2005-09-11

O DEBATE RTP - AUTÁRQUICAS (ÉVORA-2005)

Muito estranha que, à excepção desta nota aqui ao lado, as reacções ao debate entre os candidatos à Câmara de Évora, que decorreu na RTP 1, não tenham surgido, da mesma forma que foram parcas as apreciações globais sobre o assunto.

Será porque o actual Presidente da autarquia eborense não parece hoje mais do que uma esfumada sombra do que era em 2001? Parece ter perdido a sua cambatividade e a sua vontade de ir á luta, no fundo, o seu ar empenhado que lhe conhecemos e que convenceu os eborenses. Também é verdade que, para além dos precalços de saúde que vieram a público, várias outras situações não lhe correram bem ao longo deste mandato:

  • Conflito com todos os vereadores e saída dos mesmos das listas, terminando sozinho;
  • Conflito com os assessores e demissãos destes, abandonando-o;
  • Ausência de competências técnicas fundamentais á gestão de uma Câmara Municipal por parte da actual lista;
  • Incapacidade de reestruturação operacional dos serviços municipais, os quais funcionam pior que antes;
  • Abandono do Governo e desinteresse com a actual candidatura do PS à Câmara Municipal de Évora;

Por outro lado, não me pareceu ver no candidato da CDU a suficiente clareza de ideias, empenho e garra para retomar os destinos da CME nas suas mãos. Antes parece que está a fazer um favor ao partido, sem segurança e convicção na reconquista, o que é notório pela clara ausência de ideias e propostas, a que se junta a fraca vontade de as fazer valer durante o debate.

Ambos aqueles candidatos (PS e CDU) têm responsabilidade na situação de letargia a que o concelho chegou:

  • A CDU, que geriu os destinos do concelho ao longo de quase 3 décadas e deixou morrer a chama da cidade, permitindo o esfumar da importância que a mesma teve em tempos;
  • O candidato do PS, que foi formado na mesma escola e que participou da gestão CDU durante várias décadas, apenas há 10 anos tendo ingressado no PS, a partir de onde começou a fazer estragos à gestão CDU a partir da CCDRA, numa lógica de guerrilha ao poder autárquico então instalado, com vista à sua conquista, enquanto objectivo pessoal.

Não tenho dúvidas que as soluções para Évora não passam pela já evidenciada incapacidade da actual gestão, claramente esgotada, nem pela ultrapassada gestão da CDU, que os eleitores rejeitaram definitivamente nas eleições de 2001.

O debate da RTP1 mostrou de forma clara onde está a alternativa e o futuro para a gestão autárquica de Évora: no único candidato que, de forma serena mas empenhada mostrou e apresentou ideias e estabeleceu objectivos, rejeitando a tradicional feira das promessas eleitorais.