros veículos e, muitas vezes provocando acidentes». Esta atitude resultava da inexistência de uma regulamentação sobre esta matéria, uma vez queo Código da Estrada se limita a dizer que a «circulação das rotundas deve serfeita de forma a dar a esquerda» à zona central.

Palco habitual de acidentescausados por esta indefinição legal é o Marquês de Pombal, em Lisboa. Segundo aPSP, em 2002 ocorreram ali 256 acidentes. Nos primeiros cinco meses deste ano,já houve 120.

Também é possível encontrar na Blogosfera, incluindo a Blogosfera alentejana chamadas de atenção bastante pedagógicas para os comportamentos teimosamente desviantes da norma em vigor, nomeadamente a situação que em concreto originou este post e cuja leitura aconselho vivamente, enquanto prevenção rodoviária da quadra natalícia: este é o trajecto adequado e correcto, que o condutor do Mini-Bus da Linha Azul deveria ter feito na rotunda das Portas da Lagoa em Évora e que não fez, da mesma forma que não o fez o agente da GNR condutor do veículo da BT na rotunda junto à BP em Évora, na mesma semana.

(DES)INFORMAÇÃO E (DES)ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL ou A aposta certa no cavalo errado?

A análise periódica da OCDE em 2007:

O DN publicava em Abril de 2007 notícia sobre os resultados de um estudo revelando que, em Portugal, a Formação dos pais decisiva no sucesso escolar dos filhos

Um estudante oriundo de uma família com um nível cultural elevado tem dez vezes mais oportunidades de chegar ao ensino superior do que os que não têm essa mais-valia. E, entre os que entram, os antecedentes culturais e económicos - dois factores quase sempre interligados - pesam decisivamente no tipo de curso que se consegue alcançar.
A área da Saúde, ainda hoje uma das mais valorizadas pela sociedade portuguesa, é disso o exemplo absoluto. Entre a totalidade dos estudantes que entraram no curso de Medicina, no ano lectivo de 2004/05, 73,2% têm pais com formação de nível superior. Já os cursos de Enfermagem e Tecnologias da Saúde (dos institutos politécnicos) revelam uma proporção exactamente oposta, com 73% das famílias abaixo desse nível de formação.
"São dados que nos deixam a pensar se, de facto, a nossa sociedade está tão democratizada como julgamos", diz Diana Amado Tavares, do Centro de Investigação de Políticas do Ensino Superior (CIPES) e uma das autoras do estudo "Preferências dos estudantes". Um trabalho que deverá ser publicado em breve pelo European Journal of Higher Education.
A matéria-prima para a pesquisa, explica a investigadora, foram as chamadas "fichas ENES", questionários que todos os alunos preenchem quando entram no ensino superior pela primeira vez mas que, até agora, nunca tinham sido tratados.
Docência atrai classes baixas
Uma das conclusões mais controversas do estudo prende-se com a qualidade das opções dos estudantes. Os dados parecem demonstrar que os antecedentes culturais e económicos não se limitam a afectar "a probabilidade de ingresso no ensino superior" mas também as próprias "escolhas de curso e instituição". Por outras palavras, o estudante acaba por "fazer uso dos critérios de escolha apreendidos e integrados pelo seu background social".
A percepção familiar do que é uma boa formação poderá ajudar a explicar dados aparentemente pouco plausíveis: a maioria dos alunos que optam por cursos de formação de professores (preparação para a docência), 39%, e de gestão, 20%, são oriundos de famílias que têm no máximo o primeiro ciclo de escolaridade (a antiga quarta classe).
Por outro lado, o Direito (Ciências Humanas e Sociais), as Belas- -Artes e as Ciências (nomeadamente a Medicina) "são cursos maioritariamente preferidos pelos filhos das famílias com capital cultural mais elevado".
Ainda assim, se compararmos estes dados com as estatísticas do desemprego entre licenciados, que afecta cerca de 42 mil pessoas, parece claro que não há fórmulas infalíveis. Por um lado, os cursos de Educação revelam-se uma má escolha, com cerca de 31% dos desempregados. Por outro, as Artes e Humanidades vêm logo a seguir com 12%.
O estudo revela também que o nível económico dita a escolha do sector do ensino superior. Quanto maior o rendimento das famílias, mais evidente é a opção pelas universidades, em prejuízo dos politécnicos, apesar de este último sector ser tradicionalmente encarado com mais profissionalizante. "Há diferenças, mesmo ao nível do financiamento, que levam as pessoas a encararem o politécnico como uma via pior", diz Diana Tavares.
Isto apesar de os dados acabarem por demonstrar que não há diferenças substanciais entre os filhos de licenciados por um ou outro sector. "Tentámos encarar algum factor de distinção, mas o que se verifica é que, desde que os pais cheguem ao ensino superior, universitário ou politécnico, os filhos têm melhores oportunidades", diz.

2007-12-19

A QUE FUNDO CHEGAREMOS EM 2013?

O Jumento dá destaque, na sua rúbrica "Coices na Imprensa", ao mais que vergonhoso caso UGT/FSE.
CHEGOU AO FIM O "CASO UGT" «O colectivo de juízes do Tribunal da Boa-Hora considerou ontem não ter ficado provada a existência de um plano criminoso de desvio de verbas do Fundo Social Europeu pela UGT, tendo absolvido os 36 arguidos envolvidos. No culminar de um processo que se arrastou pelos tribunais durante 15 anos, apenas a um dos arguidos, José Veludo, foi atribuído o crime de burla na forma tentada, que entretanto prescreveu.» [Jornal de Notícias]
Parecer: Com o fim deste processo encerra-se o capítulo mais vergonhoso do processo de integração na UE, o esbanjamento das verbas do FSE.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mandem-se os parabéns a todos os trafulhas que enriqueceram com as ajudas comunitárias desviadas dos fins a que estavam previstas.»

Na verdade, este é um caso bem negro da nossa mais recente história, não só pela morosidade da justiça (15 anos) e pelos impostos consumidos sem consequência, mas, principalmente, pelo sinal que pode ser percebido pela sociedade portuguesa para o período em que vigorará o actual QREN.

Pode a mesma sociedade avaliar a actuação de certos parceiros sociais responsáveis pela gestão dos fundos comunitários, como compensatória, pelo facto de a impunidade declarada ou por prescrição ser o mais frequente e quase predominante resultado que sobre eles acaba por recair.

Em 2013 logo se verá em que fundo estará Portugal. Responsáveis é que não haverá certamente, a avaliar por este exemplo ...

2007-12-16

FUNCIONAMENTO DO MERCADO DE EMPREGO ACTUAL

UMA ANÁLISE DOBRE TENDÊNCIAS DO MERCADO DE TRABALHO

(Clique na imagem para aumentar)

TERRENO POUCO FÉRTIL

O que se poderia esperar de um país cujos canais televisivos passam novelas de produção nacional ilustrando condições escolares virtuais e correspondentes a um quadro de luxo, claramente contrastante (à maneira das novelas brasileiras) com as condições escolares efectivas dos alunos que, no interior deste país, em cidades capitais de distrito como Évora, onde a "excelência" vendida pelo PS em campanha eleitoral se traduz concretamente, em pleno séc. XXI, na ausência de papel higiénico nos wc das escolas públicas desde o 1º ciclo escolares até ao secundário?
Imagine-se, conjugado com todos os restantes factores mais que identificados para a fraca performance do sistema escolar, a particular predisposição para a frequência escolar interessada e proveitosa de qualquer aluno que, quotidianamente deslocado durante todo o dia de concelhos limítrofes e freguesias rurais, se vê privado de ir ao wc por falta de condições da escola que, até elogia frequentemente o Plano Tecnológico e já recebeu um novo computador, mas não consegue desenvolver um Plano de Abastecimento de Papel para os wc.
Os resultados da OCDE são, nesta perspectiva, bem benevolentes para Portugal.

INVESTIMENTO PÚBLICO EM ÉVORA NÃO PÁRA DE CAIR

(Clique na image para ampliar e ler os valores)

AO FIM DE 3 CHEIAS DE EURO BILIÕES

A VEZ DOS JOVENS APANHAREM DO GOVERNO

O resto da notícia:

Estes limites máximos - designados como Renda Máxima Admitida (RMA) - variam segundo a dimensão do apartamento e as regiões do País em que se situam. Para a região da Grande Lisboa, por exemplo, a renda máxima admitida para apartamentos T0 ou T1 é de 340 euros. Acontece que na base de dados do portal Casa Sapo não existe na cidade de Lisboa qualquer casa que cumpra esse critério.

Isto mesmo pode ser confirmado em casa.sapo.pt, através de uma simples pesquisa no motor de busca. O DN fez isso e confirmou as suas conclusões com fonte institucional do portal que adiantou ainda que para aquela tipologia a renda mais baixa disponível no mercado é de 400 euros, mais 60 do que o RMA.

Assim, em Lisboa, dos 1863 apartamentos disponíveis para arrendamento (com renda anunciada), só 31 têm preços dentro dos intervalos definidos pelo novo programa. São 27 T2 ou T3 e quatro T4 ou T5 (ver tabela). Na cidade do Porto, as conclusões são ainda mais impressionantes: Dos 487 apartamentos para arrendamento na cidade invicta, só um cumpre estes requisitos.

O DN fez ainda o mesmo exercício para duas cidades de menor dimensão: Coimbra e Setúbal. Em nenhuma delas havia sequer um apartamento que cumprisse as con- dições do novo programa.

Vale a pena lembrar, contudo, que os limites para a renda máxima apoiável pelo Porta 65 aplicam-se a regiões mais amplas do que as cidades. Por exemplo, não há limites específicos para a capital, mas sim para a Grande Lisboa, para a qual o DN não fez uma pesquisa. É natural que nas localidades limítrofes a Lisboa se encontrem casas com rendas mais baixas, mas seria de esperar que um programa como o Porta 65 promovesse a fixação dos jovens nos centros das cidades onde trabalham e passam a maior parte do seu tempo.

2007-12-11

Mobilidade Especial na DRAPAL e MAPDR

(Para ler a notícia da imagem, que não faz parte do texto seguinte, clique para ampliar)

Texto assinado recebido via e-mail, dos funcionários do Ministério da Agricultura que, no Alentejo, foram objecto de aplicação da medida Mobilidade Especial:

Exmos Senhores,

POR FAVOR NÃO NOS ENGANEM MAIS

O que está a ser feito aos Funcionários Públicos em geral e, especialmente, àqueles que estão a ser colocados na chamada situação de mobildade especial não enobrece os decisores/interventores, constitui uma indignidade para os atingidos e contrbui, significativamente, para o empobrecimento de Portugal.
Portugal não se pode dar ao luxo de ser o Governo da Nação, o qual tem por dever, promover mais e melhor bem estar para os Portugueses, a promover e concretizar situações de desemprego. Mais, quando as decisões de remeter Funcionários zelosos e dedicados à causa pública para uma situação de inactividade, ou melhor, o Governo está a impedí-los de trabalhar. Ora como só o trabalho é que cria riqueza o Governo está a promover o empobrecimento de Portugal, logo, dos Portugueses.
Não será já suficiente a existência de 2 000 000 (dois milhões) de Portugueses abaixo do limiar de pobreza? É para melhorar o nível e a qualidade de vida dos Portugueses que se colocam, talvez os melhores Funcionários Públicos, numa situação ainda mais desvantajosa que o próprio desemprego?
É para isto que o Governo existe? Ou será antes para promover a dignidade Humana e a dignidade dos trabalhadores?
Será importante, fundamental mesmo, que o Governo reflita sobre o que promoveu e que tome consciência que com medidas como é exemplo a mobilidade especial, está a atingir, profundamente, a diginidade dos Homens.
É tempo de arrepiar caminho. Tendo consciência que os prejuízos já causados a estes cidadãos, de pssado irrepreensível, são, parte deles, irrecuperáveis. A mácula já causada no seu espírito e dignidade, dificilmente, serão recuperáveis. Mas ainda assim, o Governo deveria reflectir sobre o que promoveu e que foi concretizado por alguns dos seus membros e tomar as medidas que a situação impõe.
De entre estas e porque é a mais fácil de tomar e não acarretará nenhum encargo suplementar para o erário público, será: promover o regresso imediato, aos serviços de origem de todos os funcionários já colocados em situação de mobilidade especial.
Todas as medidas tomadas relativas aos Funcionários Públicos só têm servido para gerar instabilidade no seio da Administração Pública. Para uma desmotivação genaralizada. Para um diminuição significativa do empenhemento.
Será bom que o Governo e, nomeadamente, o Primeiro Ministro tome consciência que o sucesso das políticas públicas depende única e exclusivamente do bom desempenho da generalidade dos funcionários. Ora se estes só sentem que o Governo só toma medidas que os prejudicam, pode-se imaginar o seu empenhemento e motivação para o sucesso. Com o que tem estado a ser feito no âmbito da Adminsitração Pública poderá estar a ser colocada em causa a nossa própria identidade enquanto Nação e a Administração Pública enquanto sector estratégico.
É tempo de reflexão de quem tem responsabilidades governativas. E quanto mais rapidamente o fizer menores serão o prejuízos que as medidas já tomadas estão a causar a Portugal e aos Portugueses.
Ana Simeão
João Carrilho
M. João Caldeira

ESTE NÃO É O PDM QUE ÉVORA PRECISAVA E MERECE

São vários os estudos e reflexões técnicas, provenientes do Ministério da Economia que, ao longo do tempo, têm vindo a identificar a necessidade de, aos níveis local e regional, conceber e implementar acções estratégicas que possam atingir objectivos qualificadores e diferenciadores do produto turístico, entre elas, a compatibilização dos Planos Regionais de ordenamento territorial com os Planos Directores Municipais (PDM’s) e também com os Planos Estratégicos.

A equipa técnica que procedeu à revisão do PDM de Évora, alimentada pela visão egocêntrica do Presidente da Câmara (recorde-se Esta Cidade e Eu), desenvolveu logo desde a primeira apresentação pública do documento, um arrogante e incoerente discurso de defesa e justificação das opções contrárias que tomou, ao arrepio das recomendações da metodologia de planeamento.

O resultado só poderia ser a falta de lógica para a criação das novas centralidades propostas, a insuficiente credibilidade das projecções demográficas, a arbitrariedade posta na expansão do perímetro urbano em vez da requalificação das zonas já construídas, a não opção pela reconstrução, como se faz em toda a Europa monumental.

  • O PDM agora aprovado não serve para Évora, pois define uma ideia de futuro que cabe de igual forma em qualquer outro local de Portugal ou do mundo, sem afirmar nem distinguir as suas especificidades;
  • O PDM agora aprovado não serve para Évora, pois não encara a cultura e o património enquanto elementos estruturantes da afirmação do turismo e âncoras da sua base económica;
  • O PDM agora aprovado não serve para Évora, porque se baseia em pressupostos eleitoralistas que apenas pretendem responder às promessas fantasiosas com que o PS conquistou a Câmara e que ainda não cumpriu ao fim de 6 anos;
O PDM que o Presidente da Câmara de Évora apresentou para discussão pública e que aprovou em reunião de Câmara apenas com os votos do PS, é pobre de opções, carente de visão e errático na estratégia de desenvolvimento, à semelhança e imagem do exercício autárquico a que o Presidente da CM de Évora nos habituou ao longo de 6 anos e que conduziram Évora à estagnação.

MANTER O PODER ... SACRIFICAR O PAÍS!

2007-12-10

PDM DE ÉVORA?

Na página 10 do Relatório (Volume I - Diagnóstico), pode ler-se:

Estrategicamente devem ser desenvolvidas condições para que o concelho aproveite as oportunidades que hoje se lhe deparam e que se podem sintetizar em três grandes domínios, a saber:

  • Aplicação de uma política de solos na cidade e outros aglomerados urbanos que, “tendo como padrão a qualidade e sustentabilidade, permita baixar significativamente os custos de habitação e dos espaços dirigidos ao acolhimento empresarial”(1);
  • “Definição da estratégia de afirmação das vantagens e oportunidades para Évora, que resulta da consolidação do eixo Lisboa-Madrid, como primeira prioridade”(2) entre o Norte e o Sul do país e, por fim, com o eixo oriundo da faixa atlântica, visando o reforço da internacionalização da região;
  • Dinamização de “uma política que posicione e prepare Évora e o seu concelho para acolher a procura da excelência e da qualidade numa relação de proximidade com a Grande Lisboa”(3).

Ficam, desta forma, sintetizadas as grandes linhas de força que presidem à revisão do Plano Director Municipal e que deverão sustentar a política territorial a implementar no espaço concelhio por forma a criar uma nova dinâmica de Évora.

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(1) Oliveira, J.E. “Esta cidade e eu”. Évora, 2001. Ed. Editorial Bizâncio; (2) idem; (3) ibidem

Equacionar o futuro de um concelho com base em linhas de força definidas não pelos agentes locais e forças vivas, nem por nenhum dos variados estudos existentes, mas sim pelo actual Presidente da Câmara quando andava em campanha em 2001 (nem sequer do programa eleitoral se trata, mas sim de um livro escrito pelo então candidato à presidência da autarquia), não me parece tecnicamente sustentado, antes resulta bastante inquinado pela visão (ou falta dela) utilizada.

Em consequência, afigura-se legítimo afirmar que o PDM que agora foi aprovado, não seja tanto de Évora quanto do actual Presidente da Câmara de Évora.

2007-12-09

A FALTA DE VERGONHA CHEGOU A ALGUNS SOCIALISTAS DE ÉVORA

O sempre mais que atento Jumento, dá conta da notícia do jornal Expresso sobre a falta de vergonha de certos socialistas de Évora que, sem o mínimo de pudor, não olham a meios para elevar a sua incompetência a algum suposto grau positivo à custa da acusação infundada relativa ao exercício de outros anteriores a eles.
Veja-se a notícia abaixo, sobre a qual os eborenses se devem questionar quanto à responsabilidade política pela situação:
  • Se o próprio, que pela incompreensível atitude, pode ou não ter sido de iniciativa própria e vingança pessoal usando para isso o cargo de dirigente na Administração Pública, ou a pedido de outrém;
  • Se os seus superiores directos que consentiram e calaram os abusos que o mesmo levou a cabo;
  • Se as estruturas locais do PS que, tal como em Felgueiras, na DREN e tantos outros locais deste país, consentem a perseguição política e se preparam para, com o silêncio, sancionar positivamente atitudes prepotentes e persecutórias de dirigentes da Administração Pública cuja necessidade verdadeira reforma é mais que evidente.

Eis o "post" do Jumento:

MAIS UM A DRENAR «O Tribunal de Instrução Criminal de Évora pronunciou o antigo director de Serviços da Administração-Geral da extinta sub-região de Évora da Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, António Godinho Ramos, pela autoria material de 26 crimes cometidos por via informática com a intenção de denegrir a imagem de outros profissionais ali em serviço por estes pertencerem ao PSD.
De acordo com o despacho - a que o Expresso teve acesso - o arguido vai responder por sete actos ilícitos de violação de sigilo, outros tantos de não cumprimento de obrigações relativas à protecção de dados, seis crimes de difamação e igual número de devassa por meio informático.
Militante socialista, Godinho Ramos foi promovido a director de serviços em 1 de Agosto de 2005 pela novel presidente do Conselho de Administração da ARS do Alentejo, Rosa Matos Zorrinho, mulher do dirigente do PS, Carlos Zorrinho.
Recorrendo aos ficheiros informáticos da Sub-Região de Évora, Ramos elaborou um mapa de redução de custos de pessoal. Ampliou o documento para cartaz e afixou-o na sala do café da Sub-Região, à vista de funcionários e utentes.
O documento dizia que a nova equipa de funcionários era menos onerosa que a que havia cessado funções. Nomes e vencimentos eram discriminados e ao lado dos mesmos, o arguido acrescentou a filiação partidária no caso, o PSD. Na véspera fizera sair do seu computador um «e-mail», de igual conteúdo, dirigido a uma colega de confiança e onde concluía: “Nem todos são iguais e pela boca morre o peixe ”.» [Expresso assinantes]
Parecer: Começo a achar que há muita falta de educação cívica e ética entre muitos dos que partilham o poder, é o vale tudo quando chegam aos pequenos tachos, são verdadeiros pitbulls. Não é aceitável que alguém com o estatuto de director de serviços envolva o Estado em lutas politico-partidárias. Se Sócrates respeitar os princípios de gestão da Administração Pública deve demitir de imediato o director de serviços abusador.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Demita-se a pobre alma.»

2007-12-08

EU DIRIA AINDA ...

Eu acrescentaria que:

  • O PS anda há 6 anos a inventar desculpas para não cumprir as promessas que repetidamente fez ao eleitorado eborense (em 2001 e 2005), invocando por um lado as forças de bloqueio da santa-aliança CDU/PSD (que mais uma vez e em definitivo, se provou agora não existir) e, por outro lado, o desajustamento do PDM;
  • Se a revisão do PDM era tão impeditiva para a excelência que o PS prometeu concretizar em Évora, a partir deste momento não há mais desculpas para que tal não aconteça, sendo o PSD a partir de agora substancialmente mais exigente com o desempenho de um executivo municipal que deixou de ter condições para invocar impedimentos para conseguir e mostrar resultados concretos da governação municipal, quebrando o marasmo de 6 anos;
  • O PSD, ainda assim, não acredita que a gestão autárquica do PS seja melhor daqui para frente, relativamente ao que tem sido o desastre das promessas eleitorais vãs e não cumpridas, da demagogia e do show-off quotidianos, da inércia da autarquia, da falta de visão para o futuro, ...
  • Só um milagre permitiria ao PS melhorar a gestão da Câmara de Évora pois, apesar de criadas as condições exigidas pelo próprio PS, são fracas as expectativas de que os seus eleitos tenham capacidade para conduzirem Évora para além da estagnação e degradação com que brindaram os eborenses ao longo dos últimos 6 anos.

2007-12-06

PDM DE ÉVORA POUCO AMBICIOSO E SEM ESTRATÉGIA

  1. O processo de revisão do PDM de Évora que agora terminou, não responde à ideia de futuro e de desenvolvimento que o PSD defende, mas sim à visão (não suficiente) do Partido Socialista para Évora, que ao recusar organizar em simultâneo um processo de planeamento estratégico para o concelho, não permitiu ancorar e sustentar coerentemente o processo de revisão do PDM;
  2. O resultado final é um instrumento que não reflecte as preocupações e prioridades do PSD para Évora, que compromete boa parte do seu potencial de resolução dos problemas que afectam Évora hoje e dos desafios que o concelho enfrentará no futuro. No fundo, trata-se de um instrumento assente em demasiadas incertezas, fechado sobre o concelho, sem estratégia nem ambição para um futuro de sucesso;
  3. Apesar de ficarmos com um PDM insuficiente e que está longe do óptimo, pior seria que Évora continuasse na incerteza e paralisia dos últimos 10 anos, cujo PDM já deveria efectivamente ter sido revisto. O PSD considera essencial estabilizar um mínimo de referência orientadora para a vivência de pessoas, entidades e empresas de Évora;
  4. O PSD não impediu o processo de revisão e, ao contrário do PS que não permitiu a participação durante a feitura do documento, estimulou a discussão pública como única forma de os eborenses participarem efectivamente no mesmo mas, não pode ainda assim o PSD aprovar algo que é manifestamente frágil e insuficiente para o que Évora merece e precisa;
  5. O PSD foi um partido responsável durante o processo de discussão do PDM, expressando as suas posições sobre o conteúdo do documento sem preocupações propagandísticas, não se aproveitou publicamente das preocupações dos eborenses, escutou-as com atenção e pugnou para que as suas opiniões fossem consideradas no documento final procurando assim o mínimo de melhoria participada;
  6. A partir de agora, acabaram-se as desculpas do Partido Socialista para os problemas que continuam por resolver em Évora, para as promessas eleitorais não cumpridas, para os investimentos anunciados e que tardam, para os milhares de postos de trabalho prometidos e não criados, para a especulação imobiliária que teima em continuar;
  7. Criadas as condições exigidas e invocadas pelo PS, depois da aprovação da revisão do PDM, o PSD será criteriosamente exigente com o executivo socialista na Câmara de Évora, mas acreditamos que só um milagre poderia fazer recuperar o marasmo e atraso de 6 anos em Évora;
  8. É urgente estimular e preparar um novo ciclo de vida para a cidade e para o concelho de Évora enfrentarem com sucesso um futuro exigente face às oportunidades do QREN 2007/-2013 e às transformações em curso nos domínios do desenvolvimento urbano e do ordenamento do território, designadamente no Alentejo;
  9. O reforço da atractividade e do papel de Évora, enquanto pólo de desenvolvimento regional, na sociedade e economia do conhecimento, a valorização económica do património histórico e cultural da Cidade, o desenvolvimento equilibrado das componentes urbana e rural, com qualidade de vida e sustentabilidade económica, social e ambiental, serão opções incontornáveis no caminho do futuro de Évora;
  10. Esse caminho consistente e de consolidação gradual pressupõe instrumentos tecnicamente credíveis e politicamente legitimados que suportem as intervenções de médio e longo prazo para fortalecer e qualificar os argumentos competitivos da Cidade: bem-vindo seja o exercício de planeamento estratégico que em breve se iniciará; Reunião Publica Extraordinária da Câmara Municipal de Évora – 05 de Dezembro de 2007

PDM DE ÉVORA - REVISTO E APROVADO

Na Rádio Diana, a notícia refere:
O novo Plano Director Municipal de Évora, foi aprovado ontem à noite pela autarquia, depois de mais de 8 anos desde o início da sua revisão.
Apesar de não ter maioria, o executivo socialista conseguiu que o novo documento não fosse chumbado por toda a oposição, tendo beneficiado da abstenção do PSD.
Após três meses de discussão pública, o Presidente da Câmara de Évora considera que esta é uma proposta melhor que a inicial. “A proposta não foi desvirtuada” disse José Ernesto Oliveira, entendendo que “os contributos que recebeu resultaram numa proposta final francamente melhor”.
Opinião diferente têm os vereadores comunistas, que votaram contra.
“No conjunto de participações públicas, houve uma pesadíssima parte que não foi considerada” disse Andrade Santos, considerando a situação “inadmissível”. O vereador da oposição não viu as pretensões do PCP, de se continuarem os trabalhos de revisão do PDM, serem aceites pela restante vereação. Lamenta que não haja um consenso alargado e que desta forma não se beneficia a população. “Quando um PDM é aprovado assim, com 3 votos em 7, acha que esta votação lhe dá muita saúde?”, questiona Andrade Santos.
O autarca José Ernesto Oliveira contraria esta posição, acusando “algumas pessoas e forças políticas estavam apostadas em fazer atrasar o processo, ao proporem retirar propostas, a proporem repetir o debate público, sem fundamentos”. É clara a distância de opiniões entre o PCP e o executivo PS.
No PSD, António Dieb diz que persistem dúvidas que o levaram a não votar favoravelmente, mas afirma que era necessária uma decisão. “O documento não reflecte aquilo que são, para o PSD, as estratégias adequadas para o concelho” afirmou o vereador social democrata. Contudo, para António Dieb, “ninguém iria compreender que continuássemos neste limbo”.
O vereador do PSD diz que o seu partido sai vitorioso, porque ficou reforçada a sua proposta de elaboração de um Plano Estratégico para o Concelho.
Já o início de revisão do Plano de Urbanização da cidade de Évora foi aprovada com 4 votos favoráveis do PS e do PSD. A CDU votou contra.

2007-12-04

GOVERNO INSENSÍVEL AOS DRAMAS DOS PORTUGUESES

Perante as calamitosas notícas, o Governo, ao invés de reflectir em profundidade sobre a eficácia das suas medidas e as causas reais do que está a contecer, reage de forma indiferente e com a única e exclusiva preocupação de evitar danos eleitorais. Repare-se na notícia do jornal Correio da Manhã:
Números Eurostat - Doutores sem trabalho
O Eurostat, gabinete de estatística da União Europeia, lançou ontem o pânico entre os governantes portugueses ao anunciar que a taxa de desemprego em Outubro era de 8,5 por cento, colocando assim o nosso país no terceiro lugar entre os 27 Estados da UE.
Apesar da “correcção” anunciada ao início da noite, a verdade é que o desemprego continua a aumentar em Portugal, com particular incidência entre os jovens licenciados.
Segundo os números do terceiro trimestre divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), 64 700 portugueses com formação académica superior estavam no desemprego no final de Setembro. Mais 10 700 sem trabalho do que no mesmo mês de 2006 e mais 14 mil do que no trimestre que findou em Junho.
A taxa de desemprego entre os indivíduos com habilitações académicas superiores era, no terceiro trimestre, de 8,3 por cento (que compara com 6,5 por cento registado no segundo trimestre), com as mulheres a serem mais penalizadas – há uma taxa de desemprego de 9,6 por cento entre as universitárias.
Em relação aos números divulgados ontem pelo Eurostat – e depois de corrigido o erro – a taxa de desemprego em Portugal em Outubro foi de 8,2 por cento.
Fonte comunitária explicou à Lusa que o “desvio” de 0,3 pontos percentuais se terá devido a erro humano, designadamente ao facto de não ter sido tomado em conta o inquérito sobre as forças de trabalho. Deste modo, ao contrário do anunciado anteriormente, a taxa de desemprego não aumentou 0,2 pontos percentuais em Outubro face ao mês anterior, tendo, pelo contrário, descido ligeiramente (0,1 por cento). Este erro, precisou a mesma fonte, não altera os valores globais para a Zona Euro, onde a taxa de desemprego, corrigida das variações sazonais, estabilizou nos 7,2 por cento em Outubro, face aos 7,3 por cento verificados em Setembro.
O valor avançado pelo Eurostat relativamente a Portugal levou todos os partidos da oposição a pedir explicações ao Governo sobre o aumento da taxa de desemprego que se teria verificado em Outubro.
(...)
PSD QUER MUDANÇA
Hugo Velosa, do PSD, defende que só com “outra política” o número de desempregados poderá começar a descer
PCP ACUSA GOVERNO
Jerónimo de Sousa, líder do PCP, acusou o Governo de ter uma política “desastrosa” e centrada na redução do défice
CDS APONTA EMPRESAS Paulo Portas disse as empresas é que criam os empregos, sublinhando que “hoje o clima não é favorável ao investimento”
BE EXIGE EXPLICAÇÕES
Francisco Louçã exigiu ontem a José Sócrates que discuta no Parlamento os números do desemprego
EUROSTAT VAI REVER O ministro da Presidência, Silva Pereira, congratulou-se pela revisão dos dados do desemprego realizada pelo Eurostat

A posição do Ministro da Presidência é inacreditável e bem esclarecedora da insensibilidade do Governo. Daí que surja bastante adequada, na mesma edição do Correio da Manhã, a reacção do jornalista e as interrogações que levanta:

Satisfeitos porquê?

O Governo manifestou-se ontem “satisfeito” com a correcção feita pelo Eurostat em relação aos números do desemprego.
A taxa já não era de 8,5 por cento... passou para 8,2. Mas existem razões para tanta satisfação quando mais de 64 mil jovens licenciados não encontram ocupação para as sua habilitações?
Existem razões para satisfação quando foi o próprio Governo que prometeu a criação de 150 mil novos empregos e tem mais de 440 mil desempregados registados?
Não podemos rejubilar porque um organismo comunitário errou e em vez de nos colocar como campeões do desemprego da Zona Euro nos colocou atrás da Grécia, que tem uma taxa de 8,4 por cento. O erro de ontem pode ser a certeza de amanhã. Então ninguém manifestará qualquer satisfação.