A escolha pela localização do novo Aeroporto Internacional na margem sul do Tejo acarreta desde logo vantagens no domínio da concretização do planeamento logístico nacional, pela facilitação de articulação entre as diferentes plataformas logísticas programadas para o Alentejo e áreas próximas (aeroportuária em Sines, nacional/urbana no Poceirão e transfronteiriça no Caia) e pelo consequente fomento da intermodalidade no transporte de carga e passageiros (marítimo, rodoviário, ferroviário, aéreo), reforçando a importância do corredor central urbano/logístico/industrial que atravessa o Alentejo e liga Lisboa a Madrid.
A constituição de uma cidade aeroportuária em torno do novo aeroporto promoverá uma aceleração na expansão da Área Metropolitana de Lisboa (AML) que, embora criando uma nova centralidade da mesma (Alcochete/Benavente/Montijo), esta será mais próxima do Alentejo e dos seus principais centros urbanos (ex. de Évora, ligada pela Alta Velocidade), facilitando o escoamento da produção regional em direcção aos grandes centros nacionais e europeus de consumo, a localização de novas empresas, os movimentos pendulares diários para efeitos de trabalho, o turismo urbano de Évora e do núcleo turístico do EFMA.
Do ponto de vista do ordenamento do território (no que toca às actividades económicas e ao povoamento habitacional), a nova localização do aeroporto permitirá colmatar uma das lacunas que os organismos internacionais (ex. OCDE) sempre apontaram como entrave ao desenvolvimento territorialmente equilibrado do país: a constituição de uma almofada de tecido urbano-industrial entre a AML e os pólos urbanos do interior de concentração de actividades e população, atraindo empresas e população para uma faixa de continuidade urbana que, tal como em muitos outros países europeus e mais além (ex. Nova Zelândia), poderá constituir-se como o principal motor da geração de novos empregos.
Tal dependerá, em boa medida, da capacidade que Évora, enquanto principal núcleo urbano do Alentejo, demonstre para aproveitar este potencial de estruturação de actividades na envolvente do corredor onde se localiza, nomeadamente no que toca às funções urbano-económicas que possa posicionar-se para preencher relativamente à Área Metropolitana de Lisboa, com vista à sua valorização urbana a gerar a partir dessas funções: residencial, turística, comércio e serviços, logística e industrial.
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