2012-11-28

JUSTIFICADO RECONHECIMENTO AO TRABALHO AUTÁRQUICO NA ALDEIA DA LUZ




Francisco Oliveira, o Presidente da Junta de Freguesia da Luz, concelho de Mourão, desabafava na passada semana à comunicação social que a nova Aldeia da Luz parece uma aldeia fantasma, em consequência do não cumprimento das promessas feitas pelos governos e pela EDIA, a troco da mudança de residência dos seus habitantes.
A nova Aldeia da Luz contabiliza agora o seu 10º aniversário e tive oportunidade de, no âmbito das comemorações do mesmo, ouvir em pormenor as insatisfações expressas pelo Presidente da Junta da Luz, quanto às dificuldades da mesma e dos habitantes da aldeia em disporem integralmente do património habitacional, em construírem novas habitações ou alargarem as existentes, em promoverem a atividade agrícola, em recuperarem infra-estruturas coletivas de apoio à produção, …
Visto ao longe, pode parecer apenas mais uma lamúria de queixumes autárquicos, típicos do nosso quotidiano rural, mas, assistir na própria aldeia ao filme da mudança da submersa para a nova Aldeia da Luz, faz-nos perceber com outros olhos a carga emocional de um processo social que poucos em Portugal e mesmo no mundo experimentaram e o quanto aquela comunidade sofreu na sua identidade e organização interna. Arrepiante …
No entanto, fizeram-no, abdicaram de tudo o que sentiam como seu, individual e coletivamente e mudaram-se para uma aldeia totalmente nova, na qual não dispõem ainda, passados 10 anos, de algumas condições fundamentais para estabilizarem o processo de reconstrução identitária, motor essencial na construção e reinvenção de dinâmicas que contrariem a pressão desertificadora que assola todo o interior do país e do Alentejo em particular.
E é aqui que radica a minha incompreensão, perante insensibilidades anteriormente verificadas de poderes distantes a esta comunidade, face às especificidades do processo, único entre nós e que, por isso mesmo, mereceria muito maior atenção e respeito pelas pessoas que o viveram e que o conduziram.
Ocorreu de forma ordeira e com o sucesso conhecido, com o protagonismo de Francisco Oliveira, um autarca que termina agora a sua passagem pela Junta de Freguesia da Luz com a bem sucedida experiência que nenhum outro tem em Portugal e poucos terão no resto do mundo: a mudança de vivos e mortos para um novo local e a submersão do antigo, pelo grande lago de Alqueva.
É obra, digna de merecido reconhecimento público, mas o qual não se vê acontecer, nem mesmo na discussão em curso sobre a reorganização autárquica, nomeadamente no que toca à importância das freguesias rurais enquanto elementos estruturantes do poder local. Não existirá maior evidência da importância do papel de uma Junta de Freguesia e do seu Presidente, na condução da mudança, do que aquele que aconteceu na Aldeia da Luz, concelho de Mourão, Alentejo. E a Junta de Freguesia da Luz, um caso exemplar do exercício autárquico, continuará a existir.

2012-11-04

O PS AINDA DEVE DESCULPAS AOS ALENTEJANOS E AOS PORTUGUESES




Vários ex-governantes do Partido Socialista, que nos últimos 15 anos contribuíram para a quase falência de Portugal, alguns deles de Évora, estiveram reunidos na cidade no passado fim-de-semana, mas recusaram pedir desculpas aos alentejanos e aos portugueses, pelo estado de pré-falência em que deixaram o país e pela degradação em que deixam vários concelhos alentejanos ao fim de dezenas de anos de gestão autárquica. Ora, o PS deve desculpas aos alentejanos e aos portugueses.
A falta de sentido de responsabilidade do PS de Évora e do PS nacional é tão mais gritante quanto, em face da discussão do OE de 2013 se atrevem a criticar o mesmo pelo alegado esquecimento do Alentejo, sem assumirem as verdadeiras culpas por ao longo de 13 anos de governação terem declinado a construção do novo Hospital Regional de Évora que o Governo do PSD inscreveu no OE de 2005, terem iludido os alentejanos sobre a construção de um TGV que não tinha viabilidade comercial nem económica, terem desbaratado os recursos para a construção das circulares rodoviárias externas a Évora (nó do IP2 entre S. Manços e A6), terem endividado as autarquias alentejanas que afundaram tal como fizeram com o país, deixando aos nossos filhos um encargo insuportável.
Mas, aquilo a que assistimos foi ao desfile de vaidades mediáticas, seja pelas altas cilindradas dos carros que usam, sejam pelos destacados cargos que ocuparam nas insustentáveis fundações que todos nós pagamos, sem qualquer nesga de arrependimento, de responsabilidade, de humildade … Apenas arrogância e indiferença dos ex-governantes socialistas face ao mal que causaram aos alentejanos e aos portugueses, cujas consequências estes estão agora a sofrer.
Poupem-nos às demagógicas críticas ao governo que nos está a tirar do buraco onde os socialistas nos meteram, se nos atos não o conseguirem. Já basta a crise que nos deixaram para o este governo e os portugueses resolverem …

Évora, 05 de Novembro de 2012
A COMISSÃO POLÍTICA DISTRITAL DE ÉVORA DO PSD