Em vez de realizar digressão pedagógica pela Irlanda, procurando aprender com os que, assumindo opções próprias e coerentes, nos ultrapassaram no grau de autonomia atingida perante os credores internacionais que hoje confiam cegamente naquele país e ali arriscam investimentos que fazem crescer a riqueza e o emprego qualificado, o PM português opta por seguir a pobreza de espírito e de competência do governo grego, participando na primeira Cimeira dos Países do Sul da União Europeia. O espírito miserabilista nota-se, pois, ao longe, nomeadamente no intelecto e no caráter, na esteira do último PM do PS, ainda que carregado de Prada e outras marcas que, definitivamente, não fazem o monge, apenas envolvem o demagogo, para o consumo do eleitorado português que, diga-se em boa verdade, não se esforça nem exige muito mais, detestando e castigando mesmo os honestos e francos que se esforçam por tirar o país das crises ou procuram evitar as recaídas do país, noutras, sempre mais graves que as anteriores.
O
atual PM defende alternativas à austeridade e então, vai procurar conselhos,
imagine-se, nos mais depravados gastadores europeus, como os gregos, cuja
estratégia de criação de alternativas à austeridade e de autonomia face aos
credores passa por exigir o perdão da dívida, deles, para que possam retomar o
desgoverno do dinheiro alheio, gastando à tripa forra tudo o que obtiveram, a
partir do esforço dos outros, a quem dizem logo à partida que não devolverão os
empréstimos.
Que
belo exemplo que esta gente dá às gerações mais jovens, na mobilização das
mesmas para a construção de alternativas à austeridade. Sem palavras.
Decididamente
apostado em hostilizar a oposição que ganhou as eleições, o PM atual desafia,
entretanto, o PSD a apresentar propostas para o próximo Orçamento de Estado, com
vista a fazer das mesmas a bandeira do errada e propositadamente classificado
neoliberalismo que supostamente governou Portugal durante os 4 anos em que a
Troika aqui assentou praça, por culpa do desgoverno socialista a cujo governo
pertenceu, com elevadas responsabilidades, o atual PM.
Passos
Coelho respondeu, bem, que é ao governo que cabe apresentar as propostas que
revelem as suas opções de governação e, assumir a responsabilidade política
pelas mesmas. Seria aceitável e justificável que tivesse recordado ao PM atual
os contributos que o PS deu nos últimos 4 anos aos orçamentos de quem governou
o país para evitar a sua falência e promover a recuperação da economia, que
cresceu no passado ano mais do que acontecerá no corrente, ou que tivesse
questionado o atual PM sobre a decisão de chumbo parlamentar do PS ao orçamento
de quem ganhou as eleições, ainda antes de o mesmo ter sido conhecido e
apresentado no parlamento.
O PSD
decidiu assim, finalmente, bem, promover um road
show pelos distritos para escrutinar o OE2017 deste governo, permitindo
marcar a diferença entre a obra que o anterior governo promoveu e realizou pelo
país inteiro, ainda que em tempo de crise e resgate financeiro externo, com o
amorfismo que conhecemos hoje, apesar do anunciado fim da crise e da
austeridade.
Teremos
pois uma boa oportunidade para observar as opções do anterior governo no
Alentejo, durante os últimos 4 anos, em matéria de construção de novos Centros
de Saúde, de apoio aos cuidados continuados de pessoas fisicamente debilitadas,
de promoção da competitividade do tecido empresarial, de apoio à construção de
incubadoras de empreendedores de projetos empresariais, de requalificação e
construção de escolas, de apoio à modernização da agricultura, de estímulo à
valorização turística do património natural, cultural e arquitectónico, de
qualificação estratégica dos RH …
Não
tenho dúvidas de que valerá bastante o esforço do PSD em recordar aos
portugueses e aos alentejanos em particular, o leque de opções programáticas de
governação que apresentou aos portugueses e nas quais a maioria dos mesmos
confiou e sufragou, clarificando, distintivamente perante o eleitorado, o que
estaria neste momento a fazer de diferente, quem ganhou as eleições legislativas,
se tivesse tido a legítima e mais que justificada oportunidade de aplicar tal
programa, em governo.
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