O PEC agora apresentado vem reduzir os apoios sociais e aumentar os impostos, castigando uma classe média que tem a maior carga fiscal alguma vez vista, a braços com um nível de endividamento bancário pioneiro em Portugal e a ameaça de subida das taxas de juro ainda este ano.
Como chegámos aqui já sabemos: estímulo ao gasto de tudo o havia em casa e nos bancos ao longo de 6 anos de guterrismo sem proceder a qualquer reforma estrutural da economia e da Administração Pública, em tempo de vacas gordas, ilusão dos portugueses, com objectivos eleitoralistas e de conquista do poder a todo o custo, com o socratismo. Pedir agora responsabilidades partilhadas aos portugueses para ministrar um paliativo a um país bem doente nas suas finanças públicas e na sua economia, resultado das desastradas e irresponsáveis políticas socialistas ao longo de 15 anos, é descaramento.
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Ao contrário do que nos querem fazer crer, não são os efeitos da crise internacional os que mais contribuíram para a degradação da economia nacional, mas sim outros factores como o descontrolado despesismo eleitoralista do segundo semestre de 2009. Passadas as campanhas eleitorais, a ilusão de um país rico, alimentada pela governação rosa, deu lugar à dura realidade (reportada por toda a oposição) de uma economia com uma debilitada base competitiva ao fim de ¼ de século a receber regulares injecções massivas de capital dos fundos comunitários, que gasta mais do que produz, a cada dia mais pobre e endividado e que vive acima das suas possibilidades, que viu fugir boa parte do IDE que em tempos atraiu, sem esperanças que o mesmo regresse.
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A derrapagem das parcerias público-privadas em 30% só em 2009, as obras de fachada e “show off”, o empolamento da estrutura dirigente da Administração Pública directa e paralela, através de novos institutos, fundações e estruturas de missão para encaixar os boys que agora defendem pedir-se à classe média e aos mais pobres, sacrifícios que sustentem os privilégios que muitos deles nunca justificaram merecer pela competência técnica e profissional, eis o contributo da governação socialista para o caos que ameaça o nosso futuro.
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A falta de coragem em retratar a realidade ao eleitorado, trocando-a por um ilusório optimismo sem sustentação, que empurrou as famílias para níveis incomportáveis de endividamento, impulsionado pelo consumo interno efémero sem cimentar competitividade na economia, foi durante todo o Guterrismo denunciada como hoje por Medina Carreira, a quem o Governo (composto por muitos dos actuais Ministros e Secretários de Estado) ignorava e continua, varrendo para debaixo do tapete os desastrosos resultados da sua insensatez, que hoje e amanhã vamos pagar, com o PEC recente.
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Poderia Portugal ser hoje diferente? Sem dúvida, mas não poderíamos ter tido ontem nem hoje tantos vendedores de banha da cobra a desbaratar os recursos a que acedemos, comprometendo o nosso futuro. E, acima de tudo e desde logo, teríamos que ter sido bem mais exigentes na selecção dos timoneiros que arriscam o naufrágio. A ameaça de catástrofe que se abateu sobre nós era evitável, porque havia outros caminhos, outras opções, outros rumos, outros partidos e outros governantes.
Agora, alguém tem de pagar a irresponsabilidade da governação. Seremos nós mas, parece que poucos se incomodam de pagar continuadamente por um mau serviço. Apesar da necessidade de acelerar a convergência da economia portuguesa, prevê o PEC apresentado que seremos os que menos crescem na União Europeia até 2013, mas o Governador do Banco de Portugal revê logo de seguida em baixa tal estimativa, já para este ano.
Antes, elogiou o rigor e anunciou a credibilidade do PEC e durante tantos anos, só viu coisas positivas na governação socialista. Palavras para quê?