2011-03-12

SUGESTÕES PARA UMA PÁGINA A4 AO SOM DOS DEOLINDA




Milhares de jovens da geração que se sente à rasca para iniciar a sua vida profissional e familiar sairão no Sábado à rua em protesto com reivindicações demasiado “bloquistas” (alguma desconfiança e radicalismo em excesso) para serem acolhidas com interesse pelo poder político dominante. Correm assim tais jovens o risco de perderem uma boa oportunidade para se revelarem suficientemente resistentes a alguma manipulação partidária adivinhada e dessa forma afirmarem uma identidade marcante e um posicionamento próprio perante dos discursos políticos gastos ou o encantamento retórico da repetida promessa do paraíso.




Poderia por isso fazer mais sentido, numa perspectiva de pró-actividade, que em alternativa a uma lista de queixas ou de reivindicações radicais, apresentassem os jovens (na tal folha A4) um conjunto de exigências ao alcance do compromisso da classe política vigente, cuja responsabilidade merece ser equacionada para melhorar o seu actual desempenho:




Uma cultura de mérito que permita aos jovens mostrarem as suas capacidades e competências académicas no plano profissional de um mercado de trabalho que ganharia em ser transparente no recrutamento e na retribuição pelo esforço e pelos resultados alcançados. Exigir critérios claros e objectivos no acesso ao mercado de trabalho, justiça no recrutamento e abolição do “factor cunha” ou da filiação numa qualquer “Jota”, justifica-se plenamente no âmbito dos processos de legitimação social desta geração enrascada que necessita de ver garantidas as condições para a concretização do seu potencial;




Uma cultura de exigência que combata a normalização da mediocridade, tanto nas escolas e universidades como no trabalho, onde o esforço deve ser premiado pela realização dos objectivos traçados, mais que o seguidismo, a lealdade cega e bajulante, o silencio cúmplice com a incompetência. Competição e exigência, procurando o reconhecimento do mérito do trabalho desenvolvido e do sacrifício demonstrado são importantes na agenda desta geração enrascada, para a construção de um futuro digno;


Uma cultura de autonomia e independência na realização das aspirações da geração que necessidade de prosperar, exigindo condições para a realização de investimento, para a criação de negócios, para o empreendimento variado, para o esforço criador e construtivo, para a dedicação na inovação de processos e produtos, tanto ou mais que a exigência de emprego. Exigir a criação de condições locais à facilitação do empreendedorismo jovem e a adopção de medidas activas de emprego que apoiem efectivamente o investimento de jovens na criação da sua própria empresa ou negócio é fundamental para a afirmação do potencial de qualificações da geração em causa, com benefícios na regeneração empresarial e no fomento do emprego do país;



Uma cultura de rigor e selectividade na gestão dos recursos financeiros comuns, porque se trata dos nossos impostos, ou de financiamentos da União Europeia que deveriam suportar a construção de infra-estruturas e a criação de condições imateriais necessárias a uma maior competitividade do país. Exigir que os apoios públicos sejam canalizados para as micro empresas e PME’s poderem aumentar ou inovar a produção, expandir a sua presença em novos mercados e aumentarem a competitividade exportadora em vez de atribuir indiscriminadamente apoios a todos ou concentrar os mesmos nos grandes grupos económicos, pode fazer a diferença entre o sucesso na criação de emprego ou o fracasso do impacto desses recursos financeiros na economia.


Sem comentários: