2008-05-22

O QUE NASCE TORTO, TARDE OU NUCA …

O Governo socialista vive da gestão imagem que inicialmente criou (a coragem reformista), mas, sem consequências práticas.

Com as eleições à vista, tudo o que parecia importante ao início, parou e ficou adiado sem data:

  • Na educação, a qualidade e os resultados do sistema de ensino não colheram benefícios da guerra aberta com os professores, cuja avaliação acabaria por ser abandonada e assim sacrificadas todas as restantes componentes do sistema a avaliar para empreender a reforma. O facilitismo tomou conta da lógica de aplicação dos fundos comunitários destinados à suposta qualificação dos portugueses e vamos gastar o último quadro comunitário de apoio a atribuir diplomas de habilitações sem competências profissionais associadas, o que acarretará consequências desastrosas do ponto de vista da produtividade do factor trabalho e da economia.

  • Na Administração Pública, a suposta reforma partiu de cima com a determinação arbitrária do número de funcionários a abdicar em nome de um controle do défice público, mas sem preocupação com a melhoria do funcionamento e resposta do Estado perante os contribuintes nem pelas pessoas que, apesar de excedentários e fazendo falta noutros serviços, se vêem preteridos face ao recrutamento arbitrário de externos nos serviços regionais e locais serviços de saúde, educação, nas câmaras municipais e por aí fora. O resultado é uma Administração Pública que funciona pior com mais impostos que arrecada e que espanta o investimento estrangeiro, que detesta este tipo de serviço público.

  • O desemprego, é o que se vê, com a deslocalização de empresas multinacionais em todo o país, sem que em contrapartida se vejam frutos de algum apoio à criação de emprego nas actividades desde há muito identificadas como valorizadoras de recursos endógenos que sustentem processos de desenvolvimento equilibrado e harmonioso do país. O equilíbrio financeiro da segurança social é conseguido a prazo, em função dos ciclos eleitorais do partido do governo, as reformas futuras estão comprometidas e os contribuintes do sistema vêem diminuídos diariamente os seus direitos sem contrapartida na redução da carga contributiva.

  • O ordenamento do território é um desastre com um interior rural em franca erosão (diminuição da população, diminuição do investimento público através do PIDDAC, encerramento de escolas, postos da GNR, maternidades e Centros de Saúde) e um incomportável adensamento do litoral urbano onde se esgotam os investimentos públicos na construção de grandes projectos de betão (aeroporto, pontes e outros tantos …).

Portugal está sem rumo, o Governo não tinha antes nem ganhou entretanto qualquer ideia de fundo para o futuro de Portugal e a consequência é o perigo que sempre ocorre quando a navegação se faz à vista: o afundamento por causas múltiplas e imprevistas.

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