2006-02-28

AGRAVAMENTO SEM RETORNO À VISTA...

CONFORME A COR, ASSIM A REACÇÃO.

Tivesse esta medida sido tomada por algum Governo imediatamente anterior a este e a reacção dos supostos "gurus da pedagogia", hoje instalados no poder, seria do maior repúdio, baseados nos argumentos que hoje invocam: motivos de natureza pedagógica!

O mesmo teria acontecido com os professores, cujos sindicatos parecem agora adormecidos perante as mais austeras medidas contra eles tomadas que algum governo algum vez ousou depois de Abril de 1974. O que dizem os seus sindicatos? Nada! O que mudou? Apenas a cor do Governo? Ok, entendido.

E os Presidentes de Câmaras Municipais? Quantos já ouvimos (considerados rebeldes dentro do seu partido) contestar tais medidas em defesa dos interesses dos seus munícipes? É adequada e justa a medida? Só agora, ou antes também já era assim e reagiram contra por lealdade de oposição ao Governo que não era da sua cor?

A que lealdade respondem, uns e outros?

Como pode um país de carneiros algumas vez andar em frente? Pode, mas... para o abismo que os carneiros da frente conduzem o rebanho que se deixa conduzir em nome dos interesses político-partidários de manutenção e exercício do poder, mas em sacrifício dos interesses dos cidadãos que juraram em algum momento defender. Cegueira de cor?

Já antes assim havia sido: reacções de serenidade porque o código partidário assim o exige.

A MANCHA QUE SE ESTENDE ... ATÉ NÓS.

Mais uma Universidade (privada) que, tal como outras anteriores, se encontra a braços com problemas de gestão, os quais, apesar de excepções sem dúvida inegáveis, resultam basicamente da diminuição da população em idade escolar por um lado e, por outro, da irracionalidade e completa irresponsabilidade dos Governos que permitiram a proliferação desregrada de instituições destinadas a cumprir (no longo prazo) um objectivo que se conseguiria em muito menos tempo.
Culpa da falência resultante da qualidade do ensino? Sem dúvida que em alguns casos haverá responsabilidade, mas, na maior parte deles tal não aconteceu, especialmente porque os docentes (com mestrado e doutoramento) eram comuns à falta de quadros próprios, pelo que não será de supor diferentes desempenhos profissionais dos mesmos em função da entidade empregadora, nem a mediocridade geral do sistema de ensino superior público e privado, por analogia.
Quem não se lembra dos famosos estudos prospectivos do Departamento de Prospectiva e Planeamento do Ministério da Educação na década de 1990 quando ainda não existia Ministério com tutela do ensino superior, projectando a população escolar e as necessidades de resposta à mesma, ajustadas às igualmente supostas necessidades de competências, para o horizonte de 2005?
Bastará consultar a bibliografia de muitos trabalhos académicos de então (década de 1990) para constatar a coincidência entre os autores de tais estudos e a sua participação em Governos que tomaram decisões completamente opostas aos estudos que haviam sustentado os seus programas de acção (ao menos para venda ao eleitorado em tempo de campanha eleitoral).
Em nome de quê? Do eleitoralismo sustentado na garantia de acesso generalizado ao ensino superior? Com que resultados? O aumento incontrolável dos jovens desempregados licenciados relativamente aos quais chegamos ao cúmulo da irresponsabilidade ao considerar a possibilidade da sua reconversão para outras profissões; ao encerramento das instituições do ensino superior cuja expansão se permitiu e estimulou, com consequências nefastas (senão mesmo irrecuperáveis) para o interior de um país cada vez mais litoralizado e dual.
Ainda assim, os maiores problemas para a faixa interior de um país onde se gastaram tantos milhões de contos e Euros ao longo de 3 Quadros Comunitários de Apoio na revitalização do mundo rural e na fixação de populações (medidas de insuficiente eficácia, como se constata), ainda está para vir mas, já não será demorado, porque o problema não afecta só os privados, também afecta as instituições públicas espalhadas pelo interior do país ao longo da década de 1980 para estimular a afirmação de pólos urbanos de média dimensão.
Como resolver a duplicação de capacidade instalada na produção de competências ao nível regional, entre Universidades e Politécnicos? Como reajustar (drasticamente porque já era para ontem) a oferta às necessidades do mercado de trabalho (ainda valerá a pena pensar em termos regionais?) que deverá ser encarado à escala global e não à escala local ou regional (que nunca teve expressão, apesar da teimosia dos académicos de uma esquerda já então mais que ultrapassada e hoje totalmente desprezada no espaço da fundamentação da decisão política)? Como resolver o problema dos quadros de pessoal (mestres e doutores) entretanto alargados ao sabor da maré?
Não me parece que existam respostas fáceis para a verdadeira crise em que se encontra o ensino superior (público e privado; universitário e politécnico) instalado nas cidades do interior português. Mas, uma coisa é certa: se tais estabelecimentos continuarem a sua atitude de clausura académica, de elitismo cultural e de de isolamento, face a uma sociedade civil onde perdura um quadro de agentes económicos que deles desconfia (por não sentir a necessidade da sua existência), o futuro desses estabelecimentos será sem dúvida muito mais incerto e conturbado.
A razão é simples e resume-se ao facto de, não podendo tais estabelecimentos continuar, para o futuro, a sobreviver com os recursos das propinas de alunos cujo número é cada vez menor, a legitimação da sua missão (a razão de ser da sua existência) num contexto envolvente (contribuintes individuais, colectivos e empresariais) que defenda, em articulação com um tecido institucional motivado em torno de um desígno de desenvolvimento regional, exige alguma abertura a que outros possam questionar e opinar não só quanto à sua continuidade (sustentada pelos impostos de todos nós) como à sua orientação.
Uma abertura de humildade que urge...

NÃO AQUECE NEM ARREFECE?

Não estou suficientemente convencido da inocuidade que generalizadamente se pretende atribuir (na saída, como é tendência) à passagem de Jorge Sampaio pela Presidência da República, no que ao segundo mandato diz respeito e, sejamos justos, apenas em relação a este se me levantam algumas interrogações.

Referem-se as mesmas nomeadamente à decisão de dissolução da AR em 1994, para corrigir uma decisão menos acertada alguns meses antes, mas que acabaria por mudar o panorama político partidário português para o futuro, os equilíbrios de forças políticas então existentes e, por último mas não menos importante, o futuro de Portugal, não para melhor como se pode constatar a cada dia que passa, no meu (e acredito não estar sozinho) entender.

Decisões inocentes? Não sei... Sempre acreditarei que quem decide faz o melhor que pode e sabe em função da informação disponível no momento e da leitura da mesma, garantindo um compromisso de conciliação entre as inclinações pessoais e os interesses de uma causa maior em nome de cuja defesa tenha sido investido.

Por isso mesmo, em situação idêntica, outros poderiam ter optado por escolhas (bastante) diferentes. Nada a fazer, terminou, novo ciclo se abre...

2006-02-25

A CADA DIA QUE PASSA, NA CME, a arrogância de outrora vai cedendo lugar à humilhação ... quase quotidiana!

Lê-se no comunicado de imprensa que, em reunião pública de 09 de Fevereiro de 2006 da Câmara de Évora ... Foi também aprovada por unanimidade a anulação da deliberação de cedência de terreno em direito de superfície no Aeródromo Municipal de Évora à empresa Falconwings, Ldª. Tal decisão deriva do incumprimento da referida empresa no que concerne à não resposta às notificações do Departamento de Apoio Jurídico e de Notariado (DAJN) que visavam a marcação da escritura pública de constituição de direito de superfície; à não entrega da documentação necessária e solicitada para celebração do contrato acima referido; ao insucesso das tentativas de contacto com a empresa feitas pelo DAJN e pelo Departamento de Desenvolvimento Económico (DDE).

Recordemos o que aconteceu nas últimas semanas de Setembro e primeiras semanas de Outubro de 2005, em plena campanha eleitoral autárquica:

O Presidente da Câmara de Évora, recandidatando-se ao lugar, não teve pudor em usar publicamente a informação sobre investimentos pouco sólidos, protagonizados por intervenientes sem credibilidade suficientemente verificada como agora confirma em reunião de Câmara vários meses depois?

Objectivamente, não estou (ainda) com predisposição para acreditar nas mais recentes notícias (que considero serem de pressão e marcação de posição) que constam no site oficial da GECI sobre a possibilidade de a "descolagem" dos aviões construídos ocorrer a partir de Beja!!!!!!!!

Tal significaria (o que espero que não venha a acontecer) o total abandono de Évora pelo Governo do PS e a total falta de confiança no mesmo, com consequências óbvias a nível local: quando nem o (suposto) glorioso PM confia no nosso Presidente, quem somos nós para contrariar tão ilustre personagem?

2006-02-21

QUAL O (DES)GOVERNANTE QUE SE RECUSOU A VIR A ÉVORA DESTA VEZ?

A CULPA NÃO É DO MENSAGEIRO

A notícia não é nova nem boa.
Mas, parece que muita da agenda política nacional e local (curiosamente o nível regional está ausente, a não ser pelas piores razões) está programada propositada e intencionalmente para distrair o pessoal das dificuldades que vêm aí, num ano que até agora, apenas queimou dois meses.
As vantagens de ler muito, em casa, o que parece não agradar a alguns. É a vida ... como diria o pouco saudoso.

FINALMENTE ... UMA CERTEIRA QUE MERECE A MINHA CONCORDÂNCIA!

Muito mais interessante, necessário e justo que as últimas opções de agenda política como os casamentos e uniões de facto entre o mesmo sexo...

A CHUVA QUANDO CAI, NÃO É PARA TODOS!

2006-02-15

FALTA DE RACIONALIDADE NA OFERTA DO ENSINO SUPERIOR!

De quem é a culpa da situação a que se chegou?
Quem deveria revelar coragem (por responsabilidade) em encetar a correcção da situação?
Os sucessivos Governos que incentivaram e conduziram a instituição de um modelo de financiamento do ensino superior sustentado na massificação desregrada e crescentemente degradante (em qualidade) da procura e frequência por parte dos alunos?

As Universidades e Politécnicos que, com autonomia para optarem pelas escolhas de oferta de cursos mais ajustados e necessários ao desenvolvimento (estratégico) das regiões onde se inserem, fizeram disso tábua rasa e se viraram para o seu umbigo, apostando apenas na crescente e não raro irresponsável oferta para alimento próprio?

O tecido empresarial e institucional circundante que não travaram a tempo as ambições irracionais daqueles que, em diferentes patamares, ousaram de forma irresponsável e impune desbaratar recursos financeiros elevadíssimos (colectivos) na formação errónea de outros recursos (individuais)?

O que não me parece justo aceitar é a frequente acusação ao Instituto de Emprego pelos elevados níveis de desemprego e dificuldades de empregabilidade dos jovens recém licenciados, como se de uma fábrica de empregos se tratasse. Não se pensa um pouco sobre o patamar a que se situa a responsabilidade pelas circunstâncias que nos vitimam?

ESTRANHA PRIORIDADE DA JUVENTUDE SOCIALISTA.

Perante problemas tão graves como galopante agravamento do desemprego de jovens recém licenciados que não conseguem ingressar no mercado de trabalho ... como entender a eleição desta prioridade?
Esquecimento? Distracção? Premeditação e estratégia política? Oportunidade associada ao dia de S. Valentim?

TANTA NOTÍCIA, ... NENHUMA É BOA! O pior ainda não passou?

UM MODELO DE AUTARCA? Não vejo críticas ...

  • A ausência de críticas de autarcas a comportamentos pouco prestigiantes para a classe;
  • A ausência de críticas de políticos a atitudes pouco abonatórias à recuperação da já avançada degradação da imagem da classe;
  • O silêncio de um PS que se permitiu aceitar deslocar Jorge Coelho em plena campanha eleitoral autárquica de 2001, para apoio institucional do partido à candidatura;
  • A permanente e implícita crítica interna no PSD à coragem que Marques Mendes demonstrou ao não enveredar por semelhantes vias;
  • A ausência de explicações justificadoras de organismos da Administração Pública sobre esta situação e a legalidade da mesma;

São situações a que a crescente indiferença dos políticos, da comunicação social, da Administração Pública e da sociedade civil em geral, tenho dificuldade em entender.

O risco de uma excessiva e alargada indiferença é o de a mesma funcionar, tendencialmente, como factor de integração na normalidade de situações outrora (e cada vez mais excepcionalmente) anormais, abanando a convicção da afirmação de princípios de honestidade perante gerações futuras que procuramos e necessitamos educar na base de uma valoração concliliadora com uma visão de rigor e respeito por nós próprios e pelo nosso contexto enquadrador.

Um autêntico desafio, convencer que o caminho mais compensador em Portugal é outro que não este ... Cada vez tenho mais dúvidas.

2006-02-05

UM CONSELHO AO PRESIDENTE DA CÂMARA DE ÉVORA:

A próxima vez que se pronunciar sobre o tema, e, em especial sobre as posições do PSD, ... SEJA MENOS ARROGANTE, QUE ISSO NÃO LHE FICA BEM E SÓ PERDE VOTOS (já basta os que perdeu nas últimas eleições autárquicas, que não foram poucos).