Em 2001, cansados da estagnação que se agudizava no concelho, em resultado do esgotamento e vazio da CDU, os eborenses deram ao PS um presente, apenas pela vontade de mudança: uma confortável maioria absoluta.
Embora ainda hoje duvide que a vitória do PS em Évora tenha constituído efectivamente um voto de esperança do eleitorado, mais do que o descontentamento com o poder local (recorde-se que o resultado foi ao arrepio de todo o país), o certo é que a responsabilidade de fazer sair Évora do marasmo a que estava entregue, passou a ser do actual executivo.
O desafio que se coloca hoje, no final deste mandato autárquico, é o de encontrar alternativas a uma gestão que deixou esfumar a glória que poderia ter sido conseguido, em apenas 4 anos.
Pessoalmente, nunca tive esperança que pudesse ser de outra forma, por diversas razões, entre elas, o facto de o actual Presidente ter sido formado na mesma escola do anterior e, apenas as ambições pessoais e a sede de poder os terem separado. Acresce a isso o facto de os protagonistas do PS terem demonstrado claramente já por diversas vezes a sua incapacidade de gerirem os destinos do país e de coordenarem as políticas regionais.
Não me parece que esteja sozinho nesta descrença, tendo em conta que não é normal um executivo municipal que ganha com maioria absoluta, renovar-se totalmente logo ao fim do primeiro mandato, ao ponto de o seu Presidente ficar sozinho e em rota de colisão com todos os seus vereadores operacionais.
Também não é normal que o Governo socialista tenha abandonado totalmente o concelho de Évora e o seu executivo municipal, que é da mesma cor. Recorde-se que:
- O Governo PSD elegeu Évora para construção de um dos 10 novos Hospitais Centrais, tendo protocolado com a Câmara Municipal as condições necessárias (cedência de terreno, construção de acessos, revisão do PDM …). Qual foi a escolha do Governo PS? Riscar Évora do mapa …;
- O Governo PSD protocolou com a Câmara de Évora as condições de construção das novas Biblioteca Pública e Biblioteca Municipal, que o Ministro Carrilho tinha empatado e bloqueado. Qual o seguimento desse processo pelo actual Governo? Nunca mais ninguém se lembrou disso;
- O Governo PSD deu início ao processo de concurso para remodelação da linha ferroviária Évora-Lisboa e inscreveu no PIDDAC 2005 as verbas necessárias ao início do termo da construção do troço do IP2 entre o cruzamento de S. Manços e Estremoz (fundamental ao alívio do trânsito da cidade de Évora), tal como fez com a variante de S. Miguel de Machede. Em que ponto estão esses processos? Abandonados.
Os eborenses sentem-se abandonados por este Governo, que abandonou também o seu executivo municipal, por já não acreditar nele. Há quanto tempo o Presidente da Câmara de Évora não é visto ao lado de qualquer membro do Governo, em Évora? A questão a saber é se a vergonha é do primeiro pelo inqualificável desempenho do Governo, se deste pelo lastimável desempenho da Câmara de Évora.
Certo é que a glória se esfumou rapidamente, para ambos …
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