Repare-se na segurança das afirmações produzidas, na certeza quanto aos cumprimentos dos prazos anunciados e na convicção das informações relatadas. Em parte alguma das notícias que vinham a público diariamente se referia qualquer eventual previsão de contratempo ou atraso relacionados com a angariação de recursos financeiros, captação de investidores, ou concorrência de outras cidades alentejanas: a criação de uma fileira aeronáutica em Évora foi dada como certa à população pela Câmara Municipal de Évora directamente e via comunicação social.
Um ano depois, os eborenses observam como continuam limpos os céus da cidade e dão-se conta que as notícias mudaram o tom de euforia e de certeza inabalável quanto ao famigerado investimento. Afinal, a fileira aeronáutica dificilmente pode estender-se de Évora a Beja e uma das cidades ficará a ganhar, em função das condições de que disponha à partida e de outras que esteja e pretenda estar em condições de assegurar no futuro.
Certo é que, um ano depois das promessas miraculosas do Presidente da Câmara de Évora durante a campanha eleitoral, as coisas não parecem estar a andar, pelos menos ao ritmo que foi anunciado.
Pior ainda é que, a julgar pelas notícias que vão surgindo nos órgãos de comunicação social, o cepticismo quanto à localização do projecto, no Alentejo, vai crescendo entre os eborenses, alguns dos quais não esperarão mais do que o final deste ano de 2006 para cobrar mais uma promessa eleitoral ao Presidente da Câmara de Évora, que acrescentará substancialmente o já agora amplo lote.
É que, pela sua importância e pelas expectativas geradas, trata-se de uma promessa eleitoral que, para bem de tudo e todos, desde a cidade ao concelho, passando pela população activa e pela economia regional, exije-se que seja mesmo cumprida, sem admissão de qualquer desculpa. Se tal não viesse a acontecer, quem a fez ficaria sem qualquer tipo de margem para continuar sentado na cadeira que ainda ocupa.
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