A Esquerda tradicional está esgotada. A Esquerda tradicional é representada em Portugal pelo PS, pelo PCP e pelo BE. Mas está esgotada porquê? Vamos lá a ver. No final do sec.19 com a industrialização formou-se na sociedade europeia mais desenvolvida, um proletariado enorme. Esse proletariado representava uma percentagem elevada da população e como é normal, logo surgiram intérpretes desse novo paradigma social. Evidencia-se Carl Marx. Daí à formação do Partido Comunista foi um ápice. Já haviam as condições objetivas. Com a formação do Partido estavam criadas as condições subjetivas para a mudança. Dá-se a Revolução Russa. Por todo o sec.20 desenvolve-se o rescaldo dessa Revolução por todo o Mundo. Foi um séc. de conquista de Direitos como nunca se vira no passado, só possível pelo progresso do Capitalismo espelhado no desenvolvimento das empresas em grande parte devido à substituição do proletário pela máquina. Mas a vida não pára. A sociedade não é estática. Evolui. Hoje já é evidente para muita gente que o paradigma social do final do sec.19 já não existe. Hoje já não há um exército de proletários. Como diz a Imobiliária, "Já ERA". Pois bem. A Esquerda tradicional está esgotada porque mantém a prática da reivindicação como se tudo estivesse como dantes. Mas não está. Hoje em dia mesmo nas empresas que empregam centenas ou milhares de trabalhadores, a organização do trabalho não tem nada a ver com o que era no passado. Há uma hierarquia de competências que em nada se parece com o que era antigamente quando um patrão tinha por sua conta 100 ou 1000 proletários para apertar parafusos. Hoje temos a Esquerda tradicional, conservadora, a fazer as mesmas reivindicações do passado numa sociedade organizada de outra forma. Por isso esta Esquerda já não tem condições objetivas para fazer o que quer. Ou se adapta ou definha, como vai acontecendo. Em Portugal, de momento, assiste-se a um histerismo perfeito dos partidos dessa Esquerda. O Governo percebeu a sociedade e atua em conformidade. Os direitos conquistados por um proletariado que era explorado não se podem manter para um enorme número de funcionários públicos que se forem honestos têm que concordar que chegam ao fim de cada dia e a sua produtividade não está de acordo com o que recebem de vencimento ao fim do mês. Veja-se por exemplo a Câmara de Évora. Tem 1200 funcionários. Qual é o resultado do seu trabalho? E já que referi a Câmara de Évora, deve ser claro para todos que o problema não está especificamente no Dr Ernesto. Ele é apenas um figurante que fez o percurso do PCP para o PS mas que no essencial segue o caminho dessa Esquerda esgotada que já vinha do Dr Abílio Fernandes.
1 comentário:
A Esquerda tradicional está esgotada.
A Esquerda tradicional é representada em Portugal pelo PS, pelo PCP e pelo BE.
Mas está esgotada porquê?
Vamos lá a ver.
No final do sec.19 com a industrialização formou-se na sociedade europeia mais desenvolvida, um proletariado enorme. Esse proletariado representava uma percentagem elevada da população e como é normal, logo surgiram intérpretes desse novo paradigma social. Evidencia-se Carl Marx. Daí à formação do Partido Comunista foi um ápice. Já haviam as condições objetivas. Com a formação do Partido estavam criadas as condições subjetivas para a mudança. Dá-se a Revolução Russa.
Por todo o sec.20 desenvolve-se o rescaldo dessa Revolução por todo o Mundo. Foi um séc. de conquista de Direitos como nunca se vira no passado, só possível pelo progresso do Capitalismo espelhado no desenvolvimento das empresas em grande parte devido à substituição do proletário pela máquina.
Mas a vida não pára. A sociedade não é estática. Evolui.
Hoje já é evidente para muita gente que o paradigma social do final do sec.19 já não existe. Hoje já não há um exército de proletários. Como diz a Imobiliária, "Já ERA".
Pois bem. A Esquerda tradicional está esgotada porque mantém a prática da reivindicação como se tudo estivesse como dantes. Mas não está. Hoje em dia mesmo nas empresas que empregam centenas ou milhares de trabalhadores, a organização do trabalho não tem nada a ver com o que era no passado. Há uma hierarquia de competências que em nada se parece com o que era antigamente quando um patrão tinha por sua conta 100 ou 1000 proletários para apertar parafusos.
Hoje temos a Esquerda tradicional, conservadora, a fazer as mesmas reivindicações do passado numa sociedade organizada de outra forma. Por isso esta Esquerda já não tem condições objetivas para fazer o que quer. Ou se adapta ou definha, como vai acontecendo.
Em Portugal, de momento, assiste-se a um histerismo perfeito dos partidos dessa Esquerda. O Governo percebeu a sociedade e atua em conformidade.
Os direitos conquistados por um proletariado que era explorado não se podem manter para um enorme número de funcionários públicos que se forem honestos têm que concordar que chegam ao fim de cada dia e a sua produtividade não está de acordo com o que recebem de vencimento ao fim do mês. Veja-se por exemplo a Câmara de Évora. Tem 1200 funcionários. Qual é o resultado do seu trabalho?
E já que referi a Câmara de Évora, deve ser claro para todos que o problema não está especificamente no Dr Ernesto. Ele é apenas um figurante que fez o percurso do PCP para o PS mas que no essencial segue o caminho dessa Esquerda esgotada que já vinha do Dr Abílio Fernandes.
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