2006-09-22

ÉVORA MERECE UMA CÂMARA MUNICIPAL QUE FUNCIONE MELHOR

Ao fim de 5 anos na gestão da Câmara de Évora, o único balanço que pode ser feito sobre o funcionamento dos serviços municipais é o do seu bloqueio e inércia, provocados pelo PS.
Atente-se nos utentes que aos serviços municipais se dirigem diariamente para esclarecimentos, resolução de problemas quotidianos, para apresentação de projectos de construção, ... As queixas são mais que muitas, quotidianas e repetidas.
Já uma vez apresentei ao Presidente da Câmara de Évora, em sessão de Assembleia Municipal, esta percepção de insuficiência funcional, decorrente dos contactos que diariamente estabeleço com munícipes e os mesmos comigo, os quais desabafam a sua desilusão, desespero e mesmo indignação.
Não será difícil adivinhar a resposta de um Presidente de Câmara arrogante e pouco dado a ouvir reclamações ou sugestões, com a escola de formação política que teve, a entender como ataques da oposição, como se a mesma não representasse eleitores: a oposição elegeu 4 vereadores e o PS apenas 3, nas últimas eleições autárquicas.
O resultado é o de uma degradação do funcionamento da CME, apesar de o número de Departamentos Municipais ter mais que duplicado e o número de Chefias de Divisão ter aumentado em 1/3 desde que o PS ganhou a Câmara de Évora.
No ano passado, foi o que se viu com a abertura das escolas do 1º ciclo no concelho: um desastre (basta ver os posts deste blog no mês de Setemro de 2005). O que melhorou em 2006? Nada; antes piorou a situação, sendo ainda mais amplos e graves, para além de menos desculpáveis e aceitáveis, os erros, faltas, omissões e incapacidade da Câmara de Évora em matéria de gestão do parque escolar.
Vem esta crítica ao funcionamento dos serviços municipais de Évora (agora substancialmente ampliados em número de Departamentos e Divisões) por aquilo que presenciei hoje na Escola Básica do Rossio, em Évora, não resultando de qualquer denúncia ou queixa de outros munícipes que possa representar politicamente.
Imagine-se que, na referida escola da cidade de Évora (cidade à qual o PS prometeu trazer a excelência, começo agora a perceber a mediocridade dos parâmetros utilizados), um alarme (daqueles bem sonantes que existem para serem ouvidos a larga distância) disparou por volta das 10 horas da manhã em consequência de comportamento menos aceitável de algum miúdo, o que levou de imediato ao disparo de telefonemas para a CME com vista a que os serviços pudessem proceder ao silenciamento do estridente e insuportável toque.
Quando fui buscar a minha filha à escola, já depois das 15,30 horas, informaram-me que tinham acabado de desligar o referido e incomodativo toque, altura em que os serviços municipais conseguiram (apesar de terem agora menor campo de intervenção funcional em consequência de terem sido criadas várias empresas municipais, à boa moda do esbanjamento socialista), com grande sacrifício imagino, deslocar-se ao local.
Entretanto, esteve uma escola inteira submetida, durante mais de 5 horas, ao toque permanente de um alarme. Imagine-se só como estavam as crianças (uns choraram durante largo período, outros queriam fugir da escola, outros queriam chamar os pais ...), os professores (desesperados por não poderem desenvolver actividades normais com os alunos) e os funcionários.
Tudo isto enquanto o Presidente e os vereadores do PS na CME estavam a fazer "show-off" para as câmaras de televisão no salão nobre dos paços do concelho com o Secretário de Estado do pelouro, indiferentes ao (não)funcionamento de um órgão que deveriam dirigir, conforme ditaram os resultados eleitorais que todos respeitam (ao que parece, só o PS não o faz, como revelou no recente caso das eleições para a RTE).
Ao nível do caos que está instalado em Évora quanto ao funcionamento das escolas, já não tenho mais palavras, porque todos os dias, todos os meses, repetidamente todos os anos, os mesmos erros acontecem ampliados e são denunciados, sem que a CME revele qualquer intenção de os corrigir.
Ainda poderia alimentar a esperança de que, com 5 anos de gestão municipal, por acaso ou consciência de que 5 anos é substancialmente mais que 5 meses, o PS se dedicasse a cumprir alguma das promessas com que iludiu o eleitorado apenas com a finalidade de conquistar o poder, o que já representaria algum contributo positivo, ainda que escasso, para a construção do futuro da cidade.
Mas, como referia em tempos João César das Neves num dos seus artigos no DN, os incompetentes nunca melhoram o seu desempenho, pelo facto de revelarem não possuir competência para reconher a sua própria incompetência.
Decididamente, o PS revelou, ao fim de 5 anos, não ter competência para gerir Évora.

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