2008-07-13

HÁ 20 ANOS JÁ ERA ASSIM NA UNIVERSIDADE DE ÉVORA

Uma aluna da licenciatura em Sociologia, da Universidade de Évora, abriu um processo contra um docente, que acusa de maus tratos verbais. Isabel Balancho tem 57 anos e sofre de problemas visuais. O docente tê-la-á chamado inválida.

«Fiz a primeira frequência, de seminário, sem problemas, com os óculos habituais que tinha de pôr, tipo lupa. Ele já estava a falar com uma colega sobre mim, se sabiam o que é que eu tinha e, enquanto as minhas colegas estavam a fazer a frequência, ele ia dizendo ”O que é que a senhora anda aqui a fazer?”, “Tem tantas probabilidades de ser socióloga quanto eu de ser treinador de futebol de uma equipa estrangeira”», relatou à DianaFm a aluna. O docente terá acrescentado, perante dificuldades de Isabel Balancho em visualizar, num ecrãn de projecção, ícones da barra de tarefas de um computador, “Está a ver, é inválida, os inválidos não são iguais aos outros”.

Isabel Balancho é autarca de Santo Aleixo da Restauração, concelho de Moura, faz 600km para frequentar o curso de Sociologia na Universidade de Évora, e diz-se humilhada com a situação, tendo requerido, de imediato, substituição de docente na cadeira em questão. Pela mesma altura de apresentação da queixa, fins de Janeiro, uma mesma participação foi recebida pela vice-reitora Ana Costa Freitas, referente ao mesmo professor, por parte de uma turma de enfermagem.

“Não é tolerável, não considero que quaisquer alunos que sejam tenham de ouvir da parte dos docentes quaisquer coisas com que se sintam incomodados, portanto, acho que há razões para a aluna se queixar. Os docentes estão a transmitir, eles estão a aprender, isto é uma relação cordial, não há nada que justifique a perda dessa cordialidade, e é disso que eles se queixam”, explica Ana Costa Freitas.

A Universidade abriu um processo disciplinar, e equaciona-se a reforma compulsiva do docente, Carlos Alberto Oliveira.

Por experiência própria testemunho publicamente lamentar que a mesma atitude inqualificável seja mantida por esse personagem, sem que a Universidade se tenha atrevido a ajuizar sobre os seus comportamentos durante mais de 20 anos.

É tempo de ver apurada responsabilidade pelos seus actos e pagar por eles, se assim for apurado e decidido. Ninguém é impune, menos ainda os irrascíveis.

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