Os
eborenses serão em breve convocados a escolherem o próximo Presidente da CM de
Évora, que iniciará um novo ciclo político, findos os 12 anos correspondentes a
3 mandatos consecutivos do PS como força política absoluta primeiro e
maioritária depois, desde 2001. Essa será a primeira nota a reter: o pior que
os eborenses poderão fazer, será absterem-se do exercício dos seus direitos,
mas acima de tudo, dos seus deveres como eleitores decisores a quem cabe a
escolha da qual não poderão mais tarde queixar-se apenas pela crítica, se não
tiverem exercido no ato da eleição, a sua opção efetiva.
Ora,
como as eleições são um momento especial que tende a iludir todo o resto dos
mandatos, procurando as candidaturas dirigir a atenção dos eleitores para os
fatos mais recentes, para os últimos 6 meses antes das eleições, importaria
fazer um exercício “à priori” ou “ex-ante” sobre qual o perfil de candidatura
que melhor servirá os interesses da autarquia eborense neste momento, em 2013 e
tendo em vista o horizonte de um novo ciclo político até 2020, correspondente ciclo
europeu do novo QEC (Quadro de Referência Estratégica no âmbito do ciclo
europeu 2020).
Podemos
começar por questionar se o melhor perfil de Presidente do Município será o da
continuidade da gestão dos últimos 12 anos, empenhado nos descalabros e
insucessos da gestão anterior, prometendo agora fazer melhor não se sabe bem o
quê, porque, já se percebeu que a medida de certas candidaturas quanto à
melhoria conseguida é muito parca e que facilmente se reduzirá a uma pedra de
calçada agora desencaixada ou a algum balcão supostamente único num serviço
municipal que não conseguiram por a funcionar melhor em benefício dos
eborenses, ao longo de 12 largos anos.
O
insucesso do PS na gestão da CM de Évora durante 12 anos deve-se apenas à sua
incapacidade e incompetência para governar os destinos do concelho, por um lado
e, por outro lado, a uma total incapacidade e incompetência na gestão da
máquina que é a autarquia em si, a qual em nada funciona hoje melhor que há 12
anos atrás. O mínimo que os eborenses esperariam hoje, passados 12 de vacas
gordas com 8 anos de governação socialista ao nível nacional, seriam a redução
da dívida herdada e uma modernização substancial do funcionamento dos serviços
municipais. Nada disso foi conseguido, nem no primeiro mandato, quando o PS
teve maioria absoluta, nem nos seguintes e, mesmo aí, poderão os eborenses
agradecer ao vereador do PSD as iniciativas que foram levadas a cabo, com
ponderação, responsabilidade e controlo, a partir de 2005.
Esta
é, por outro lado, uma fragilidade da candidatura da CDU à CME nestas eleições:
o número de propostas ativas, ou de iniciativa que 3 vereadores da CDU
apresentaram (ou não) nomeadamente durante os últimos 8 anos em que o PS perdeu
a maioria absoluta e ficou representado na CM com os mesmos 3 vereadores que a
CDU. As atas das reuniões da CME, disponíveis no site respetivo da web revelam
apenas uma atitude da CDU ao longo dos últimos 8 anos: uma oposição de rejeição
total contra o PS que governava e contra o PSD que apoiava quando achava
oportuno e do interesse de Évora e dos eborenses.
A
permanente, reiterada e sistemática atitude de rejeição e de oposição negativa
e destrutiva da CDU durante tantos anos, acabou por ser corrosiva até
internamente, ao ponto de este força política deixar de funcionar de forma
coerente e como alternativa, antes dando origem a uma candidatura de alguém de
fora do concelho, já reformado e impedido de se candidatar a outro concelho, da
linha mais ortodoxa do PCP e bem diferente em termos de perfil do ex-presidente
Abílio. Será este o perfil desejado para presidir e gerir um novo ciclo de
futuro para o concelho de Évora?
Em
qualquer dos casos de escolha dos eborenses, pelas candidaturas do PS ou da
CDU, poderão contar com presidentes de CM que apenas desculparão a dívida
acumulada por má gestão própria, vociferando contra o governo que não resolve
os problemas que o PS criou e agravou em Évora, ou então, manifestações de rua
permanentes e uso e abuso dos autocarros da autarquia para transporte dos
funcionários sindicalizados em direção às manifestações da CGTP em Lisboa, caso
fosse a CDU a força vencedora nas próximas eleições autárquicas.
Restam
assim, as candidaturas protagonizadas por independentes associados a forças
políticas, suficientemente desprendidos das estruturas partidárias e que lhes
permitam por um lado, algumas ruturas controladas com o passado dos últimos 12
anos em Évora e, que alarguem por outro lado o leque de abrangência para além
das sedes dos partidos, que se sintam suficientemente à vontade para poderem criticar
e exigir perante os governos (sejam do PSD ou do PS) o cumprimento das
promessas que fazem em campanha e que são determinantes para a vida do concelho
e do Alentejo, como seja a construção do Hospital Regional em Évora, que foi
orçamentado pelo PSD em 2005 e abandonado pelo PS a meio do mesmo ano aquando
das eleições legislativas seguintes.
O
pior que poderia acontecer a Évora e ao futuro dos eborenses, seria que todos
os que criticaram tão severamente ao longo dos últimos 30 anos a subserviência
da gestão municipal à influencia da Rua de Avis ou da Travessa da Alegria, não
valorizem o que nisso, poderá ser diferente nestas eleições por parte de outras
candidaturas, bem mais promissoras.
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