2014-02-16

O SERVIÇO PÚBLICO DE EMPREGO, AGENTE ATIVO NA QUALIFICAÇÃO DO EMPREGO REGIONAL

O desemprego em 2013 ficou abaixo de todas as previsões: do INE, do Orçamento de Estado, da OCDE, da Comissão Europeia e do FMI. Segundo o INE, no último trimestre do ano passado, a taxa de desemprego ficou nos 15,3%, contra 16,9% no final de 2012 e, pela primeira vez desde o início da crise financeira e económica, houve criação líquida de emprego.

A inversão da tendência observada no comportamento do desemprego em Portugal verificou-se igualmente no Alentejo, onde, segundo o INE, o ano de 2013 terminou com uma taxa de desemprego de 15,5%, bem abaixo dos 17,2% observados no final de 2012. Apesar de os números do desemprego serem ainda bastante elevados para a realidade nacional e alentejana, não parece haver dúvida de que se começa a instalar uma trajetória de redução do desemprego que, a par de sinais como o crescimento económico positivo, o aumento das exportações e a descida das taxas de juro da dívida portuguesa, gera otimismo nos agentes económicos e nos cidadãos.
No Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), o número de desempregados inscritos nos ficheiros no final de 2013 situava-se 5% abaixo do valor registado em igual data do ano 2012, depois de termos assistido a taxas de crescimento anual do número de inscritos superiores a 40% em meados de 2012, iniciando a partir de então um percurso descendente. Ora, essa inversão regional, acentuada no último trimestre de 2013, dever-se-á por certo em grande medida às variáveis nacionais antes referidas, para além de duas dimensões de ação da política governativa, a saber: a) por um lado, sobre as políticas ativas de emprego e; b) por outro lado, sobre o relançamento do Serviço Público de Emprego (SPE).
Entre as primeiras, podemos apontar o lançamento de um conjunto de novas medidas ativas de emprego pelo governo, nos 2 últimos anos, destinadas a incentivar e estimular a criação de emprego e a contratação de desempregados pelas empresas, para além dos estágios profissionais e da sistematização e simplificação das próprias medidas ativas de emprego.

Por outro lado, o SPE sofreu uma profunda reforma que reestruturou a sua rede regional, reorganizou o modelo de gestão, integrou as dimensões do emprego e da formação nas práticas e modelos de intervenção quotidiana e fomentou um aprofundamento da relação com o exterior e uma otimização dos recursos disponíveis.
Essa otimização traduziu-se num crescimento galopante das taxas de execução e aplicação dos recursos financeiros (co-financiados pela União Europeia) colocados ao dispor do Alentejo, superando os 93% da dotação disponível em 2013, o que se traduziu num crescimento igualmente substancial do número de pessoas abrangidas pelas medidas de Emprego, Formação Profissional e Reabilitação Profissional promovidas pelo IEFP: quase 45.000 pessoas durante o ano de 2013, no Alentejo.
O crescimento do número de pessoas abrangidas no Alentejo pelas medidas ativas de emprego (incluindo a formação profissional) promovidas pelo IEFP no ano passado, foi pois de 35% sobre o mesmo volume de pessoas abrangidas em 2011 e de 32% sobre 2010. Se tomarmos 2011 por referência, o crescimento de 2013 é mais acentuado nas medidas de emprego (39,3%) do que na formação profissional (29,7%), sendo que os programas de emprego abrangeram mais 39% de pessoas e as colocações de desempregados cresceram em 40,6% nos anos em apreço, o que é apreciável, tendo em conta a degradação da economia regional observada nesse período, em consequência da crise financeira e económica.
Novas formas de programação da produção de competências profissionais, orientadas menos pelo anunciado potencial e mais pelo acompanhamento de proximidade aos investimentos reais; uma aproximação às empresas líderes das fileiras produtivas regionais, orientadora dos perfis de competências necessários para a formação de desempregados e ativos; um posicionamento ativo das estruturas formativas do IEFP na rede de interface entre o Sistema de Ciência e Tecnologia regional e o tecido empresarial regional; um aprofundamento dos mecanismos de integração das componentes emprego e formação, na concretização das medidas ativas de emprego, foram as opções estratégicas regionais do IEFP, no Alentejo, tomadas e seguidas em 2013.


Na certeza de que muito ainda haverá a melhorar durante este ano de 2014, as preocupações principais prendem-se com: a) a necessidade de estimular e apoiar a iniciativa empresarial e de empregabilidade de jovens e desempregados, qualificados; b) incentivar e apoiar o espírito empresarial dos desempregados com experiência profissional, na criação de empresas em várias atividades; c) a dinamização articulada das estruturas de apoio ao desenvolvimento empresarial existentes na região (do IEFP e outras), que explorem as oportunidades locais de investimento de pequena escala.

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