O 3º pacote de medidas de austeridade que este Governo já anunciou, revela-se profundamente injusto para os portugueses, pelo facto de carregar fortemente sobre a classe média e as famílias portuguesas, sem que o núcleo do problema da despesa seja verdadeiramente atacado. Reduzir em 10% o vencimento de um casal de funcionários públicos que tenha 2 filhos a estudar no ensino superior, afectando o seu rendimento em mais de 500€, para compensar a irresponsabilidade dos aumentos da função pública na campanha eleitoral de 2009 e dos quais esse mesmo casal não beneficiou, é de uma injustiça que não lembraria a ninguém, muito menos se esperaria dos socialistas.
Mas, manter intocáveis as reformas milionárias de mais de 5.000 ex-funcionários públicos que chegam a rondar os 8.000€ ou as reformas de ex-quadros do Banco de Portugal que chegam aos 10.000€ (o insuspeito Silva Lopes já o denunciou várias vezes), sem esquecer os ex-governantes e ex-políticos que ainda continuam no activo e a receber reformas inacreditáveis, é verdadeiramente revoltante.
Toda essa injustiça resulta de uma total incapacidade governativa do PS em controlar a despesa pública, sendo Portugal o único país dos Estados europeus em dificuldades onde a mesma continuou a crescer em 2010, apesar do 2º pacote de medidas de austeridade. Reconhecer o falhanço do PEC II e a incompetência do Governo na redução da despesa pública que o mesmo previa, é uma questão objectiva e que faz parte das contas do INE e dos organismos internacionais, nada tendo a ver com sectarismo partidário na análise.
O fundo de pensões da PT enquanto medida extraordinária de recurso para equilibrar as contas públicas e cumprir o objectivo do défice das mesmas, que o PS tanto criticou ao PSD, confirma a incompetência de um Governo que não foi capaz de travar a admissão de boys para os vários serviços públicos (vejam-se os Governos Civis que o PS prometeu extinguir), a criação de cargos de chefia feitos à medida dos militantes do partido, e as centenas de novos organismos que foram criados para alimentar toda esta clientela rosa.
O contribuinte e a classe média pagam agora a desgovernação e a incompetência socialista, que daqui a um ano, por esta altura, se os portugueses insistirem em deixar-se enganar, estarão novamente a sobrecarregar os portugueses com nova austeridade, para reduzir o défice em 2012 e corrigir os resultados não conseguidos em 2011.
Por agora, tocou mais aos salários públicos acima dos 1.500€, mas, nessa altura, veremos se não toca a muitos mais, que hoje se julgam excluídos desses injustos sacrifícios.
Sem comentários:
Enviar um comentário