2014-11-05

ORÇAMENTO DE ESTADO E AUTÁRQUICOS


Segundo dados recentes do Eurostat, Portugal registou a maior diminuição de desemprego em termos homólogos na U.E., inspirando o Governo a avançar com um Orçamento de Estado para 2015 bastante ambicioso, apontando ao crescimento económico e ao crescimento do emprego, sem descurar a dimensão social, como seja a proteção dos mais idosos: aumento das pensões para cerca de 1,1 milhões de pensionistas, isenção de taxas moderadoras para mais de 5,5 milhões de portugueses, apetrechamento financeiro do Programa de Emergência Social para combater a pobreza e a exclusão social, manutenção das majorações do subsídio de desemprego para casais desempregados com filhos a cargo e para famílias monoparentais, estendida aos trabalhadores independentes, subsídio esse a assegurar a cerca de 250 mil empresários em nome individual, …

Sobre o desemprego, o INE confirma igualmente através dos dados divulgados na presente semana, que a taxa de 15,5% registada em Portugal no 3º trimestre de 2013, viu o seu valor reduzido em 2,4 pontos para 13,1% no mesmo 3º trimestre de 2014, sendo que, no Alentejo essa quebra foi bem mais expressiva, descendo de 16,1% para 12,6% entre os mesmos 3ºs trimestres de 2013 e 2014. Ou seja, num quadro de substancial dificuldade europeia e nacional de exercício da governação, procurando (re)equilibrar as finanças públicas, reduzir a dívida pública e diminuir o défice, o Governo conseguiu ainda assim diminuir substancialmente o desemprego, cuja escalada parecia não ter fim.
 

É neste mesmo contexto de restrição que as autarquias, incluindo as do Alentejo, apresentaram os seus Orçamentos Municipais para o próximo ano, invocando todas elas as restrições do contexto nacional (que o Governo também padece do mesmo, na conjuntura internacional), as heranças de dívida herdadas dos mandatos anteriores, já que as mudanças de Presidências e/ou de forças políticas afetaram mais de 1/3 das mesmas, que gostariam de fazer muito mais (o Governo também).

Algumas semelhanças mais que é possível encontrar, são a seriedade, realismo e transparência dos orçamentos municipais apresentados, tal como o OE 2015, assentes na prudência que ajudará ao reequilíbrio das finanças, sejam elas locais ou nacionais. Respeitando as opções programáticas dos municípios que são traduzidas nos Planos de Atividades autárquicos para 2015, também se deverão respeitar as opções do governo em funções, fiel às suas promessas ao eleitorado que, só não serão mais simpáticas porque o condicionamento financeiro o não permite. O mesmo acontece nos municípios, a não ser que se pretenda escalpelizar as divergências entre o prometido ao eleitorado e o que agora apresentam em opções para 2015, os executivos municipais, o que seria interessante.


Só não se compreende pois como é que neste quadro de paralelismo entre a elaboração dos Orçamentos de Estado para 2015 e dos Orçamentos autárquicos do Alentejo, vemos ainda assim uma procura de legitimação da desresponsabilização das autarquias do PS e da CDU perante os eleitores, escudada nas políticas do Governo e na gestão municipal anterior, justificando os orçamentos restritivos e de contenção apresentados para 2015 com os mesmos argumentos que contestam ao Governo atual todos os dias, na comunicação social e na rua.

Sem comentários: