2007-05-19

ENGENHEIROS, CHERNES, SANTANAS E ... PROFESSORES

Do Portugal Profundo O dedicadíssimo e identificado Caldeira responsável pelo diligente Portugal Profundo, dá destaque a uma notícia de vários jornais que, em qualquer outro Estado Europeu daria origem de imediato, após a sua publicação, à demissão daquela amostra de dirigente que é a Directora Regional de Educação do Norte, sob pena de, se tal não acontecesse, poder vir a originar a queda do próprio Ministro que, se encarnasse um papel de defesa do interesse público e não partidário, já deveria ter telefonado à senhora a pedir a respectiva carta de demissão.
Mas, estranhamente, nada disto se passa. Parece que nada aconteceu e todos assobiam para o lado. Que eu assobiasse para o lado, até seria normal: não sou professor nem directamente visado.
Mas, outros supostos defensores da classe, já deveriam ter dito algo. Por isso, estranho o silêncio dos professores do ensino secundário de Évora, do PS e do PSD, que em tempos tiveram o desplante de me vir contestar em público, em artigos de opinião no Diário do Sul, só porque eu contestei publicamente a gestão do agrupamento de escolas que afecta a Escola Básica do Rossio (Évora) que a minha filha frequenta.

As razões da minha contestação de então, à incompetência de quem dirige o agrupamento de escolas que inclui a escola do Rossio, que enviou para casa dos pais as famosas 14 regaras para os pais (não)respeitarem, mantém-se, reforçadas agora pelo facto de, a troco de aumentar a entrada de alunos do 1º ano do 1º ciclo na referida escola Básica do Rossio, pretenderem transferir os alunos do 4º ano (e talvez mesmo do 3º) para uma escola EB2+3 sem o mínimo de condições para o seu acolhimento (André de Resende), com a conivência da Cãmara Municipal de Évora que, nesta matéria, se tem revelado de uma inacreditável inércia, totalmente subjugada aos devaneios dos nomeados dirigentes regionais do Ministério da Educação que tanto percebem disso, como da miserável política que fazem.

Uns e outros, têm em comum a cegueira na aplicação das directrizes de redução de custos oriundas dos centros de decisão superiores, sem preocupação com que tal afecte os cidadãos a quem deveriam responder e servir.

Se no que concerne ao Minitério da Educação a margem de manobra é pequena (apesar da autonomia que têm os gestores dos agrupamentos para cometer discricionaridades destas), no que toca à Câmara Municipal, considero que deveriam reflectir um pouco mais sobre a situação, antes que fiquem com o menino no colo e, pode ser um bebé bastante chorão.

Voltando ao tema inicial, nomeadamente ao facto de nenhum dos mediáticos professores do ensino secundário de Évora (do PS e do PSD) vir a público defender o ataque que os seus colegas de outras paragens estão a sofrer, injustamente, quando se dignaram atacar-me por uma opinião que não tinha qualquer impacto real e efectivo sobre a vida e carreira de qualquer professor, só posso atribuir isso a alguma distracção e anomia social e política, o que é de lamentar, face a tal gravidade da situação.

Calando-se agora, não sei qual a legitimidade com que alguma vez mais na vida se atreverão a abrir a boca ou a querer fazer algo em favor daqueles que, supostamente, dizem defender.

Imagine-se o que não teria sido de limpeza na educação, na saúde, na justiça, no emprego, se todos aqueles funcionários dessas áreas que contavam diariamente anedotas do repertório nacional sobre Santana Lopes ou sobre Barroso quando estes eram Primeiros-Ministros, tivessem sido alvo de procedimentos disciplinares tão diligentes quantos aqueles que agora vemos?

Daqui se pode concluir que, em Portugal há uma regra de ouro que antes chamaria de algo bem menos brilhante e mesmo mal-cheiroso: aos supostos simpatizantes do PS tudo é permitido quando o PS governa, mesmo que seja a maior canalhice de todos os tempos, porque é de esquerda(sic) enquanto que aos sociais-democratas tudo é passível e admissível de crítica, mesmo que seja igual ao que os socialistas já fizeram.

Confesso que não há paciência para tanto Mestre da ignorância e tanto oportunista dos tachos políticos regionais.

Resta a contestação diária a tão miserável visão da vida e do mundo.

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