- 1º eqívoco: as políticas são definidas pelo Governo, traduzidas em planos de acção e medidas concretas pelos Ministérios, sustentadas em argumentação técnica e científica sempre que possível, seleccionadas por opções políticas. Quem se pronuncia sobre tais decisões, seja como cidadão, como agente ou actor político ou mesmo como membro de classe implicado pelo sistema de forma mais directa, não deverá constituir o alvo a abater pelos que se sentem prejudicados por tais medidas. Quem não o entende, não presta um contributo positivo à suposta defesa dos interesses daqueles em nome de quem se pronuncia;
- 2º equívoco: quando alguém se debruça sobre este tipo de matérias e decide pronunciar-se sobre elas publicamente, sustentando a sua argumentação no debate das ideias, não merece ser objecto de respostas de natureza pessoal, ofensivas e indignas de quem as corporiza, humilhando muito mais este que o primeiro, pelo carácter agressivo que se lhes coloca. Quem à discussão de ideias responde discutindo coisas mundanas ou, pior ainda, pessoas, desce ao mais baixo nível que se possa admitir em qualquer classe profissional. Quem não o entende, não presta um contributo positivo à suposta defesa dos interesses daqueles em nome de quem se pronuncia;
- 3º equívoco: quem assume tomar publicamente posição (o contrário da neutralidade indiferente de quem pretende passar pelos intervalos da chuva e parecer sempre bem com todos) sobre as matérias que afectam os modos de vida quotidianos e a nossa organização social, económica ou política, expõe-se publicamente à discordância, à oposição e mesmo, não raro, ao ressentimento de certas pessoas individuais ou colectivamente organizadas que não só não se revêem nas posições expressas como se sentem de certa forma afectados ou ao mesmos ameaçados pelas mesmas. Dada a existência de algum grau de organização colectiva da categoria profissional a que pertençam, tendem a seleccionar, incentivar e investir um dos seus membros mais visíveis e vulneráveis às debilidades que eles mesmos sentem ver expostas, na missão de resposta ao "estranho". Ao desferir o ataque contra o suposto agressor externo, o eleito provoca uma reacção de simpatia momentânea em seu benefício, criando-lhe a ilusão de uma concordância alargada com a sua posição geral no seio da classe, com a sua pessoa ou com as ideias que o mesmo decide não discutir, continuando o substancial das questões anteriormente colocadas, por discutir. Este é outro equívoco. Quem não o entende, não presta um contributo positivo à suposta defesa dos interesses daqueles em nome de quem se pronuncia.
2006-03-26
CURIOSIDADE PELAS REACÇÕES DE ALGUNS PROFESSORES
2006-03-25
UMA FALSA QUESTÃO DE RECIPROCIDADE ANEDÓTICA
ANTIGOS (E ETERNOS) PARADIGMAS DO MERCADO DE TRABALHO PORTUGUÊS
2006-03-23
ALGUMA COISA DE NOVO QUE ME ESTEJA A ESCAPAR, OU CONTINUARÁ TUDO NA MESMA?
2006-03-19
2006-03-18
HÁ FILHOS E ENTEADOS! E também parece haver intocáveis.
AS BARBAS DO MEU VIZINHO JÁ ESTÃO A ARDER
É ASSIM QUE NOS VÃO (DES)GOVERNAR?
2006-03-15
MUDAM-SE OS TEMPOS... E AS REACÇÕES
POVO ESTE QUE NÃO SE GOVERNA NEM SE DEIXA GOVERNAR?
- Que todos os outros tenham que ser submetidos a avaliação de desempenho? Quero lá saber, isso é para a função pública em geral, desde que não seja eu nem os meus colegas, não é matéria que me afecte;
- Que a idade da reforma tenha que ser aumentada para sustentar o pagamento de reformas futuras de quem ainda trabalha e desconta para a minha reforma que já aí está a chegar? Isso não é para já, pois o que me interessa é que esse aumento não ocorra nos próximos tempos, para que eu me possa reformar rapidamente, porque as reformas dos outros não me interessam;
- Que a previdência está falida? Quero lá saber, eu sou funcionário do Estado e ele tem que pagar a reforma. Se não chegar para todos, que fiquem os que trabalham para as empresas privadas a arder;
- Que alguém possa questionar o meu desempenho? Mas quem julgam eles que são? Com que direito? Percebem alguma coisa do assunto? Deveriam perceber que quem me paga é o Estado, não são eles, nem é com os seus impostos;
- Que todos deve assumir a sua quota parte na falência do sistema e reflectirem sobre o que podem fazer para o melhorar, de forma aberta e aceitando os contributos dos agentes e actores influenciadores do contexto? Não estão a ver bem o assunto: a culpa é dos sucessivos Governos, que só tomam medidas que prejudicam o funcionamento do sistema. Apesar de já terem sido tomadas medidas em todas a direcções e sentidos, não se consegue encontar uma única que não tenha prejudicado o sistema. Por outro lado, há agentes no sistema a quem nunca se poderá atribuir qualquer responsabilidade pelo funcionamento ou resultados do mesmo, porque na verdade, o sistema é assim mesmo, é o sistema e o resto é conversa;
- Que há pessoas que não se serviram da política nem dela nunca necessitaram para alguma coisa? Não acredito que a malta que anda para aí a levantar a coroa feitos espertos, que alguma vez conseguissem alguma coisa pelos seus próprios meios, não fosse a política. Isso é bom para mim, porque eles são sim uns medíocres que só sabem é dar palpites bacocos sobre o desempenho profissional da minha classe, porque têm inveja de não pertencerem a ela;
- Que há pessoas que reflectem sobre as coisas de forma desinteressada e são capazes de apoiar medidas e reformas, independentemente de quem as executa, por considerarem a sua justeza e necessidade para o futuro das próximas gerações, da melhoria do sistema e do país? Não acredito, essa malta tem é interesses pessoais e por isso há que tratar de lhes responder com ataques à sua pessoa e à sua vida profissional, para eles aprenderem a ficarem calados, porque o país está farto dessa malta que só atrapalha.
2006-03-12
A ESCOLA GUTERRISTA CONTINUA FIRME ...
NADA EXPLICA MELHOR A REACÇÃO AOS "CARTOONS":
DESPREZÍVEL ...
SÓ 100?
SANTINHO COM PÉS DE BARRO ...
AGUARDO ANSIOSO PELO DESMENTIDO!
NOTÍCIA COM TÍTULO INCOMPLETO.
2006-03-09
NÃO É SIMPÁTICO DE DIZER, MAS... A VERDADE É CONHECIDA!
- Que o alargamento da prestação lectiva (em carga horária) prevista os prejudica, sem que tenha sido avançado qualquer outra alternativa à mais que justificável necessidade de maior ocupação dos alunos com actividades extra-escolares, no espaço da escola;
- Que um professor, no topo da sua carreira, não tão mal remunerado como há duas décadas atrás (no quadro remuneratório da função pública) perdeu as competências adquiridas para desenvolver outras actividades (que não as lectivas) com os alunos. Desconfia-se desde logo que ainda mantenha competências para dar explicações em casa ou que esteja disponível para ministrar formação profissional remunerada pelo FSE no horário que a escola lhe foi reduzindo... Será isso justificável e defensável?
Será razoável tal atitude quando os professores conhecem as directivas comunitárias em vigor sobre a necessidade de aumento não só dos anos de vida activa ao nível profissional, bem como o momento que se vive na Alemanha em que várias categorias profissionais aceitam de forma crescente o aumento dos seus horários diários de trabalho sem compensação monetária? A mesma necessidade chegará a Portugal sob pena de, professores e outros funcionários do estado, não conseguirem ver assegurada a sua reforma... Ou haverá ilusões sobre alguma limitação apenas aos trabalhadores do sector privado, precisamente aqueles que contribuem para as remunerações dos funcionários do sector público?
Será defensável esta atitude face aos resultados mais que evidentes da falência (e urgente necessidade de revisão total) do actual modelo educativo, bem como do sistema, o qual muitos gostam de referir ser o único responsável pelos resultados? Não chega já de atribuir sempre as culpas ao sistema e ao seu funcionamento (nunca aos seus principais agentes e actores) como escapatória de diluição da responsabilidade própria?
O sistema funciona mal? Sem dúvida. Proponham os professores alterações, após identificarem qual a quota de responsabilidade que lhes cabe; Mas, por favor, não mandem folhetos para casa dos pais de alunos do 1º ciclo do ensino básico sobre as "14 regras para os pais desrespeitarem", sob pena de os pais devolverem nas costas dos folhetos um número substancialmente maior de regras para os professores cuprirem, que certamente envergonhará alguns professores quando receberem o seu vencimento no final do mês.
Os pais são agora os grandes culpados do mau funcionamento do sistema? Os sindicatos já perderam a capacidade de luta e reivindicação (credível e construtiva) junto dos Governos? Os Governos deixaram de ouvir a "cassete de sempre" que apenas reivindica a defesa de interesses de classe sem preocupações com o facto de os resultados do funcionamento do sistema a que pertencem ser cada vez pior?
É por isso que algumas escolas aconselham agora os pais a não deixarem os seus filhos na escola, sob pena de no dia seguinte os alunos não quererem regressar à mesma? Então quem foi que transformou a escola nessa instituição supostamente (assim considerada por tais professores) como repulsiva? Não foram certamente os pais.
E como se sentiriam, enquanto pais, os professores que recebessem tal folheto em casa? Como eu? E diriam o quê? Nada? Não acredito... sob pena de não contribuirem para a melhoria do funcionamento do sistema a que ambas a categorias pertencem (pais e professores).