Os factos demonstram que o Governo socialista não fez tudo o que estava ao seu alcance, antes resistindo, para além dos limites toleráveis pelos empresários, no financiamento de um projecto que geraria 3.000 postos de trabalho, directos e indirectos, e serviria de âncora ao desenvolvimento de um sistema de ciência e tecnologia regional que praticamente não existe.
Também a Câmara de Évora ficou muito aquém do que poderia ser a sua iniciativa na concertação, envolvimento e mobilização do tecido empresarial e financeiro regional com vista ao financiamento de um projecto estruturante para o futuro do Alentejo. Ao contrário do que aconteceu com as entidades locais francesas, a Câmara de Évora não foi capaz de estar à altura da exigência das negociações, pelo que não podem os eborenses deixar de imputar responsabilidades políticas ao executivo camarário.
Resta a Évora a esperança de que o projecto das anunciadas duas fábricas da Embraer se concretize efectivamente. De especial importância para uma região onde o desemprego qualificado floresce a um ritmo bem maior que os projectos de criação de emprego, os eborenses têm agora legitimidade para só acreditar quando estas abrirem as portas, não podendo continuar a acreditar em vendedores de sonhos, repetidamente anunciados em campanha eleitoral mas nunca concretizados.
O PSD e os seus eleitos, no Município de Évora e na Assembleia da República, numa atitude de oposição responsável, continuarão, como o têm feito, a procurar intervir e colaborar de forma empenhada para apoiar o desenvolvimento do concelho de Évora e da região.
Porém, mas não podem deixar de alertar os eborenses para a perda de oportunidade de constituição do cluster aeronáutico em Évora: ao contrário da GECI, a Embraer não se propõe construir aviões em Évora, mas tão só alguns dos componentes (asas e caudas) posteriormente montados no Brasil.
Passados oito anos de fantasiosas promessas, desejaríamos que o Presidente da Câmara de Évora tivesse aprendido com este caso que não pode continuar a prometer, apenas para ganhar eleições, aquilo sobre o que não dispõe do domínio suficiente garantir a concretização. Infelizmente, pelo seu silêncio em todo este caso, nenhuma evidência dispomos de que o seu comportamento possa vir a mudar.
Pela nossa parte, porque temos para Évora um projecto real, continuaremos a tentar atenuar os sucessivos impactos negativos de quem promete o que sonha, mesmo quando não sonha concretizar o que promete.
Évora, Setembro de 2008
2 comentários:
Se fossem só promessas...Ele nem luta pela cidade.
Acabou de deixar escapar a região de turismo para Beja. Notícia avançada pela rádio pax (www.radiopax.com)
Nem vozes se ouviram dele.
Pois, detesto dizer "eu bem vos disse", mas estava na cara que a GECI era aldrabíce. O Skylander nunca existiu fora um boneco feito para o "Flight Simulator".
Os coreanos perceberam logo, pena os portugueses terem demorado 5 anos, mas mais vale tarde do que nunca.
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