2008-11-14

ALDEIA DA LUZ: MASSACRE POLÍTICO DO GOVERNO SOCIALISTA

O Congresso dos Autarcas Social Democratas (ASD) que se realizou em Viana do Castelo no final do passado mês de Outubro, contou com a presença e participação de vários autarcas social democratas do PSD no distrito de Évora.

Entre eles, participante e interveniente com comunicação ao Congresso esteve um homem cuja experiência autárquica em condições naturalmente adversas, merece destaque: Francisco Oliveira, Presidente da Junta de Freguesia da LUZ, concelho de Mourão, que desde 1990 se empenhou politicamente na melhoria das condições de vida da localidade que o viu nascer e que o próprio viu submergir às águas de Alqueva, em nome de um futuro melhor que tarda em ver concretizar.

A freguesia da Luz tem a singular marca laranja desde 1979, destoando de quase todo o Alentejo então manchado de vermelho e hoje mais descolorido para os tons rosa. Assistiu à proclamação da submersão pelo PM Cavaco Silva, em 1993, com a consequente pressão da oposição ao PSD para não votarem naqueles que iriam arrasar a sua aldeia e alterar o modo e local de vida.

Viu, ainda assim, que aquela população continuou fiel ao PSD no mais dramático momento das suas vidas, não voltando a cara mas sim mobilizando todos os seus esforços de empenho e participação na reconstrução do seu futuro.

Despejado com a restante população da Luz, da terra os viu nascer e aos seus antepassados, o Presidente da Junta de Freguesia foi o interlocutor privilegiado desde 1994 com os órgãos do poder político, nos sucessivos e arrastados acordos e reivindicações para a radical mudança de toda uma comunidade.

A instabilidade política vivida por Portugal em 2001 veio encontrar no seu auge as polémicas (decorrentes da construção da Barragem do Alqueva) relativas ao processo de Reinstalação da Aldeia de Luz, da transladação do cemitério, das complicações técnicas e humanas do projecto de Emparcelamento Rural em curso, entre outros exemplos.

Francisco Oliveira testemunhava perante os seus colegas autarcas social democratas de todo o país, reunidos em Congresso dos ASD, a complexidade que representa a mudança de toda uma aldeia, das pessoas e dos bens, de toda a noção de comunidade que uma localidade representa, mudar o cemitério e todos os restos mortais ali existentes, em alguns casos apenas com escassos dias de enterramento.

Perante a ameaça de efeitos psicológicos tão devastadores para a organização social e política da comunidade, ajudou a mesma com o que lhe restava de margem de manobra: assegurar as condições de exercício autárquico que pudessem permitir ao PSD mudar correctamente a aldeia da Luz quando chegasse ao Governo, o que veio a suceder em 2002, ano a partir do qual procurou garantir o máximo de obra durante o Governo PSD, sabendo que quando tal poder se extinguisse, todos os compromissos que desde 1994 tinham sido assumidos pelo poder político, seriam esquecidos, o que denuncia hoje, veio realmente a acontecer.

O processo de emparcelamento rural da Luz é apenas um dos que apontou na sua intervenção como uma decisão politica do actual Governo, através do Ministério da Agricultura, prejudicando em 2M € a Luz, por deslocação do investimento agrícola para outras freguesias, afectas ao Partido Socialista. Trata-se da perda de investimentos fundamentais para o desenvolvimento da freguesia, para economia local, para a criação de postos de trabalho e para o bem-estar social da população da Luz, para ali poder fixar pessoas à terra.

A interrogação de Francisco Oliveira perante este ataque político do Governo socialista a uma freguesia cujos destinos foram eleitoralmente confiados ao PSD, é a de procurar perceber qual o sentido da construção de uma Nova Aldeia, a qual parecem agora querer voltar a deixar desaparecer?

O Presidente da Junta de Freguesia da Luz revelava na sua intervenção ao Congresso dos ASD já ter mostrado estas e outras aberrações políticas do PS à comunicação social regional e nacional, ter tomado posições de força junto de vários organismos públicos, mas sem resultados visíveis de alívio das intenções socialistas de bloqueio e asfixia ao desenvolvimento da freguesia, levando a cabo um verdadeiro massacre politico de toda uma aldeia alentejana.

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