2007-07-14

MORTE DO TOURO EM MONSARAZ

Em Monsaraz, a tradição popular invocada choca com a legislação em vigor sobre as touradas de morte e, desde logo, a lei deve ser cumprida, apesar da justiça ou injustiça que a mesma encerre, dado vivermos num Estado de direito.
Cabe à população, através do uso da representatividade democrática decorrente das eleições para os diversos órgãos de soberania, reivindicar e influenciar os representantes políticos da sua localidade ou região, com vista a que sejam elaboradas propostas de alteração à legislação existente, nomeadamente no que se refere aos critérios de reconhecimento das excepções a conceder, que parece ser o que está em causa em Monsaraz.
Apesar de não ser aficionado, não me choca, do ponto de vista pessoal, que seja reconhecido ao caso de Monsaraz o carácter de expressão de cultura popular com tradição comprovada, menos ainda do ponto de vista da interpretação das manifestações culturais locais que conferem a sua identidade específica a cada local e às suas gentes.
A valorização das dimensões específicas e distintas dos locais tenderá a tornar-se cada vez mais acentuada, como resistência a uma globalização que se afirma esmagadoramente em sentido contrário. Ora, do ponto de vista da sobrevivência dos territórios rurais, em especial da importância que o turismo tem nesse processo, é por demais sabido que o único, diferente, genuíno e tradicional tende a afirmar-se como o principal determinante da procura dos visitantes.
Neste sentido, as excepções são essenciais à afirmação individualizada dos locais enquanto destinos turísticos ancorados em atracções únicas e genuínas, com tradição histórica. Aos visitantes e turistas, a festa tenderá cada vez menos a parecer barbara ou cruel, mas sim típica, diferente, única, curiosa, na qual cada tenderão a pretender participar activamente, na lógica da alteração da prova pela participação e experimentação, que marca actualmente â tendência da procura turística.

E ÉVORA?

Após 6 anos de excelência socialista na gestão de Évora, esperava-se que mais nenhuma outra cidade em Portugal recebesse estágios de selecções de futebol ou de rugby, tendo em conta as excelentes condições desportivas prometidas e garantidas pelo PS ao concelho.
O que se passa afinal?

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VALE A PENA LER

OPÇÃO INTERESSANTE

Uma interessante opção para ser adoptada nas Universidades do interior, que estão a ficar sem alunos e com dificuldades financeiras devido à diminuição da procura e à dificuldade em ajustar a oferta.

URGENTE A CONSTRUÇÃO DO NOVO HOSPITAL

Noticiava a Rádio Diana no passado 30 de Junho:
Alentejo : Espera de 132 dias por uma cirurgia a um cancro
O relatório da Saúde, que vai ser apresentado para a semana, revela números inaceitáveis para as listas de espera de doentes com cancro, avança a TVI.Segundo a estação de televisão, a situação é escandalosa em todo o território nacional, sendo que no Alentejo, em média, a espera é de 132 dias.
De acordo com padrões internacionais, o tempo de espera medicamente aceitável para tumores malignos não pode exceder as duas semanas, ou seja, 14 dias.
O Observatório Português dos Sistemas de Saúde considera estes tempos de espera manifestamente excessivos e critica o Ministério da Saúde por não definir e fazer cumprir os tempos de espera clinicamente aceitáveis para estes doentes.

2007-07-06

EM ÉVORA, CÂMARA DISCRIMINA PESSOAS NOS EQUIPAMENTOS PÚBLICOS

Nota de Imprensa do PSD-Évora
Equipamentos públicos sem acesso para pessoas fisicamente debilitadas e insuficiente eliminação de barreiras arquitectónicas, constituem factores de discriminação entre a população de Évora.
O PSD, empenhado na criação de uma cidade com verdadeira igualdade de oportunidades, tem nos últimos dois anos apresentado propostas de reforço das irrisórias verbas inscritas no orçamento da Câmara Municipal para a eliminação de barreiras arquitectónicas no concelho, propósito em que não tem sido acompanhado pela gestão socialista.
Ao arrepio dos mais elementares valores de respeito pela diferença, a renovada Praça de Touros de Évora, não dispõe de acesso para pessoas fisicamente debilitadas às bancadas, tendo vários espectadores nessas circunstâncias sido impedidos de assistir aos espectáculos tauromáquicos de S. João e S. Pedro.
Financiada em cerca de 60% por fundos da União Europeia, a que se junta a contrapartida nacional de financiamento público e apesar de ser a Câmara Municipal o órgão responsável pela garantia de igualdade de oportunidades no acesso aos locais destinados aos espectáculos, através do mecanismo do licenciamento municipal, é este órgão o primeiro a não cumprir e a não dar o exemplo.
Nem pelo facto de ser 2007 o Ano Europeu para a Igualdade de Oportunidades para Todos, a Câmara de Évora desperta a sua sensibilidade para o acesso de pessoas fisicamente debilitadas aos vários edifícios públicos, nomeadamente municipais. A título de exemplo, veja-se como a Assembleia Municipal extraordinária de Junho, dedicada a esta temática, ocorreu no Palácio de D. Manuel, outro edifício público que não garante a todos igual oportunidade no acesso.
Urge tomar medidas, ao nível municipal, para garantir uma verdadeira igualdade de oportunidades para todos no que toca aos acessos físicos a serviços públicos, bem como aos equipamentos colectivos, com vista a aumentar o nível de solidariedade da cidade e a qualidade de vida de todos os seus cidadãos, sem discriminação.
O PSD espera que a gestão socialista da Câmara de Évora não continue a obstaculizar as propostas de reforço orçamental neste e noutros domínios vitais, dos eleitos no executivo municipal impedindo a melhoria sustentada da cidade, enquanto desbarata montantes superiores em festarolas de pré-campanha eleitoral.

SISTEMA DE ENSINO PÚBLICO: PAIS CONTAM POUCO NAS DECISÕES

Em tempos fui confrontado em casa com um panfleto vindo da escola frequentada pelos filhos que, através da listagem de “14 regras para os pais desrespeitarem”, responsabilizava estes por todos os males do sistema de ensino público naquela escola: desinteresse dos alunos, maus resultados, ambiente da escola, abandono escolar no limite …

Considerando despropositado e exagerado o recado e manifestado publicamente o desacordo, logo fui elevado à categoria de inimigo público número um de uma suposta “classe docente”, por alguns membros também supostamente defensores do interesse do corpo, como se tivesse desferido pior ataque que aquele que a senhora da DREN corporizou contra o Professor Charrua, relativamente ao qual, ainda ninguém viu uma linha escrita de defesa, pelos intitulados defensores da “classe”. O verdadeiro motivo da indignação era outro: os agentes institucionais do sistema reagem mal à crítica e intromissão dos pais no seu funcionamento.

Neste momento, um grupo de pais vê-se confrontado com a seguinte situação que ocorre na Escola E.B.1 do Rossio, em Évora, decretada unilateralmente pela direcção executiva do Agrupamento: a mudança dos seus educandos (4º ano do 1º Ciclo) para a Escola E.B.2,3 André de Resende, situação da qual não foram informados aquando da primeira inscrição na respectiva escola.

Os pais, responsavelmente, dirigiram correspondência ao órgão decisor, com conhecimento à DREA e à Câmara de Évora, invocando que, para além de considerarem pouco adequado que as crianças sejam objecto de uma alteração prematura no seu percurso escolar, a escola de acolhimento não tem condições para receber alunos deste nível etário: poucos espaços cobertos, perigos do espaço descoberto para crianças desta idade (piso acidentado, declives acentuados muitos esconderijos perigosos...), incapacidade de resposta do refeitório, insuficiência das instalações sanitárias no bloco onde estão a funcionar as turmas de 1º ciclo (1 casa de banho para 68 alunos), escasso número de auxiliares para efectuar a vigilância dos alunos do 1º ciclo e para os alunos mais crescidos, desajustamento do funcionamento da campainha para os tempos lectivos do Primeiro Ciclo,...

Apesar de não terem deixado de manifestar à direcção do Agrupamento Escolar o profundo descontentamento e desagrado pela falta de respeito pelos encarregados de educação e principalmente pelos alunos da Escola do Rossio vítimas da infeliz decisão, os pais não deixaram ainda assim de apontar caminhos para ultrapassar a situação, nomeadamente a mudança da actual biblioteca para o espaço devoluto no edifico da cantina, libertando uma sala que permite o funcionamento de uma turma de 1 º ano de escolaridade e manteria em funcionamento na escola do Rossio todas as actuais turmas.

Conscientes de que tal proposta implicava a intervenção da Câmara Municipal na gestão do espaço escolar, procuraram os pais que tal assunto fosse debatido em reunião de Câmara o que aconteceu, pela voz do vereador António Dieb, tendo aquele órgão autárquico manifestado a sua disponibilidade para equacionar a solução proposta pelos pais, caso a direcção do Agrupamento Escolar assim o entendesse.

Propunham ainda os pais, em alternativa, que não fosse autorizada a entrada de alunos de 1º ano para a Escola do Rossio, antes fossem absorvidos pelos outros estabelecimentos de ensino do 1º ciclo do agrupamento, permitindo assim que os alunos que frequentam aquela escola aí pudessem permanecer até ao fim do percurso escolar do 1º ciclo.

De pouco serviu o esforço dos pais em defesa do interesse dos seus educandos e do funcionamento do sistema, porque as decisões tomadas pela direcção do Agrupamento em nada parecem atender ao interesse dos pais, numa atitude de claro desrespeito e mesmo desprezo pelos mesmos.

A prova está na resposta que o Conselho Executivo do Agrupamento fornece aos pais, depois de, recebida a exposição destes, conceber e aplicar um inquérito por questionário “à medida” da resposta a fornecer, aos alunos que já frequentaram o 4º ano na nova escola no ano anterior. Assim, os resultados não poderiam ser mais surpreendentes, especialmente por serem divulgados pelo próprio Conselho Executivo, iludindo propositada e deliberadamente a argumentação dos pais. O que pensam os 68 alunos da sua sala de aula?

  • (24%) - Boa/Muito Boa;
  • (35%) - Bonita/Gira;
  • (10%) - Grande/Espaçosa;
  • (7%) - Com Mais/Muitos materiais;
  • (4%) - Confortável;
  • (26%) - Quente (devem referir-se à primavera, quando foi o inquérito);
  • (7%) - Devia ter cortinas;
  • (9%) - Gosto;
  • (21%) - Pequena;
  • (16%) - Tem muita luz, é luminosa;
  • (1%) - Fantástica;

Não contente com esta majestosa lição dada aos pais reclamantes, ainda é fornecido na justificação aos mesmos o resultado das 15 respostas (descritivas) obtidas à pergunta “Porque é que gostas de andar nesta escola?”, supondo-se que foi feita alguma pergunta antes do tipo “Gostas de andar nesta escola?”, ficando os pais a saber que apenas 22% dos alunos responderam positivamente.

Eis pois como a insensibilidade na gestão da coisa pública pode minar a cada dia o funcionamento de vários subsistemas, com implicações directas e indirectas no futuro das gerações seguintes, sem que ninguém seja responsabilizado, como se de um mal menor se tratasse, menor mesmo que uma piada contada (ainda que por um professor) sobre algum político.