Manuel Arroja, director-executivo da empresa de recrutamento Michael Page International Portugal, explicava há pouco tempo num jornal nacional as razões porque alguns idiomas são preferidos pelas empresas. «O inglês é uma língua que se pode considerar universal. O espanhol devido à iberização do mercado é cada vez mais solicitado como segunda língua. As empresas, muitas delas têm neste momento a sua sede ibérica em Espanha onde não só estão os directores gerais, como também algumas áreas de suporte». No futuro, o responsável considera que continuarão a ser estas as línguas mais importantes.
Ora, vá-se lá saber porque carga de razão, continua o francês a ser a língua mais escolhida pelos alunos de algumas escolas de Évora, ainda que as mesmas já ofereçam a opção de espanhol?
Só pode ser, a meu ver, por ignorância ou teimosia dos pais (alguns têm ainda aquela incompreensível atitude de rejeição de tudo o que vem dos nuestros hermanos, menos os produtos que compram nos hipermercados), a que se associará algum interesse corporativista dos professores de francês (excedentários desde há muito, como se sabe) que influenciam igualmente as opções dos alunos.
A questão de fundo é no entanto a das consequências dessas escolhas em termos de oportunidades de emprego futuro, ou da falta delas. Será o governo sempre o principal responsável pelo desemprego, num mercado tão aberto e liberal como aquele em que vivemos hoje e onde, perante ofertas diferenciadas teimamos em continuar a escolher erradamente, sabendo que a escolha é errada?
Ou ainda há quem escolha e opte convencido que está a escolher a opção certa? Em qualquer dos casos, fico sempre com a sensação que estamos bem pior do que aquilo que julgamos ser o nosso estadio de desenvolvimento.
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