Uma aluna da licenciatura em Sociologia, da Universidade de Évora, abriu um processo contra um docente, que acusa de maus tratos verbais. Isabel Balancho tem 57 anos e sofre de problemas visuais. O docente tê-la-á chamado inválida.
«Fiz a primeira frequência, de seminário, sem problemas, com os óculos habituais que tinha de pôr, tipo lupa. Ele já estava a falar com uma colega sobre mim, se sabiam o que é que eu tinha e, enquanto as minhas colegas estavam a fazer a frequência, ele ia dizendo ”O que é que a senhora anda aqui a fazer?”, “Tem tantas probabilidades de ser socióloga quanto eu de ser treinador de futebol de uma equipa estrangeira”», relatou à DianaFm a aluna. O docente terá acrescentado, perante dificuldades de Isabel Balancho em visualizar, num ecrãn de projecção, ícones da barra de tarefas de um computador, “Está a ver, é inválida, os inválidos não são iguais aos outros”.
Isabel Balancho é autarca de Santo Aleixo da Restauração, concelho de Moura, faz 600km para frequentar o curso de Sociologia na Universidade de Évora, e diz-se humilhada com a situação, tendo requerido, de imediato, substituição de docente na cadeira em questão. Pela mesma altura de apresentação da queixa, fins de Janeiro, uma mesma participação foi recebida pela vice-reitora Ana Costa Freitas, referente ao mesmo professor, por parte de uma turma de enfermagem.
“Não é tolerável, não considero que quaisquer alunos que sejam tenham de ouvir da parte dos docentes quaisquer coisas com que se sintam incomodados, portanto, acho que há razões para a aluna se queixar. Os docentes estão a transmitir, eles estão a aprender, isto é uma relação cordial, não há nada que justifique a perda dessa cordialidade, e é disso que eles se queixam”, explica Ana Costa Freitas.
A Universidade abriu um processo disciplinar, e equaciona-se a reforma compulsiva do docente, Carlos Alberto Oliveira.
Por experiência própria testemunho publicamente lamentar que a mesma atitude inqualificável seja mantida por esse personagem, sem que a Universidade se tenha atrevido a ajuizar sobre os seus comportamentos durante mais de 20 anos.
É tempo de ver apurada responsabilidade pelos seus actos e pagar por eles, se assim for apurado e decidido. Ninguém é impune, menos ainda os irrascíveis.
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