Segundo a Rádio Diana, Cerca de 200 mil livros vão passar do 1º andar do edifício da Biblioteca Pública de Évora para o rés-do-chão, depois de uma recomendação do LNEC. O Laboratório Nacional de Engenharia Civil aconselhou que fosse retirada metade do espólio do 1º andar, por razões de segurança. “O objectivo é retirar 200 mil livros desse depósito e guardá-los no rés-do-chão, em estantes compactas”, revelou à DianaFm o director da BPE, considerando que “o que nós estamos a fazer são resoluções temporárias, que só terão uma resolução definitiva quando for construída uma biblioteca nova”.
“O trabalho já começou” revelou José António Calixto, adiantando que “estamos a retirar uma parte de jornais, revistas e periódicos que entram por depósito legal, que tem muito pouca utilização, e estamos a guardá-los no celeiros”. O mesmo responsável prevê que o processo de transferência de livros fique concluído até final de 2008. Neste âmbito, está ainda prevista a abertura de uma nova sala de leitura para a hemeroteca no rés-do-chão.
O Dário do Sul especifica que Esta operação tem por base recomendações do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), feitas depois de uma vistoria ao edifício há uns anos, em resposta a uma solicitação da própria BPE, tutelada pela Direcção-Geral de Arquivos/Torre do Tombo.
"O LNEC disse que deveríamos proceder à transferência de livros porque a capacidade de resistência da laje do primeiro andar, nessa zona onde está o depósito, com três andares de estantes, estava ultrapassada. Havia peso a mais", explicou. Antes de mudar essa parte do espólio, a BPE teve que encontrar instalações para onde transferir algumas das valências que se encontravam no rés-do-chão, para libertar espaço. "Parte do que estava no rés-do-chão, que estava tão cheio como o primeiro andar, está a ser levado para os antigos celeiros da EPAC", que foram reconvertidos em espaço cultural, referiu José António Calixto.
O orçamento da BPE relativo ao ano passado também foi reforçado com mais cem mil euros, aplicados na aquisição de novo mobiliário, mais compacto e que permite maior arrumação, onde vão ser acondicionados os 200 mil livros. "Com estas alterações, além de aliviarmos o primeiro andar, adquirimos estantes que permitem o dobro da arrumação, os livros ficam melhor acondicionados e a hemeroteca do rés-do-chão, com o mobiliário novo, ganha uma boa sala de leitura, de que não dispunha antes", salientou.
Entre os 200 mil livros a transferir, encontram-se obras "raras e muito valiosas", como é o caso da Biblioteca Manizola, conjunto de "impressos e manuscritos pertencentes ao arquivo do Visconde da Esperança, adquiridos pelo Estado em 1955", segundo dados da Direcção Geral de Arquivos. "É uma biblioteca muito famosa e rica, com 30 a 40 mil livros", acrescentou José António Calixto, revelando que as obras que vão ser transferidas pertencem quase todas à primeira metade do século XX.
Conviria que a comunicação social observasse e descrevesse como estará esse apregoado "espaço cultural" que são os antigos celeiros da EPAC, onde talvez viesse a encontrar caixotes não abertos de volumes publicados todos os dias em Portugal e que ao depósito legal da BPE vêm parar, sem que sejam encaminhados para consulta pública, por culpa da falta de espaço.
Resta saber quando se decidirá este Governo socialista que tanto se ouve apregoar ser muito amigo do Alentejo, a inscrever em PIDDAC a verba necessária à construção da nova Biblioteca Pública de Évora, tal como havia feito o Governo do PSD/PP relativamente ao Orçamento de Estado de 2005 do qual o PS fez tábua rasa.
Também aguardamos ainda uma manifestação defesa de Évora por parte do Presidente da Câmara de Évora, exigindo ao Governo do seu partido que cumpra a promessa feita em campanha eleitoral para as legislativas de 2005, de construção da nova BEP. Ele que tanto bradou em 2005 contra a deslocação da Secretaria de Estado da Cultura para Évora, como se urticária lhe provocasse, não parece agora tão queixoso das dores resultantes dos maus tratos diários do Governo do seu partido (corte de verbas para a Universidade de Évora, abandono de construção da BPE, desresponsabilização pela conservação das muralhas, ...)
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