2008-06-28

O 14º CONGRESSO ALENTEJO XXI

O Congresso do Alentejo tem vindo a perder importância regional e nacional, de forma continuada ao longo do tempo, por desgaste da mensagem e falta de oportunidade da mesma.

Os tempos áureos da contestação autárquica comunista esmagadora no Alentejo, contra uma governação nacional de direita supostamente omissa ou mesmo prejudicial ao desenvolvimento do Alentejo, conferiam-lhe o estatuto de fórum do bastião.

As coisas mudaram com a governação Guterres, despejando milhões dos fundos comunitários no Alentejo com objectivos de conquista autárquica e desvalorizando totalmente, através do exercício político hipocritamente dialogante corporizado por uma administração pública regional partidarizada, a contestação organizada.

As repetidas edições do Congresso do Alentejo contribuem para analisar os problemas da região e apontar soluções, mas não para resolver os problemas do Alentejo, por falta de capacidade reivindicativa, assente numa limitação da participação a um nível autárquico, cuja visão local não é de todo compatível nem integrável nos modelos de desenvolvimento concebidos para o país.

A maré contra a qual o Congresso do Alentejo rema, promove a concentração populacional no litoral, a desertificação e o desprezo total do Alentejo, abandonado à iniciativa privada estrangeira, fomentando um ordenamento territorial virado para a exploração passiva dos recursos turísticos, mas sem audácia nem liderança regional (basta ver a confrangedora fragilidade institucional da actual CCDRA) fertilizadora de políticas ajustadas à sua especificidade.

Os objectivos do PS de conquista autárquica ao que resta da CDU, quer através da instrumentalização das políticas públicas, quer através o aliciamento de autarcas e quadros regionais, aliados a uma arrogância nunca vista em intensidade e em extensão hierárquica, apenas contribuirão para a continuidade do seu definhamento e mesmo uma apropriação do evento por domínio socialista dificilmente inverterá a tendência instalada, antes se limitará a alterar o papel, de contestatário a aclamatório da governação nacional.

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