2013-10-31
QUE SE LIXEM OS QUE PRETENDEM AFUNDAR O PAÍS DE HOJE, O NOSSO FUTURO E O DOS NOSSOS FILHOS!
À
medida que surgem os sinais de confirmação da saída de Portugal da recessão
técnica vigente no período de ajustamento financeiro e económico ditado pelo
resgate internacional a que a governação socialista nos conduziu, parece
aumentar a contestação sindical estimulada e manipulada por uma certa esquerda
radical, pouco respeitadora da legitimidade que as eleições conferem aos
governantes nacionais, pois nas autarquias, quando se trata de vitórias suas,
já a legitimidade será considerada de outra forma.
Ouvem-se
na rua os gritos de contestação à troika, a qual se manda lixar a viva voz e
pede-se a sua saída de Portugal, com o argumento de que dessa forma se
recuperaria soberania financeira. Confesso não entender, tendo em conta que os
juros que pagamos pelos empréstimos concedidos pela troyca (1,5%), são bem mais
favoráveis do que quaisquer outros quando, em 2011, todos os financiadores
externos nos fecharam a torneira do crédito. Pode acrescentar-se o fato de os
défices das administrações públicas terem ficado quase 3.000M€ abaixo do limite
estimado pela execução orçamental dos primeiros 9 meses deste ano, ou ainda que
a economia portuguesa cresceu 0,5% no 3º trimestre de 2013, face ao anterior.
Ainda
assim, os sinais parecem indiferentes a uma certa esquerda radical e
anti-democrática que sai à rua pedindo a saída da troyca, o perdão da dívida e,
em consequência, a saída do Euro. No fundo, o que se pede é o colapso total do
nosso país, um reset que nos
conduziria à total anarquia social e económica, terreno propício à ascensão de
modelos totalitaristas que conhecemos, sem qualquer sucesso evidenciado, do
outro lado de um muro que caiu em 1989.
A
esquerda que sai à rua a exigir o colapso da economia e da sociedade
portuguesa, rejeita o aumento de impostos e ao mesmo tempo a redução da
despesa: no fundo, o impossível. Qual a alternativa? Sacudir a troyca e
declarar a falência, pois sem a mesma, ficaríamos com autonomia financeira para
um limite de 1 ou 2 meses de pagamento de salários e de pensões do Estado. O
que move pois esta gente que pretende deliberadamente rebentar com o presente e
com o futuro do país e comprometer todas as gerações seguintes? Não é difícil adivinhar
…
Na
verdade, o modelo de facilitismo consumista que fez crescer (ainda que de forma
insignificante) a economia nacional ao longo dos últimos 15 anos de governação
socialista, sustentado pelo assédio bancário para recurso ao crédito barato,
afetou uma significativa franja da sociedade portuguesa, com especial
incidência nas classes sociais menos favorecidas e nas classes média e
média-baixa, que se veem agora em dificuldades para cumprirem as suas
obrigações contraídas no âmbito do crédito ao consumo, mais ainda quando
diminui a cada dia o rendimento disponível, por via das medidas de política que
forçam a poupança ou a limitação do consumo das famílias.
Mas,
compreender as motivações, não significa desculpar os comportamentos, pelos que
será impossível aceitar o branqueamento da responsabilidade dos consumidores excessivos
de bens supérfluos e de crédito bancário, em parte responsável pela crise em
que estamos, como se a mesma nunca tivesse existido e se possa retomar o
caminho interrompido, no mesmo nível que tal aconteceu. Tal falsidade e demagogia
é uma perfeita ilusão, correspondente a uma alegada possibilidade de perdão da
dívida, que (mesmo a ser possível) nunca beneficiaria a sociedade no seu todo,
nem o futuro dos nossos filhos, mas apenas os próprios protagonistas e, mesmo
assim, de forma apenas fugaz, pois retomariam de forma imediata a espiral de
irresponsabilidade que nos trouxe até aqui.
O
nivelamento da sociedade portuguesa não pode fazer-se por baixo, pela
mediocridade e pelo empobrecimento que alimenta certas ideologias
totalitaristas, mas antes pela ambição de elevação dos níveis de exigência e
pelo upgrade económico, social e político, a bem dos nossos filhos.
2013-10-26
AUTÁRQUICAS 2013 E ORÇAMENTO DE ESTADO PARA 2014: PREVISÍVEL E QUASE INEVITÁVEL, RESPETIVAMENTE
Os resultados das recentes eleições autárquicas no
Alentejo resultaram num previsível recuo do PS em vários concelhos, em
benefício da CDU. Recorde-se a campanha eleitoral autárquica de 2009, a seguir
à ilusória campanha legislativa pouco mais de um mês antes, durante a qual os
portugueses rejeitaram o assustador realismo do discurso de Manuela Ferreira
Leite, em troca da ilusória demagogia de Sócrates, com efeito arrastador nas
eleições autárquicas, a favor do PS. O resultado da governação nacional do PS
viu-se 2 anos depois e o da governação local, em 2013. Previsível.
Muitos alentejanos deixaram-se arrastar pela onda socialista
rosa florida, em plena crise, estafadora de um discurso irrealista e fantasioso
que prometia o impossível céu na terra, bem mais sedutor do que a prudência da
CDU, instalada em vários municípios que acabou por perder. Em 2013, alguns
deles foram recuperados pela CDU, diretamente ao PS, tal como aconteceu em Vila
Viçosa, em Beja e, com um ciclo mais longo mas de igual resultado, em Évora.
Os 3 casos apontados têm em comum várias coisas que
convém ter em atenção: a primeira é a da constatação da incompetência dos
autarcas socialistas em executarem o mandato de esperançada mudança que os
eleitores neles confiaram, tendo gerado uma enorme desilusão que conduziu os
eleitores ao regresso à origem, de forma imediata ou mais dilatada, mas sem
interregnos. É obra do PS, que não se pode queixar de nada mais do que falta de
habilidade, de incompetência e de arrogância dos seus autarcas derrotados.
Já agora, convirá uma nota breve sobre os candidatos
socialistas reformados que perderam a junta de freguesia da Senhora da Saúde e
Bacelo, em Évora, que já consideravam deles, com excesso de confiança e
evidente arrogância, à qual o eleitorado não foi alheio. Pior do que não ganhar
uma CM a que somos candidatos, de forma desprendida, com programas sérios,
realistas e sem pretensões de apropriação pessoal, imagino que seja perder uma
junta de freguesia que já se considerava mobília do PS, ou talvez fosse este
que considerasse os eleitos já como mobília. Certo é que os eleitores, nem
sempre respeitados por alguns candidatos do PS eborense, mudaram a mobília e
deixaram alguns …inhos sentadinhos durante algum tempo. É a vida… como diria o outro
vosso conhecido.
Voltando atrás, um segundo fator a reter nas mudanças e
reposições de gestão autárquica nos concelhos enunciados, parece decorrer de uma
tendência comum: a mobilidade do eleitorado do PSD e de muitos dos seus
militantes, num ou noutro sentido, mas nunca em benefício e antes sempre
alheios às candidaturas do próprio PSD nesses concelhos.
Nesse eleitorado do PSD, para além dos simpatizantes, há
também os militantes, com deveres de participação em prol do partido mas que,
qual permanentes contestatários de todos os dirigentes locais, regionais e
nacionais, primam por apoiar sempre todos os que sejam contra o PSD, em
qualquer lugar e circunstância. Recusam integrar listas, recusam defender o
governo do PSD quando este (por fugazes períodos governa, …), e contestam
publicamente o OE para 2013, 2014,...
Se é incompreensível a posição de contestação da oposição
(em especial do PS) ao OE para 2014, pior ainda é o desafio de aceitar a
suposta bondade dos militantes do PSD que se querem arvorar em arautos de um
suposto descontentamento interno, quando criticaram o OE2013 porque carregava
brutalmente nos impostos, da mesma forma que criticam o OE2014 porque reduz
substancialmente a despesa pública. Não se entendem (nem eles próprios), qual a
alternativa.
Com ou sem acordo ortográfico, só há uma forma de dizer isto:
o OE2014 é quase inevitável, em elevada medida, enquanto consequência da
governação de um “estupor” e um “filho da mãe” socialista português, não alemão
ou de outro partido ou país quaisquer. O mesmo que ganhou eleições com votos de
simpatizantes e militantes do PSD, silenciosos durante os quase 7 anos da sua
desastrosa governação, mesmo nos jornais onde hoje escrevem contra o governo
atual, como se este governo que pretende resgatar o país, fosse pior que aquele
que o afundou. Estranha gente …
Por isso é que estamos perante um OE de ajustamento e de
austeridade. Por culpa de ambos.
Trata-se de um orçamento que evita a redução precipitada
e o despedimento de funcionários do Estado, antes reduzindo um pouco do salário
a todos com garantia de alguma equidade nos sacrifícios, o que parece ainda
assim estranho a muitos sempre inconformados, quer se corte nas pensões,
isenções fiscais, salários.
Aqueles
que não entendem isto ou não o querem entender, principalmente dentro do PSD,
apenas estarão a abrir as portas ao regresso branqueado dos que nos levaram à
beira do abismo e ao próximo e inevitável passo, por ação dos mesmos, de
bancarrota, saída do Euro e arrastamento para um irremediável default que
pesará sobre os nossos filhos e do qual dificilmente os filhos deles
recuperarão em condições de vida semelhantes às nossas.
Resta
saber as motivações de alguma desta gente (do próprio PSD, porque as da
oposição externa já conhecemos): se por convicção social democrata, se por
defesa dos interesses instalados, se por guerrilha interna, se por feitio de
contestação permanente a tudo, a todos e a si próprios, se por falta de
estatura, de estrutura, de estatuto,…
Subscrever:
Mensagens (Atom)