Também houve tempos em que acreditei que seria possível mudar substancialmente a face e o perfil da região pelos efeitos do empreendimento. Era novo, estudante, aprendiam-se na escola a teorias da dependência que tinham feito furor na América Latina e que os nossos teóricos marxistas para cá importaram literalmente (e que ainda hoje ventilam na sua forma mais pura como se não tivesse sequer existido o advento do termo globalização) e, por último mas igualmente importante, a PAC ainda nem sequer estava no papel, muito menos a sua reforma.
Não foram necessários muitos anos para me convencer do erro em que laborava o meu convencimento.
Bastou constatar que os agricultores alentejanos não exigiam a construção do EFMA, antes abandonavam o cultivo nos perímetros de rega existentes, mesmo os pequenos: Divor, Caia, Odivelas, etc...
Só os trabalhadores agrícolas em agonia devido à seca, os seus sindicatos ligados às forças políticas dominantes na região e o PS que pretendia engolir o PC no Alentejo, se revelavam os verdadeiros defensores, uns por interesse, outros por ingenuidade e outros por teimosia.
Agora, como tudo o resto parece perdido, ao menos uns complexos turísticos , não é? Como podem alguns vir dizer que estão desencantados? Com o quê, se nunca houve encantamento?
Anda tudo a dormir...
Sem comentários:
Enviar um comentário