2009-12-25

UM GOVERNO PROVISÓRIO QUE PREJUDICA DEFINITIVAMENTE O PAÍS

O triste espectáculo a que assistimos nos últimos tempos de confronto parlamentar com a compreensível e já esperada vitimização do Governo e do seu chefe, não pode nem deve ser encarado com leviandade, devido à irresponsável prestação de um chefe de governo que não tem um pingo de perfil para tal.
Já se esperava ainda antes das eleições que, perante o resultado que as mesmas ditaram, esta situação de adiamento da resolução do problemas do país se colocasse, com vista a que o governo minoritário por força da expressão eleitoral dos portugueses que com ele concordam em minoria, procurasse escapar do pântano em que Portugal já se encontra atolado, desde que o PS tomou conta da máquina escavadora em 1995, com todo o elenco que hoje nos continua a (des)governar.
O resultado está à vista do que foram as pseudo-reformas iniciadas em várias frentes e nenhuma delas conseguida até bom termo, antes se assistindo hoje ao desmantelar de todas, revelando (para os papalvos e os conscientes incautos) que o único objectivo do PS é o oportunismo decorrente do exercício do poder a qualquer preço e sem olhar a meios ou ética política para o conseguir. Por isso, as reformas anunciadas mais não constituíram do que propaganda, sem qualquer intenção de resultarem em benefícios para o país:
  • A segurança interna sofreu vários abalos em roubo e criminalidade dos quais o país ainda não se recompôs e que se repetirão a curto prazo, mais agravados certamente, futuro da degradação dos meios das forças de segurança interna, por um lado e, do agravamento da desregulação social e económica a que continuamos a assistir;
  • As nossas pensões, a suportar pela segurança social, já não serão asseguradas, aApesar de nos obrigarem a descontar para as mesmas mas não nos permitirem escolher sistemas de capitalização alternativos, num esquema em tudo semelhante à fraude Madoff, só que desta vez perpetrada pelo Estado e por isso, legal;
  • O Serviço Nacional de Saúde atingiu um volume de défice nunca visto, com perda constante da qualidade do serviço prestado e alargamento dos prejuízos em consequência do novo modelo de Hospitais Empresa;
  • As auto-estradas em modelo SCUT onde circulam a cada dia menos veículos acarretam encargos incomportáveis para quem distraidamente se deixar cair na tentação de governar o país a partir de 2013;
  • A suposta reforma da educação que nada nem ninguém conseguiria demover tal a sua importância para a recuperação de um lugar ao sol, mais não era afinal do que uma teimosia sobre um certo modelo de avaliação de professores que agora se abandonou em apenas 1 mês sem qualquer outra solução alternativa, apesar de os relatórios da OCDE continuarem a mostrar que os quase 15 anos de governação socialista sob o signo da “paixão pela educação” só nos trouxeram retrocessos no ajustamento das qualificações, indisciplina nas escolas e desmotivação dos profissionais da educação, com o consequente aumento do desemprego nos jovens e degradação da produtividade do trabalho;
  • Da anunciada reforma da justiça, julgo que não vale o esforço tecer qualquer comentário, porque os resultados estão, infelizmente, não só à vista de todos como a prejudicar o país inteiro, bastando para compreender esse facto ter em atenção os vários estudos que relacionam a ineficácia da justiça e a produção de riqueza dos países ou a influência do funcionamento do sistema judicial na (não)atracção de investimento directo estrangeiro (IDE); 
  • A tão apregoada reforma da administração pública (PRACE) resultou numa ofensa e humilhação de agentes e funcionários do Estado que só é comparável aos tempos de Salazar, único governante que se atreveria a levar o SIS e o SIED a assinarem protocolos para infiltrar agentes não identificados em alguns serviços públicos, já para não referir que só por milagre ainda não aconteceu algum dos funcionários incompreensivelmente dispensado para a mobilidade especial não ter ainda chegado a irremediáveis e drásticas vias de facto com os dirigentes e governantes responsáveis pelo seu serviço;
  • Na economia e nas finanças então, as reformas foram de arromba, para as multinacionais que todos os dias encerram as suas portas e não mais regressarão, para as micro e pequenas empresas que não recebem pelo serviços prestados ao Estado mas por ele são afogadas em impostos, em nome do suposto equilíbrio das contas públicas que parecia ser o único trunfo dos socialistas mas que como tudo o resto, se revelou em fiasco bem mais doloroso do que seria imaginável, com o maior nível de desemprego e o maior défice das últimas décadas;
Perante tudo isto, como podemos ser contemplativos para com um governo sem rumo nem credibilidade depois de todas as reforças que anunciou mas que abandonou e para as quais não se esforçou minimamente, cujo único interesse é manter-se no poder para distribuir benesses e lugares de poder pelos seus simpatizantes e militantes apesar de assistirmos ao afundamento do país no repetido pântano da governação socialista?

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