2008-05-22

AS PRÓXIMAS AUTÁRQUICAS

Fazer oposição na Assembleia Municipal de Évora, com apenas dois eleitos, não será tarefa fácil. Que balanço se pode fazer do mandato em curso?

Na verdade não foi mesmo nada fácil o mandato anterior do PSD na Assembleia Municipal de Évora (AME), com apenas 2 eleitos em 40 membros daquele órgão. Mesmo assim, a atitude de ponderação, de respeito, de dedicação à defesa do interesse das populações, valeu-nos o reconhecimento do eleitorado, que nos brindou com uma subida de 19% nas eleições de 2005 e a eleição de mais um elemento, ao contrário do PS e da CDU cuja votação desceu respectivamente 15% e 22%.

O grupo municipal do PSD é agora constituído por 3 eleitos que continuam a desenvolver um trabalho de grande empenho no acompanhamento da acção da CME, na articulação com as estruturas locais e regionais do PSD e, principalmente com o vereador do PSD e os restantes eleitos à Assembleias de Freguesia.

Sem cair na crítica fácil, ou no “bota-abaixo” gratuito, o grupo municipal do PSD tem procurado ajudar a encontrar soluções para os problemas dos eborenses, sem no entanto abdicar da crítica fundamentada, da discordância assumida e da recusa das propostas que nos parecem não equacionar as melhores soluções, apresentando os nossos argumentos, expondo as nossas ideias e propostas.

Temos acompanhado com atenção redobrada a situação da Universidade de Évora, o projecto industrial Skylander, os investimentos públicos inscritos no PIDDAC, a construção do novo Hospital Regional, a revisão do PDM, a mobilidade dos funcionários dos serviços desconcentrados da Administração Pública, o subsídio ao arrendamento jovem, a situação do comércio tradicional no centro histórico, a constituição de novas empresas municipais, entre outros domínios que afectam a qualidade de vida dos eborenses.

Tendo em conta o trabalho desenvolvido, a que pode ambicionar o PSD no próximo acto eleitoral autárquico em Évora?

O PSD é, aos níveis nacional e local, um partido de poder. Por isso, sempre que se envolve em alguma eleição em Portugal, não o faz apenas com a perspectiva de marcar presença, mas sim de disputar o resultado final e de ganhar. O mesmo se aplica a Évora, onde existe efectivamente a ambição de poder chegar à conquista da Câmara Municipal através da consolidação de uma participação construtiva e determinada.

Isso não nos impede de, democraticamente, aceitar os resultados ditados pela participação popular na consulta eleitoral, procurando responder aos anseios daqueles que nos eleitos do PSD depositaram a sua confiança, defendendo ao longo do mandato as propostas que conquistaram essa confiança, acreditando que, desta forma, a mesma aumentará, por parte das populações, no acto eleitoral seguinte.

Fruto do elevado empenho dos eleitos do PSD nos vários órgãos autárquicos, da fidelidade aos princípios programáticos do PSD, da ponderação e da seriedade na abordagem quotidiana do exercício autárquico, da credibilidade que sentimos ganhar a cada dia perante o eleitorado eborense, alimentamos a esperança de podermos surpreender nas próximas eleições autárquicas.

Na Câmara, o PSD tem reclamado para o vereador António Dieb um papel determinante na construção de soluções. Foi assim em casos como a revisão do PDM e, mais recentemente, no processo que levou à constituição de uma empresa municipal para a cultura e desporto. No entender do presidente da estrutura concelhia, o PSD tem cumprido, na Câmara, os objectivos traçados?

O papel determinante do vereador do PSD na construção de soluções no seio da Câmara de Évora é bem visível no historial recente quanto à eleição para a Região de Turismo de Évora, na gestão do parque habitacional público através da Habévora, no processo de revisão PDM, no que estamos a tentar conseguir na recuperação do Rossio de S. Brás, na concretização do Parque Desportivo e na Recuperação do Salão Central Eborense, no Estudo Estratégico para Évora, na Empresa Municipal para a Cultura e Desporto, entre várias outras questões.

O desempenho do vereador António Dieb neste mandato não me surpreende em nada, mas extravasa em muito as expectativas que dele tinham muitos eborenses menos conhecedores das suas competências técnicas e políticas. O tempo e os resultados do trabalho desenvolvido, de forma regular, coerente e consistente, têm servido para consolidar uma imagem de credibilidade junto do eleitorado e das forças vivas do concelho, que de forma crescente se aproximam do PSD, sentindo que nele podem confiar para procurar encontrar soluções ajustadas às suas necessidades, aos seus problemas e aos seus projectos.

Para isso, muito tem contribuído a atitude construtiva do vereador do PSD, que sem preocupações de aritmética eleitoral, sem procurar o mediatismo e o alarido gratuito, ensaiando o entendimento máximo entre todos os intervenientes, pensando sempre nas populações e colocando o interesse destas acima de interesses pessoais e mesmo partidários, assume a defesa dos compromissos que estabeleceu com os eborenses.

A oferta cultural em Évora tem sido um dos temas mais debatidos ao longo dos últimos anos. Sendo Évora uma cidade com estatuto de «Património da Humanidade», que propostas apresentará o PSD ao eleitorado para a valorização de espaços e da oferta cultural em Évora?

Uma das apostas do último Governo do PSD, subscrita pelo PSD de Évora era a de elevar Évora a Capital Nacional da Cultura, ideia abandonada pelo governo socialista e nunca trabalhada de forma alternativa pela Câmara de Évora, enquanto oportunidade de valorização dos espaços culturais do concelho e da sua oferta cultural.

Valorizar os espaços culturais e a oferta cultural em Évora obriga a garantir a coexistência de uma diversidade de agentes culturais, de uma oferta cultural multifacetada e a complementaridade de meios e espaços.

Torna-se necessário encontrar formas de articulação entre uma parte da oferta dos agentes que deve ser suportada pela Câmara, uma parte da oferta que pode ser apoiada pela sociedade civil e ainda outra que pode ser garantida pelos próprios agentes culturais. Esta será uma das formas de envolver toda a comunidade local na construção de uma oferta cultural típica e fortemente ligada ao potencial de uma cidade património da humanidade, sem cair em situações que condicionem a tipologia da oferta cultural ou a sua diversidade ou ainda a vontade dos agentes e mesmo a procura, que não deixará também de ser determinante da oferta a construir.

A promoção da diversidade da oferta e da complementaridade articulada dos agentes contribuirá para ampliar a valorização de actividades potenciadoras da identidade distintiva do nosso Concelho, colhendo da cultura benefícios sustentadores de processos de desenvolvimento económico ao nível local, através da estruturação de um “cluster” de indústrias culturais.

No ainda recente processo de constituição da empresa municipal para a cultura e desporto, um dos pontos mais polémicos foi a possibilidade de colocar o CENDREV em novas instalações, libertando o Teatro Garcia de Resende. Concorda com esta solução?

Trata-se a nosso ver de uma polémica alimentada com a intenção de dificultar o entendimento político entre as forças partidárias representadas na Câmara de Évora, procurando desviar a atenção pública e o centro da discussão daquilo que estava verdadeiramente em questão.

Prova disso é o facto de o próprio CENDREV ter vindo publicamente a assumir que não se opunha à mudança do espaço físico, impondo apenas que estivessem garantidas as condições adequadas para o seu trabalho, mostrando que toda a discussão foi empolada e polemizada propositadamente com objectivos político-partidários, colocando outros interesses acima da necessidade mais básica de consensualizar soluções que ultrapassem os obstáculos, conduzindo por vezes a bloqueios que apenas prejudicam as populações.

A instalação em Évora de uma fábrica de aviões Skylander tem sofrido sucessivos atrasos. O PSD tem acompanhado a questão, em iniciativas locais mas também em sede parlamentar. Que balanço de um processo que demora a concretizar-se?

Desde a primeira hora que a intenção de investimento foi apresentada, apesar do excessivo aproveitamento eleitoral que foi feito do tema, pelo Partido Socialista, o PSD sempre se colocou ao lado da Câmara Municipal, assumindo publicamente a grande importância deste projecto, enquanto estruturante no desenvolvimento do concelho.

ARRANQUE DA SKYLANDER É FUNDAMENTAL E URGENTE PARA ÉVORA

É URGENTE A CONCRETIZAÇÃO DO INVESTIMENTO AERONÁUTICO EM ÉVORA

SKYLANDER - PROCESSO CADA VEZ MAIS CONFUSO

MANTER VIVAS A ESPERANÇA E A MEMÓRIA

AVIÕES NÃO CHOCAM COM PATRIMÓNIO

Kemet e Skylander

O PSD de Évora tudo fez e continua a fazer para que a fábrica de produção aeronáutica se instale em Évora, incentivando e apoiando a Câmara a pressionar o Governo no apoio empenhado ao projecto, requerendo periodicamente informação ao Governo, levando o assunto á Assembleia da República. Continuamos a pensar que ainda será possível e continuamos a acreditar na sua concretização.

Estamos conscientes que não será a panaceia para todos os males e problemas de desenvolvimento do concelho, mas não deixará de constituir um sinal importante de estímulo às pessoas e aos investidores, numa cidade do interior abandonada pelo governo socialista que repetidamente diminui o investimento público anual inscrito em PIDDAC, onde urge estancar a continuada diminuição de população e promover a revitalização demográfica, bem como inverter a galopante escalada do desemprego que afecta principalmente os jovens recém-licenciados.

Mas a verdade é que a informação institucional por parte da Câmara Municipal tem sido escassa e por vezes pouco clara nos 5 anos já decorridos em que se fala no assunto, o que gera naturalmente alguma apreensão que resulta dos sucessivos adiamentos de arranque do projecto, a que se juntam as notícias da comunicação social regional relativas a eventuais ameaças que pairam sobre o mesmo.

Nada disso facilita a colaboração que o PSD possa emprestar à concretização do projecto, mas continuaremos a tentar ajudar, esperando que não se tenha tratado apenas de mais uma promessa eleitoral do PS como tantas outras feitas desde 2001 e não concretizadas.

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