2016-10-28

CONSTRUIR UMA ALTERNATIVA DE CONFIANÇA NO PAÍS E NO ALENTEJO


O Presidente do PSD, bem, fez-se à estrada para divulgar, por todo o país, as propostas alternativas do partido ao Orçamento de Estado que o actual governo apresenta, ou seja, quais as medidas que teriam sido incluídas no OE2017 se fosse ele o Primeiro Ministro em exercício. Trata-se de um propósito dirigido não apenas à animação do partido, mas especialmente focado no eleitorado, cujos níveis de confiança haverá que manter e, aumentar substancialmente, para que o PSD possa ser encarado como alternativa de governação sólida e credível, num horizonte de curto ou médio prazo.
Passos Coelho beneficia junto do eleitorado da sua notoriedade, assente numa imagem de seriedade, responsabilidade, persistência e dedicação desinteressada às causas do país, que coloca acima dos interesses pessoais e do partido ao qual preside, numa performance de contribuição patriótica à construção de um futuro melhor para as gerações vindouras. Sendo conhecido o protagonista e reconhecidas as suas qualidades, resta encontrar a mensagem sobre o conteúdo das propostas alternativas à governação para gerar o compromisso e ganhar a confiança do eleitorado.
Trata-se de uma iniciativa que exigirá dos dirigentes regionais e locais do PSD um forte contributo de acompanhamento e reforço da mensagem, mais ajustada às preocupações e expectativas do eleitorado alentejano, com igual objectivo de ampliar substancialmente a confiança do mesmo numa solução alternativa de representação junto das instâncias políticas nacionais. Uma parte substancial desse trabalho está a ser desempenhada com reconhecida dinâmica e sustentação pelo deputado eleito pelo distrito de Évora à Assembleia da República, havendo que completar o percurso de terreno com dirigentes do PSD que gozem de elevada reputação pessoal e conceituação técnica e política junto do eleitorado.
Isto é, a confiança que o PSD gerará junto do eleitorado alentejano, enquanto solução alternativa à governação nacional e à defesa e representação dos interesses e expectativas regionais será tanto maior quanto maior for o reconhecimento do mérito dos protagonistas regionais em domínios chave do desenvolvimento como as questões do ordenamento do território e os mecanismos estruturantes da geração de emprego, onde se destaca a importância da dimensão agrícola na economia regional, as medidas de valorização dos recursos endógenos e do território, a promoção da empregabilidade e da qualidade do emprego, entre outras. Tenho alguma convicção de que não bastará apresentar pela rama estes temas ao eleitorado, para ganhar a sua confiança, antes sendo imprescindível dominá-los profundamente, conhecer por experiência própria os seus mecanismos internos e, mais ainda, ser aceite e reconhecido como competente e nas defesa dos mesmos, pelos principais atores regionais, individuais e associativos, potenciais promotores de iniciativa nestes domínios de intervenção.
O leque dos domínios de propostas alternativas à governação, do ponto de vista regional, não dispensará por certo as propostas no âmbito do acesso a um sistema de saúde moderno e de qualidade, o combate às desigualdades e à exclusão social, a valorização das pessoas através da educação e do conhecimento, a fixação da população e a atracção de novos habitantes jovens, entre outros, para os quais há que demonstrar igualmente elevadas competências de construção, apresentação e defesa de propostas ancoradas na dimensão regional.

No fundo, ganhar a confiança do eleitorado, exige a construção de propostas sólidas, credíveis, rigorosas e oportunas, mas igualmente a defesa das mesmas por quem seja visto para além da honestidade, do género, da aparência ou da preocupação com o funcionamento das estruturas partidárias, às quais esse eleitorado é alheio e nas quais rejeita participar. É na sociedade civil, empresarial, institucional e associativa que deve ser conquistado o mérito das propostas e não nas estruturas internas aos partidos, pois se assim fosse, o PCP com as sua extensa e organizada máquina seria governo há muito tempo, ao passo que o PP nunca lá teria chegado, por contraste de exiguidade organizativa. Não compreender isto, é não compreender as expectativas do eleitorado, nem os mecanismos da política nacional.

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