As
obras de recuperação do Forte da Graça, em Elvas e da Igreja de S. Francisco,
em Évora, são exemplares das opções acertadas e na seletividade dos apoios que
ao longo dos últimos 4 anos permitiram, a partir dos fundos disponíveis no
anterior QREN/INALENTEJO, mudar a face do Alentejo. Trata-se de investimentos
na vertente de recuperação patrimonial, com valor cultural e turístico, que
reforçam a atratividade do território Alentejo para visitar, estudar, trabalhar
ou residir. A diferença destas opções relativamente às da eventual construção
de TGV’s supostamente miraculosos ou de aeroportos sem suficientes estudos de viabilidade
é enorme e salta à vista de todos, até dos mais distraídos.
O
Alentejo está hoje na moda, não por sorte ou acaso, mas em resultado das opções
tomadas ao longo dos últimos 4 anos, ainda que com a Troika em Portugal e num
contexto de crise económica e financeira. E, é esse o grande destaque
valorativo que deve ser dado à capacidade regional de gestão do contexto, que
permitiu ainda assim colocar a agricultura entre as mais produtivas do mundo,
atrair e fixar investimento industrial de vanguarda tecnológica e posicionar a
região no segmento dos destinos turísticos de atratividade mundial.
Apesar
da tentativa de alimentação de descontentamentos regionais por parte de algumas
forças políticas durante a pré-campanha eleitoral, a verdade é que o Alentejo
de hoje apresenta substanciais alterações relativamente ao do período de antes
do atual ciclo governativo: este não é mais o Alentejo do Alqueva atrasado e
arrastado na sua conclusão, do adiamento para as calendas da construção da
barragem de Veiros (Estremoz) ou dos perímetros de rega da Vigia (Redondo) e do
Lucefecit (Alandroal).
O
Alentejo de hoje é o resultado de um conjunto de investimentos privados
apoiados na fase final do anterior QREN, que o dotaram de unidades hoteleiras e
complexos turísticos de excelência que sustentaram o caminho da
internacionalização do destino, enquadrados por uma estratégia de
desenvolvimento regional participada e seletiva na sua dinamização, permitindo
executar todos os fundos comunitários disponíveis na atração de investimento
tecnológico que coloca a região no primeiro patamar da qualificação do emprego
em Portugal.
O
Alentejo de hoje é o resultado de um trabalho de afirmação territorial que
revelou ao país, à Europa e ao mundo, a capacidade de resposta na produção de
qualificações adequadas à atração dos mais exigentes investimentos externos, em
instalação no desenhado e implementado Parque de Ciência e Tecnologia do
Alentejo, fortemente associado ao Sistema de Ciência, Investigação e Tecnologia
através das Instituições do Ensino Superior regionais e dos seus Novos Centros
de Investigação.
Mas,
o Alentejo de hoje revela ainda que foi possível continuar a não descurar a
saúde ou a solidariedade social, bem como o Ensino e a Segurança, ainda que em
tempo de crise e permanência da Troika em Portugal, através da construção de
novos Centros de Saúde (6 novos, só no Alentejo Central), de novas Unidades de
Cuidados Integrados, de novos Centros de Dia, Lares de Idosos, Unidades
Residenciais para Pessoas com deficiência, novas Creches e Jardins de Infância,
novos Centros Escolares e Educativos, novos Quarteis da GNR e remodelações de outras
instalações das forças de segurança pública.
Os
jovens não foram igualmente esquecidos, através do apoio à construção de
Incubadoras para criação de empresas e negócios, da construção de equipamentos
de estímulo à prática desportiva (ex. da pista de atletismo e campo de rugby em
Évora), para além da já quase esquecida Pousada da Juventude de Évora que agora
voltou a funcionar, apesar da crise que tanto nos custou a ultrapassar.
Dirão
alguns que ainda muito há por fazer, importante, como o novo Hospital Central
de Évora. Estamos de acordo, mas não deixa de ser verdade que o mesmo esteve
previsto no OE de 2005 e deixou de o estar no OE seguinte, até hoje. Dirão
outros que é possível construi-lo agora, com os fundos comunitários
disponíveis. Poderemos vir a estar de acordo, mas, não deixa de ser verdade que
os mesmos fundos estiveram disponíveis durante os 7 anos do ciclo governativo
anterior e que nem por isso tal ocorreu à mente dos governantes de então,
apesar de o INALENTEJO apresentar um taxa de execução aproximada aos 22%, em
finais de 2011, apenas a 2 anos do final do QREN então em vigor.
E,
não havia Troika, então. Tal como hoje também não há, por obra e determinação
do atual governo de coligação e dos portugueses.