A
partir de 2014 e até 2020, Portugal receberá um pacote de 21 mil milhões de € de
fundos comunitários da União Europeia, estrategicamente destinados à promoção e
criação do emprego e ao estímulo à economia e às empresas, especialmente PME,
em detrimento de infraestruturas como estradas e escolas como aconteceu no QREN
que agora termina. A criação de riqueza e de emprego sustentável serão pois as
prioridades para a aplicação de 10M€ por dia.
Para
evitar os atrasos observados com a implantação do atual QREN e o desperdício de
elevado volume de verbas que não foram utilizadas, Portugal foi um dos
primeiros países da União Europeia a entregar à Comissão Europeia a proposta de
acordo para aplicação dos fundos, marcado pelo reforço do FSE, representando
uma aposta clara na valorização das pessoas e das suas competências e uma
descida dos investimentos em infraestruturas e equipamentos, sendo a quase
totalidade das verbas distribuídas por 4 das 7 regiões, entre elas a do
Alentejo, através dos programas operacionais regionais, aos quais serão
alocados 93% dos fundos comunitários a receber.
O Alentejo
verá reforçadas em 42% as verbas disponíveis durante o próximo período de
fundos comunitários a vigorar entre 2014 e 2020, num total de cerca de 1.200M€,
o que representa um verdadeiro desafio para a gestão pública daquele pacote
financeiro bem como para os potenciais promotores de projetos que transfiram os
resultados da sua aplicação para os beneficiários finais, logo a partir do
segundo semestre do próximo ano.
Não
se prevê no entanto que seja fácil e rápido convencer os potenciais promotores
a refletirem sobre as razões explicativas para os fracos resultados de muitos
dos projetos desenvolvidos anteriormente, ao nível dos impactos sobre o
desenvolvimento do território, seja ele económico ou social. Entre esses
promotores, conta-se uma boa fatia de autarquias alentejanas que, ao longo dos
vários quadros comunitários de apoios financeiros se dedicaram quase
exclusivamente à construção de infraestruturas que agora deixarão de ser
prioritárias, devido ao grau de cobertura já atingido com a obra executada até
aqui.
Haverá
assim que estimular uma maior capacidade local e regional de projeção do
desenvolvimento desejável e possível à luz dos recursos financeiros disponíveis
e das ações necessárias e adequadas à sua concretização, junto das autarquias
locais, as quais têm um papel determinante enquanto agentes dinamizadores da
iniciativa pública e estimuladores da iniciativa privada no território.
Ora,
apesar da reiterada ilibação das autarquias locais no contributo para a
situação financeira do país feita pela ANMP, recusando o epíteto de despesismo
aos municípios, não deixam de faltar obras e equipamentos locais de duvidosa
utilidade, de insuficiente exploração e uso, de degradação crescente por falta
de meios para a sua manutenção, de difícil inserção nas dinâmicas de
desenvolvimento regional, ou mesmo de desajustada programação à luz da relação
entre a demografia e a capacidade da rede existente ou em construção.
Convencer
os autarcas alentejanos a pensarem de uma forma mais regional que local, menos centrados
na micro realidade concelhia e mais preocupados com a dimensão alentejana, onde
devem fazer sentido as estratégias locais em função do seu contributo para o
conjunto, será o grande desafio da gestão pública regional dos fundos
comunitários que ai vêm.
Tal
não poderá deixar de exigir da mesma gestão pública regional uma liderança
política forte, marcante do rumo do desenvolvimento pretendido para o Alentejo,
a seguir por todos os que para o mesmo pretendam contribuir, através do acesso
a fundos comunitários que concretizem esses contributos. As circunstâncias
exigem e justificam pois muito do que antes não foi feito.
2 comentários:
Bem vindos sejam tais fundos comunitários. Precisamos deles, e precisamos de muita sabedoria para bem os aplicar.
Que seja em investimento produtivo!
Dou apenas 2 exemplos de investimentos urgentes para a região Alentejo na vertente agrícola.
- criação de uma rede de lagares de azeite para que não se assista mais a este desperdício de azeitona que todos os anos vemos.
- criação de fábricas de transformação da ameixa "Rainha Cláudia" dita de Elvas, mas cuja mancha envolve Elvas, Borba, Vila Viçosa, Alandroal, pelo menos.
Ao Estado não lhe compete fazer esses investimentos, mas que o Estado mobilize todas as suas energias para motivar os empresários agrícolas a fazer esses investimentos, altamente rentáveis desde que as nossas embaixadas façam o trabalho que lhes compete na promoção daqueles produtos de Excelência que poderemos exportar para os mercados mais exigentes do Mundo.
Vi hoje a notícia da Câmara Municipal de Évora que vem exigir a instalação do Museu da Música em Évora.
Como todos estamos lembrados, A Ministra Canavilhas do famigerado Governo Sócrates lançou essa ideia desgarrada ignorando o estado de degradação em que se encontra o Convento de S. Bento de Castris.
Nem as finanças de Portugal comportam essa instalação nem o local é o mais indicado para esse fim.
Quando já poucos levavam a sério essa ideia, vem a Câmara do Sr Pinto de Sá querer recuperá-la.
É nosso dever denunciar estas manobras do PCP.
O que eles querem é fazer despesa ao Estado, arranjar uns lugares de tachos para colocar lá uns camaradas e dessa forma dar mais força ao PCP e distrair os cidadãos de Évora para que não foquem a sua atenção nas reais necessidades de Évora que esta Câmara recentemente eleita já dá sinais de descurar.
É nosso dever desmascarar estas manobras comunistas.
Não venha para aqui o Sr Pinto de Sá a pensar que engana com toda a facilidade os eborenses.
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