Passos
Coelho beneficia junto do eleitorado da sua notoriedade, assente numa imagem de
seriedade, responsabilidade, persistência e dedicação desinteressada às causas
do país, que coloca acima dos interesses pessoais e do partido ao qual preside,
numa performance de contribuição patriótica à construção de um futuro melhor
para as gerações vindouras. Sendo conhecido o protagonista e reconhecidas as
suas qualidades, resta encontrar a mensagem sobre o conteúdo das propostas
alternativas à governação para gerar o compromisso e ganhar a confiança do
eleitorado.
Trata-se
de uma iniciativa que exigirá dos dirigentes regionais e locais do PSD um forte
contributo de acompanhamento e reforço da mensagem, mais ajustada às
preocupações e expectativas do eleitorado alentejano, com igual objectivo de
ampliar substancialmente a confiança do mesmo numa solução alternativa de
representação junto das instâncias políticas nacionais. Uma parte substancial
desse trabalho está a ser desempenhada com reconhecida dinâmica e sustentação
pelo deputado eleito pelo distrito de Évora à Assembleia da República, havendo
que completar o percurso de terreno com dirigentes do PSD que gozem de elevada reputação
pessoal e conceituação técnica e política junto do eleitorado.
Isto
é, a confiança que o PSD gerará junto do eleitorado alentejano, enquanto
solução alternativa à governação nacional e à defesa e representação dos
interesses e expectativas regionais será tanto maior quanto maior for o reconhecimento
do mérito dos protagonistas regionais em domínios chave do desenvolvimento como
as questões do ordenamento do território e os mecanismos estruturantes da
geração de emprego, onde se destaca a importância da dimensão agrícola na
economia regional, as medidas de valorização dos recursos endógenos e do
território, a promoção da empregabilidade e da qualidade do emprego, entre
outras. Tenho alguma convicção de que não bastará apresentar pela rama estes
temas ao eleitorado, para ganhar a sua confiança, antes sendo imprescindível
dominá-los profundamente, conhecer por experiência própria os seus mecanismos
internos e, mais ainda, ser aceite e reconhecido como competente e nas defesa
dos mesmos, pelos principais atores regionais, individuais e associativos,
potenciais promotores de iniciativa nestes domínios de intervenção.
O
leque dos domínios de propostas alternativas à governação, do ponto de vista
regional, não dispensará por certo as propostas no âmbito do acesso a um
sistema de saúde moderno e de qualidade, o combate às desigualdades e à
exclusão social, a valorização das pessoas através da educação e do
conhecimento, a fixação da população e a atracção de novos habitantes jovens,
entre outros, para os quais há que demonstrar igualmente elevadas competências
de construção, apresentação e defesa de propostas ancoradas na dimensão
regional.
No
fundo, ganhar a confiança do eleitorado, exige a construção de propostas
sólidas, credíveis, rigorosas e oportunas, mas igualmente a defesa das mesmas
por quem seja visto para além da honestidade, do género, da aparência ou da
preocupação com o funcionamento das estruturas partidárias, às quais esse eleitorado é
alheio e nas quais rejeita participar. É na sociedade civil, empresarial,
institucional e associativa que deve ser conquistado o mérito das propostas e
não nas estruturas internas aos partidos, pois se assim fosse, o PCP com as sua
extensa e organizada máquina seria governo há muito tempo, ao passo que o PP
nunca lá teria chegado, por contraste de exiguidade organizativa. Não
compreender isto, é não compreender as expectativas do eleitorado, nem os
mecanismos da política nacional.