2005-09-28

AUTÁRQUICAS - 2005

Aproximando-se as eleições autárquicas, é chegada a hora de cada eleitor iniciar a reflexão, em função das campanhas eleitorais cuja aceleração agora se inicia, mas também de uma avaliação mais aprofundada sobre o exercício do poder local no distrito de Évora, com especial destaque para o concelho de Évora, se as coisas estão bem assim ou se será chegada a hora de mudar alguma coisa antes que seja tarde demais.
Em meu entender, já chega de atrasos e sucessivos adiamentos para decisões fulcrais que devem ser tomadas pelo eleitorado alentejano, nomeadamente o da substituição dos autarcas que, devido ao esgotamento das soluções já experimentadas sem sucesso, à falta de novas ideias e ao imobilismo a que se entregaram, conduziram à crescente degradação social e económica que marca a maioria dos concelhos do distrito de Évora: perdas de investimentos, população, vitalidade, importância, protagonismo; aumento do desemprego e fuga de jovens quadros qualificados.
Urge fertilizar o potencial de criação de emprego no âmbito do turismo decorrente de Alqueva e do património histórico edificado, no domínio industrial associado aos recursos naturais existentes no solo e subsolo, à transformação dos produtos regionais e à fileira electrónica, o potencial logístico decorrente da localização estratégica face às redes rodoviária e ferroviária existentes e projectadas.
Neste contexto, assumem importância a organização, funcionamento, capacidade de resposta e qualidade dos serviços municipais, a revisão e adequada aplicação dos instrumentos de planeamento e ordenamento do território (ex. dos PDM e Planos Estratégicos), em especial o urbano, com vista à limitação e entrave à especulação imobiliária, a construção de equipamentos de apoio à qualidade de vida, no fundo, a criação de ambientes locais e regionais favoráveis à atracção de recursos humanos e financeiros, indispensáveis ao processo de desenvolvimento económico e social do distrito de Évora, tarefa em que o poder local assume papel decisivo.
Só com autarcas que encarem a acção política com espírito de missão e enquanto serviço público, sustentada em sólidos princípios e valores, será possível a realização do progresso para todos os portugueses em geral e alentejanos em particular.
Ora, não sendo esse o perfil da maioria dos que actualmente se encontram em exercício no distrito de Évora, resta-nos a esperança de que o eleitorado proceda à devida correcção, mediante as escolhas que vier a fazer.

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