2012-02-23

UM GOVERNO SÉRIO E TRANSPARENTE A ELOGIAR



Ficámos a saber que nenhum membro do atual governo (o que inclui ministros e secretários de estado, chefes de gabinete, diretores-gerais e presidentes de institutos) tem cartão de crédito pago pelo erário público, ao contrário do que acontecia no anterior governo do PS liderado por Sócrates, cujos governantes usavam cartão para despesas sem orçamentação: os casos mais evidentes e comprovados parecem ser os da ex-ministra da cultura que beneficiava de 5.000€ por mês e do ex-secretário de estado da cultura que beneficiava de um plafond de 4.000€ por mês.

Se quiséssemos prolongar a lista de abusos deste tipo até ao nível regional, nomeadamente no que respeita às práticas dos ex-dirigentes da administração pública regional posteriores à deliberação do Conselho de Ministros de 05 de Julho de 2011 sobre esta matéria (decisão de não emissão de cartões de crédito de contas governamentais para a realização de despesas, mas também sobre a proibição de utilização pessoal de viaturas oficiais), ficaríamos certamente surpreendidos com a falta de pudor com que se continuaram a violar sistematicamente tais deliberações até ao limite e até ao último minuto de exercício de funções, com a cobertura de ex-governantes socialistas que os desculparam por serem considerados boa gente, que sempre lutou pelos alentejanos e pelas suas causas.

O que já não me surpreende é que não só a comunicação social mais relevante não se deu ao trabalho de promover devidamente o destaque desta nova atitude de seriedade, transparência e exemplaridade do atual governo do PSD/PP perante o país e perante os contribuintes, como no próprio PS todos os ex-governantes hoje com assento parlamentar tenham assobiado para o lado e procurado distrair as atenções com a grande preocupação perante os “inacreditáveis” números que o desemprego registado atingiu no final do mês de Janeiro de 2012.

Ora, os preocupantes números de registo do desemprego que aí estão, publicados a tempo e horas, de acordo com os critérios de contabilização em vigor e sem tentações do governo para os mudar, ao contrário do que fez o governo socialista por diversas vezes durante os seus 2 últimos governos, exigem uma análise despida de qualquer demagogia política em que o PS é especialista, tentado desde logo acusar o atual governo pelo crescimento do desemprego.

Conviria aqui tomar nota particular de alguns factos que parecem esquecidos ou manipulados pelo Partido Socialista: 1) após vencer as eleições em Fevereiro de 2005, Sócrates andou durante um ano a atribuir a culpas de todo o mal do país a Santana Lopes e ao seu governo que poucos meses durou, bem distantes dos 7 anos de governação que há pouco terminou; 2) o crescimento do desemprego que agora nos afeta, resulta em elevada medida das políticas erradas do passado mais recente, nomeadamente de 6 anos da governação socialista de Guterres, durante os quais nenhuma reforma estrutural foi feita, apesar das impares condições de crescimento económico do país, a que acresce outro ciclo de repetição de asneiras com Sócrates, onde o esbanjamento de recursos e o abuso do uso de meios públicos para outros fins marcaram a despudorada governação quotidiana até ao estado de pré-insolvência a que o pais chegou.

Por isso, merece o atual governo e Passos Coelho muito mais respeito do que aquele que lhe é atribuído pela oposição e pela comunicação social, já que é preciso analisar seriamente a governação e as suas medidas, entendendo que o governo está a fazer o que é preciso fazer, sem nenhum Luis de serviço para a fotografia do jornal ou para a abertura dos telejornais televisivos.

Tenhamos esperança de que os portugueses sejam bem mais conscientes a avaliar e a valorizar a seriedade e a transparência deste governo, por oposição ao que foram os dois governos imediatamente anteriores, confiando que essa (des)governação socialista não tenha desvalorizado ou mesmo invertido na sociedade portuguesa valores como o trabalho, o esforço, a seriedade e o respeito pelos eleitores, que tanta falta fazem ao país para sair da crise a que o PS conduziu Portugal.