A comunicação da demissão de Sócrates foi igual ao que nos habituou durante os últimos 6 anos: uma total arrogância e incompetências, escudadas na desonestidade da coligação negativa das oposições. Este é um discurso recorrente no PS, em todo o país, com algumas adaptações glocalizantes que incluem a “santa aliança” e outros epítetos da mesma ordem.
Serve apenas para confirmar não apenas o nervosismo, mas também um verdadeiro desespero daqueles que estão agarrados ao poder apenas pelo interesse próprio e do partido, mais que o interesse nacional, o que deixa adivinhar uma campanha eleitoral pouco recomendável e de baixíssimo nível, a haver eleições legislativas como tudo parece indicar.
António Barreto denunciava recentemente num canal televisivo a descida do nível da política em Portugal como o grande legado de Sócrates para o sistema político nacional, constatação de difícil refutação, salvo para alguns igualmente desesperados seguidores que, nos planos local e regional já aceleraram tal descida a um nível tão baixo quanto os da classificação do “rating” a que a governação socialista conduziu a dívida pública.
Ao lermos comunicados do PS acusando o PSD de ser o responsável pelo descalabro financeiro e económico do país e da região, ao fim de 6 anos de ruinosa governação socialista, só podemos confirmar que o desespero se apoderou dos que pretendem manter-se a todo o custo no poder e adivinhar que o recurso à mentira na intoxicação do eleitorado será o prato forte da próxima campanha eleitoral, tal como aconteceu nas eleições de 2009.
Quando os dirigentes locais e regionais do partido que governou até agora acusam o PSD de sofreguidão pelo poder e de pretender ocupar a Administração Pública, escondendo não só a prática recente do PS nessa matéria como ainda a criação de vários novos cargos dirigentes à medida dos poucos que ficaram de fora, ou que a intervenção de Sampaio em 2004 foi um descarado assalto socialista ao poder, só pode representar um total desespero e, pior ainda, uma perda do nível de seriedade e de ética na prática política.
Estou ainda assim convicto que nem todos os militantes e dirigentes locais e regionais do PS se revêem em tais acusações de sofreguidão pelo poder que ao PSD são endereçadas, nomeadamente todos aqueles que sendo militantes e dirigentes locais do PS se mantiveram e foram mesmo reconduzidos nos seus lugares de dirigentes e chefias da Administração Pública durante a última governação PSD/PP e aos quais foi tolerada a prática das mais inconcebíveis acções de protesto contra a governação e mesmo de deslealdade política, como a participação em greves e o incentivo à mesma junto dos seus próprios colaboradores.
Na senda da vitimização que observamos ao chefe de partido e do governo que conduziu o país à ruína, atirando para os outros a responsabilidade dos seus actos, é pois possível adivinhar o baixo nível da próxima campanha eleitoral através da colagem local e regional de alguns dirigentes partidários sempre dispostos a pretender ultrapassar o chefe naquilo que ele tem de pior.
Tenhamos esperança que a vaga não afecte a todos por igual e que a serenidade não se dilua em definitivo, se alguma réstia de ética política ainda existe.
1 comentário:
A grande golpada.
Mas que grande espetáculo dá o palhaço Sócrates!
Prometeu o céu, deu-nos a bancarrota. Desbaratou as Finanças Públicas, mas berra que Portugal não precisa de ajuda externa.
Sem mais hipóteses para a sua política de ruina, arranjou um estratagema para se demitir.
Agora culpa a oposição de se render ao FMI.
Será que o homem vai sair impune depois do que fez?
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