Nunca ao longo da minha vida profissional alinhei em qualquer greve, geral, parcial ou sectorial, por considerar que a participação política dos cidadãos se exige a montante, com maior regularidade e não apenas face a situações consumadas e por vezes já irreversíveis. Por isso enveredei por outro tipo de participação cívica e política, mais activa no quotidiano da nossa sociedade.
É nesse contexto de acção que acompanhei ao longo dos últimos 15 anos, num primeiro bloco de 6 anos da governação socialista liderada por Guterres e num segundo bloco igualmente extenso liderada por Sócrates, as denúncias e os alertas de economistas que iam abandonando tais governos, por considerarem que o caminho certo não poderia ser aquele e que o mesmo acarretaria, mais cedo ou mais tarde, consequências bem gravosas para as nossas vidas. Recordo Daniel Bessa, Augusto Mateus e Campos e Cunha, entre outros.
Acompanhei igualmente e secundei muitos dos alertas desesperados de Medina Carreira, considerado um pessimista porque via, responsável e desinteressadamente, bem mais longe que a ponta do seu nariz, o desastre que se anunciava como inevitável. Foram poucos os que acompanharam tais preocupações e despertaram para elas, acomodados e indiferentes a uma autofagia despesista irresponsavelmente alimentada pela governação socialista.
Também não vi tais preocupações e antecipações serem acompanhadas pelos assinantes de um manifesto que pede agora um novo rumo, quando Portugal está no buraco, mas que nunca antes o fizeram, para que a governação socialista evitasse conduzir Portugal para o mesmo. Antes barafustaram e condenaram o controlo do défice e a travagem da fúria despesista que Manuel Ferreira Leite procurou levar a cabo na intermédia e curta governação não socialista.É nesse contexto de acção que acompanhei ao longo dos últimos 15 anos, num primeiro bloco de 6 anos da governação socialista liderada por Guterres e num segundo bloco igualmente extenso liderada por Sócrates, as denúncias e os alertas de economistas que iam abandonando tais governos, por considerarem que o caminho certo não poderia ser aquele e que o mesmo acarretaria, mais cedo ou mais tarde, consequências bem gravosas para as nossas vidas. Recordo Daniel Bessa, Augusto Mateus e Campos e Cunha, entre outros.
Acompanhei igualmente e secundei muitos dos alertas desesperados de Medina Carreira, considerado um pessimista porque via, responsável e desinteressadamente, bem mais longe que a ponta do seu nariz, o desastre que se anunciava como inevitável. Foram poucos os que acompanharam tais preocupações e despertaram para elas, acomodados e indiferentes a uma autofagia despesista irresponsavelmente alimentada pela governação socialista.
Ouvir Mário Soares (cujos direitos adquiridos se traduzem num interminável caudal de apoios públicos à sua faustosa actividade de reformado) atentar contra a austeridade em curso, decorrente de um pedido de resgate financeiro ao exterior originado pela desgovernação socialista e pedir outro rumo porque Portugal corre o risco de dar uma grande cabeçada (coisa que ele parece desconhecer já ter acontecido), ou assistir às críticas do PS ao OE2012, partido que ameaça deitar por terra o apoio ao memorando de entendimento com a Troika, é de perder a paciência para com os socialistas portugueses.
Parece ser aliás essa a reacção dos portugueses, a avaliar pelas sondagens publicadas no mesmo dia da greve geral (aumento da base eleitoral dos partidos do governo e da popularidade do Primeiro Ministro), compreendendo que não há outro caminho a percorrer para sairmos desta desesperada situação e que o mesmo está a ser construído com responsabilidade e determinação, cumprindo Portugal os objectivos acordados com a Troika, tal como revelou publicamente a missão de acompanhamento da mesma na sequência da recente segunda avaliação.
O PS e os seus ex-governantes agora deputados, pelos vistos, parecem não compreender nada disto, antes anunciando que compreendem sim a greve geral. Continuam no entanto a negar que tenham alguma responsabilidade na situação, como se tivessem abandonado o governo há uma eternidade e como se ainda houvesse financiamento externo para alimentar outro caminho, irresponsável e despesista, como aquele que eles percorreram e que nos trouxe até aqui. Tal só vem dar razão à teoria diversas vezes avançada de que os incompetentes não conseguem corrigir ou melhorar o seu medíocre desempenho porque não têm competência para reconhecer a sua própria incompetência.
Se o PS enveredar por seguir o PCP e do BE na alimentação da contestação social contra as medidas por ele próprio também assinou com a Troika, apenas contribuirá fortemente para arrastar Portugal para uma situação de perigosa ingovernabilidade que, tal como na Grécia, já demonstrou ser a principal responsável pela espiral de insucesso das medidas aplicadas para recuperar o país. Os portugueses ajuizarão a seu tempo, se tal acontecer.
1 comentário:
A greve geral, no que toca à adesão dos trabalhadores foi um fracasso enorme, mas no que toca às consequencias para Portugal teve um grande efeito negativo na economia do país. E porquê?
Porque afetou os transportes, evitando a deslocação de pessoas e bens com a consequente perda da receita de bilheteira. Empresas onde há regalias muito acima da média nacional.
Posto isto, tenho a dizer que é urgente a privatização das empresas de transporte público. E digo ainda que o papel dos sindicatos e da CGTP e UGT é altamente lesivo dos interesses nacionais. Os seus dirigentes são uns delapidadores da economia nacional.
Pergunto, são essas entidades, sindicatos e confederações de trabalhadores ou patronais, subsidiadas pelo Estado?
Neste tempo de crise parece-me negativo e injustificável.
Mais um assunto para o Dr Passos Coelho pensar.
Enviar um comentário