2016-03-11

LOUVÁVEL E OPORTUNA INICIATIVA DA JSD ÉVORA


A Juventude Social Democrata de Évora repetiu as jornadas distritais já antes ensaiadas com sucesso, dedicando as do passado fim de semana a “Construir o Alentejo: património de futuro”, um tema que me parece bem oportuno e de elevado interesse para a reflexão sobre o futuro de uma região cada vez mais envelhecida na base da pirâmide etária e, por isso, mais desertificada.

Para além do papel do poder local na fixação dos jovens, foi o empreendedorismo e a inovação que estiveram em destaque nos trabalhos das jornadas, procurando estimular abordagens inovadoras à geração de iniciativa empresarial e à criação de emprego, o que se afigura bastante pertinente, numa altura em que várias forças políticas procuram incutir na sociedade portuguesa uma regressão à predominância do Estado enquanto gerador de oportunidades, em desprimor da iniciativa privada, nomeadamente da iniciativa individual.

Perante um generalizado crescimento tendencial do desemprego jovem (ainda que qualificado) em consequência da revolução digital e dos seus impactos na matriz económica, do abrandamento do crescimento económico e da sua capacidade de gerar novos empregos, da desregulação dos mercados de trabalho e da emergência de novos modelos e relações de trabalho, para além do défice de qualificações que persiste em resultado do desajustamento na produção de competências, importa olhar para o futuro do trabalho com alguma inovação e iniciativa, que estimule a criatividade individual dos jovens na abordagem, necessariamente diferente, ao mesmo.

Mais do que o lamento da inexistência de empregos ajustados às aspirações dos jovens, à porta do mesmos, ou na sua região de nascimento, ganha relevo a reflexão sobre qual o seu papel, ao nível individual, na procura das competências necessárias a um mercado de trabalho que é hoje global, o qual implica com elevada probabilidade, deslocações, estadias e experiencias profissionais várias, noutras partes do país, da Europa e mesmo do mundo.

Por isso importa estar atento às competências formais e não formais (de índole individual e particular) que são valorizadas cada vez mais num contexto de globalização e de multiculturalidade onde a predisposição para a mobilidade geográfica e profissional são determinantes e incontornáveis atualmente, em que a responsabilidade individual é cada vez maior na gestão do próprio cv e das oportunidades de aprendizagem ao longo da vida, de modo a manter a condição de empregabilidade em permanência.

Perante um mundo cada vez menos mediatizado nas relações de trabalho, o qual tenderá a ser cada vez mais autónomo, isolado e individual, levar os jovens a tomarem consciência do aumento da importância de uma atitude empreendedora na diferenciação e na revelação do seu talento, bem como da necessidade de abordagens inovadoras aos problemas crescentemente complexos com que se depararão no futuro, só pode ser de louvar.

É por isso merecido o reconhecimento à equipa liderada pela Ângela Caeiro pela iniciativa que se deseja ver repetida regularmente nos próximos anos.

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