2006-09-09

SUA EXCELÊNCIA, A ARROGÂNCIA, sita na Praça do Sertório.

O Secretário de Estado do Turismo, mandou repetir as eleições para a Região de Turismo de Évora sabendo à partida, tal como se veio a comprovar agora pela decisão do Tribunal Administrativo de Beja, que tal não poderia nunca alterar a questão de fundo: a garantia de democraticidade do acto e representatividade plural dos membros do colégio eleitoral, entre os quais consta a Câmara Municipal de Évora (CME).
Do ponto de vista dos resultados eleitorais, a escolha do representante da CME nos órgãos da RTE, foi um processo arrogantemente e desastrosamente conduzido pelo Presidente da CME, boicotando uma votação que sabia lhe seria desfavorável.
Ao contrário das outras Câmaras Municipais que integram o colégio eleitoral da RTE e que colocaram a votação a escolha do representante, o Presidente da CME pretendeu arvorar-se em representante de um executivo municipal composto por 7 elementos, cuja maioria (4 vereadores, que espelham as opções políticas da maioria do eleitorado eborense) não se considerava bem representada, não tendo por isso mesmo legitimidade para representar a Câmara de Évora, do ponto de vista político.
Ao que parece, segundo a decisão do Tribunal, também não o podia fazer, do ponto de vista legal. Velhos hábitos de (de)formação política que teimam em persistir, privilegiando os bastidores à transparência marcante de uma modernidade que se apregoa nas palavras e se bloqueia nos actos.
O PSD resolveu, bem a meu ver, evitar qualquer acordo de circunstância com o PS ou CDU, na medida em que tal violaria os compromissos eleitorais assumidos com a população de Évora, pois não dispõe o PSD de peso suficiente para influenciar directamente a eleição do Presidente da RTE, o qual viria sempre a ser, ou do PS ou da CDU.
Tal não significa que o PSD tenha abdicado dos seus princípios de respeito pelo interesse geral das populações que expressaram nas urnas as suas preferências e expectativas.
Esse é o motivo pelo qual se deve defender que ninguém, absolutamente ninguém, poderá querer representar o órgão colegial Câmara Municipal de Évora sem ouvir aqueles que o povo elegeu, na proporção que entendeu, para os representar.
Na Câmara Municipal de Évora não há maiorias absolutas.
A não ser que o PS de Évora e o Presidente da CME decidam mudar de atitude e resumirem-se ao seu devido lugar (minoritários no executivo municipal de Câmara), a questão de fundo continuará por resolver tantas vezes quantas as eleições repetidas que vierem a ocorrer.
Pelos vistos, não aprendem ...

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